Mais Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Regata da Volta ao Mundo mobiliza barcos para a limpeza dos mares

Em meio à disputa pelo título, veleiros tentam chamar atenção do público para o problema da poluição das águas. Equipe das Nações Unidas faz até controle sobre níveis de plástico<br>

Ainhoa Sanchez/Volvo Ocean Race
Escrito por

A Volvo Ocean Race busca se consolidar cada vez mais como uma regata de alto nível e sensível à preservação do meio ambiente. Uma campanha está em curso para chamar a atenção do público, com a presença de barcos patrocinados por entidades focadas na manutenção do equilíbrio dos mares e ações para a redução do uso de plástico durante as 11 etapas da corrida na temporada.

Apoiado pelas Nações Unidas, o estreante Turn The Tide On Plastic disputa a competição com foco na sustentabilidade. O barco, sétimo e último colocado na classificação geral, utiliza um dispositivo a bordo que recolhe amostras de água ao longo do percurso para avaliar os níveis de plástico no oceano.

Os resultados são enviados para complementar estudos que visam alertar a população para os prejuízos do acúmulo da substância. Um deles concluiu que um caminhão cheio de plástico é despejado nos oceanos por minuto.

Os dados apontaram ainda que oito milhões de toneladas de plástico, como garrafas, embalagens e outros tipos de lixo, entram nos mares a cada ano.

- Tentamos ao máximo reduzir nosso uso de plástico na equipe e passar a mensagem a outras tripulações. Essa água é avaliada para sabermos a quantidade de micro-plástico que há nela. As garrafas, tampas, cotonetes e objetos que conseguimos ver no mar são só uma parte pequena da poluição que realmente existe. O plástico já está tão dissolvido na água que acaba inserido na nossa cadeia alimentar - explicou o velejador português Bernardo Freitas, do Turn The Tide On Plastic.

Patrocinada por uma fundação que busca criar soluções sustentáveis para a preservação dos mares, o barco americano/dinamarquês Vestas 11th Hour Racing, sexto colocado, adota ações de preservação do meio ambiente no dia a dia, como reaproveitamento de materiais e óculos reciclados para os atletas.

- Cresci no sudeste da Irlanda, em que, apesar da beleza, tem uma praia conhecida como "Praia do Plástico". Ao me tornar velejador profissional, comecei a me preocupar mais. Há sete anos, faço parte de uma instituição que busca ensinar sobre a conservação dos mares - contou o irlandês Damian Foxall, velejador do Vestas e chefe de sustentabilidade da Volvo Ocean Race.

Durante as paradas, a organização monta uma estrutura planejada sem a utilização de embalagens plásticas. Quando os veleiros partem rumo a outro canto do planeta, há zonas de exclusão para não comprometer os ecossistemas de regiões específicas.

- Temos o cuidado de proteger os habitats. Quando viajarmos de Itajaí em direção a Newport (EUA), passaremos por zonas sensíveis, algumas em momentos críticos - completou Foxall.

Itajaí, de onde as equipes partirão para a pitava etapa da corrida, foi a primeira cidade da América do Sul a assinar um compromisso das Nações Unidas por limpeza dos mares.

COM A PALAVRA
Torben Grael
Campeão da Volvo Ocean Race 2008/2009

Temos um modo de vida insustentável

A preocupação com a sustentabilidade vem crescendo muito. Temos um modo de viver hoje que não é sustentável por muito tempo. Grandes mercados entraram no consumismo com o pé no acelerador, como China e Índia, e é difícil mantermos esse padrão de consumo, gerando tanto lixo. É preciso fazer uma mudança de conceito. A regata está se prestando como uma divulgação importante para a questão das águas, do plástico. Chamar atenção para o problema é essencial. Interfere na alimentação da vida marinha, trazendo consequências para todos nós. Nós, que estamos na água, somos afetados mais fortemente do que quem não navega ou frequenta os mares com a mesma assiduidade. As prefeituras até fazem um sistema eficiente de recolhimento do lixo, mas acho que deveriam parar de fazer um pouco, só para as pessoas verem a quantidade de lixo que vai parar nas praias diariamente. Na Nova Zelândia, você vai em parques, praias, e não tem lata de lixo. O conceito é cada um levar para casa de volta o que levou. Isso está muito distante daqui ainda.

Barcos largam para os EUA

A largada para a oitava etapa da Volvo Ocean Race, de Itajaí a Newport (EUA), acontece neste domingo, às 14h (de Brasília). Os sete veleiros que disputam a corrida foram confirmados ontem na disputa. O Scallywag, de Hong Kong, conseguiu se preparar a tempo após a morte do britânico John Fisher, que caiu no mar na perna entre Auckland (ZNE) e a cidade catarinense.

O chinês Dongfeng lidera a classificação geral, com 46 pontos, seguido pelo espanhol MAPFRE, que tem um a menos. O holandês Brunel é o terceiro, com 36, seguido pelo AkzoNobel, da brasileira Martine Grael, com 33.

* O repórter viaja a convite da Volvo Ocean Race