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Punido por mais cinco anos pelo Conselho de Ética do COB, Wallace dispara: ‘Tudo é culpa minha?’

Em entrevista ao "Blog do Voloch", oposto do Cruzeiro comenta sobre decisão severa da entidade e revela falta de apoio da CBV: "Não me ajudou"

Wallace se sagrou campeão olímpico com a Seleção Brasileira na Rio 2016 (Foto: Reprodução/Instagram)
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Punido por cinco anos em decisão oficial do Conselho de Ética do COB, publicada na última terça-feira, Wallace disparou contra a atuação do Comitê e da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) no caso que protagoniza desde o final de janeiro. Em entrevista ao "Blog do Voloch", o oposto do Cruzeiro revelou detalhes sobre os meses que ficou impedido de retornar às quadras, a relação com as entidades envolvidas no caso e a falta de apoio das confederações e da Seleção Brasileira. Campeão olímpico, Wallace não poderá disputar jogos por clubes ou pela Amarelinha por cinco anos, o que pode fazê-lo encerrar a carreira. No entanto, promete lutar pela possibilidade de voltar às atividades.

- O que eu digo é que a briga política das entidades não vai acabar comigo e minha carreira. No pior dos cenários, vou jogar fora do Brasil. O mercado é grande na Europa e Ásia. Eu tenho currículo e portas abertas por onde passei - disse o atleta.

+ Conselho de Ética do COB pune Wallace por cinco anos e suspende CBV por descumprimento de medida

Em fevereiro deste ano, Wallace foi punido por incitação à violência sobre Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República. O atleta sugeriu, em post nas redes sociais, que os seus seguidores atirassem na autoridade máxima do país. O oposto foi punido pelo Conselho de Ética do COB (CECOB), primeiramente, por 90 dias. A punição estava em vigor desde o dia 3 de fevereiro, com término marcado para o dia 3 de maio.

- Eu já paguei pelo erro que cometi. E assumi meu erro. O que mais eles querem? (...) Sem comentários. Quer dizer então que agora tudo é culpa do Wallace? Sai de 30 (dias), para mais 30, depois 90 e agora 5 anos? O que as autoridades devem saber é que vamos continuar defendendo o meu direito de trabalhar. E o clube, que me puniu quando precisou, está  dando todo suporte jurídico. - declarou.

Com o objetivo de conseguir uma medida liminar para retornar às quadras e, consequentemente, jogar a Superliga pelo Cruzeiro, Wallace acionou o STJD do Vôlei. A liminar foi concedida e o CECOB, em resposta à decisão, afirmou que a CBV sofreria sanções gravíssimas caso permitisse o retorno do atleta.

Dessa forma, a CBV acionou o Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), que liberou Wallace para atuar na reta final da competição nacional, sob organização da entidade de vôlei. O oposto entrou em quadra na final da Superliga, contra o Minas, no último domingo, na qual marcou o ponto do octacampeonato da Raposa. Porém, de acordo com o atleta, a CBV não lhe ajudou como deveria durante o período de punição.

- A CBV só brigou pelo meu direito quando se viu em dúvida no que fazer quando conseguimos a liminar e essa liminar que deixou a entidade respaldada juridicamente para tomar a decisão e agora brigar com o COB. A CBV não me ajudou e não levou em consideração tudo que fiz e representei na seleção brasileira. É complicado falar - disparou.

Foram meses muito difíceis para Wallace. O atleta do Cruzeiro, além de ficar afastado das quadras, afirmou que não contou com o apoio de tantos amigos e companheiros de profissão, inclusive da época de Seleção Brasileira.

- Agora sei quem são os amigos de verdade. Meu conceito de amizade era um, hoje é outro. A gente aprende com as porradas. Eu conto nos dedos  quem é quem. Posso dizer que esse episódio me ensinou o conceito de amigo e colega de trabalho - comentou.

A CBV também foi suspensa por seis meses, e o presidente em exercício da entidade, Radamés Lattari, foi afastado. O documento publicado também recomendou o corte de patrocínio do Banco do Brasil e do Ministério do Esporte durante o período de punição à CBV. O Sada Cruzeiro se posicionou através de nota oficial:

"Perplexidade, incredulidade. Não faltam adjetivos para a decisão do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil - CECOB, divulgada nessa terça-feira, 02/05, com a suspensão do oposto Wallace para cinco anos. O clube colocou o atleta em quadra, no último domingo, na final da Superliga, amparado por decisões do Superior Tribunal de Justiça Desportiva – STJD, e do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem - CBMA.

Wallace foi ilegalmente suspenso de forma cautelar, há quase três meses, e ficou de fora de 17 partidas oficiais. Depois, pelos meios legítimos, junto ao STJD, e com uma decisão do CBMA, o jogador foi liberado para atuar na sequência da Superliga.

Não bastasse a nova punição totalmente desproporcional e descabida ao atleta, que tanto fez pelo esporte brasileiro, o Conselho de Ética ainda suspendeu por seis meses a filiação da CBV ao Comitê Olímpico do Brasil - COB, determinando a suspensão do repasse de recursos à entidade.

Sob a constituição brasileira, a justiça desportiva é um órgão independente e suas decisões devem ser cumpridas. Ao ignorar a decisão do STJD do vôlei, órgão que, segundo o artigo 217 da Constituição Federal, é responsável por julgar as questões envolvendo disciplina e competição, o Conselho de Ética do COB se confere uma competência que não possui.

Não estamos em uma terra sem lei, em que se pode passar por cima de tudo e de todos. Que prevaleça o bom senso. A briga política entre instituições e de egos não pode prejudicar o esporte e todo o sistema do voleibol.

O Sada Cruzeiro, como clube formador e que há quase 17 anos vem trabalhando pelo desenvolvimento do vôlei brasileiro, se posiciona de forma contundente contra a decisão do CECOB.

E acredita que todos devem questionar essa decisão descabida, que extrapola as normas e competências previstas na lei. A sociedade precisa compreender o que está se passando, que é uma clara intervenção pública e política no esporte brasileiro.

Wallace cometeu um grande erro. Se desculpou e foi punido. Ele e toda a sua família sofreram pelo ato infeliz. E por causa de seu ato ele será perseguido eternamente?

O Sada Cruzeiro informa que tomará todas as medidas jurídicas cabíveis para proteção dos direitos do atleta", trouxe o comunicado do Cruzeiro.