A saída de Adrian Newey da Red Bull após quase 20 anos é cada vez mais iminente, mas o conceituado projetista ainda não apresentou formalmente o pedido de demissão à cúpula taurina. O britânico, que tem contrato até o final de 2025, pretende dar início às conversas com a administração da equipe para definir o futuro na Fórmula 1.
A informação é do jornal britânico "The Guardian" da última sexta-feira (26). De acordo com a publicação, a notícia do rompimento de Newey com a Red Bull, divulgada um dia antes pela revista alemã "Auto Motor und Sport", pegou todos de surpresa, inclusive o projetista de 65 anos, que ainda não teve uma conversa definitiva com representantes da marca dos energéticos.
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Newey não comentou a notícia do AMuS, reafirmando apenas que o atual vínculo com a Red Bull vai até o final de 2025. Após o período, nada estava definido.
Newey é considerado um dos maiores designers da era moderna da Fórmula 1. Responsável pelos projetos da Williams em boa parte da década de 1990 — entre eles, o revolucionário FW14B, com o qual Nigel Mansell foi campeão — e também McLaren na sequência, o britânico chegou à Red Bull em 2006.
Com os austríacos, já são, até o momento, sete títulos de Pilotos (quatro de Sebastian Vettel e três de Max Verstappen) e seis de Construtores. Sob o atual regulamento, ninguém entendeu melhor a aerodinâmica do efeito-solo do que Newey, o que o torna naturalmente um dos pilares do recente sucesso da base em Milton Keynes.
Só que as coisas na Red Bull começaram a desmoronar no início do ano, quando Christian Horner, o chefe do time, foi acusado por uma funcionária de conduta inapropriada. Após investigação interna, os taurinos inocentaram o dirigente das acusações, porém o caso expôs uma divisão de poder entre Horner/parte tailandesa e Helmut Marko/parte austríaca da marca.
Newey optou por ficar fora de toda a polêmica, mas sente que corre o risco de ser cada vez mais escanteado do projeto da F1 para cuidar do hipercarro RB17. O designer, porém, ainda quer trabalhar com a F1. Embora não passe mais todos os dias no escritório atualizando o carro da Red Bull, como fez no passado, ainda é quem assina os projetos finais e define conceitos.
Ainda não está claro quando o engenheiro estará totalmente livre no mercado, caso confirme a saída da Red Bull. Há alguns meses se falava sobre uma possível saída de Newey do time, e, por isso, os rumores sobre interesse no engenheiro cresceram. Sobretudo para Ferrari, que reconstrói a equipe, terá Lewis Hamilton em 2025 e já ouviu Newey dizer que trabalhar no time italiano era algo que faltava na carreira; e da Aston Martin, que tem investido de maneira forte na F1 para chegar a 2026 na briga pelo título.
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Na semana passada, houve certo frenesi quando Newey foi visto no aeroporto de Bolonha, na Itália, relativamente perto da fábrica da Ferrari. A Mercedes nunca se manifestou sobre um possível interesse, mas trazer o maior especialista do mundo em efeito-solo é algo que faz sentido para uma equipe que simplesmente não entendeu a nova leva de carros da F1. De quebra, se pensa realmente em tirar Verstappen da Red Bull no futuro próximo, contar com Newey é passo importante.
Caso Newey consiga ficar livre no mercado no fim de 2024 e não tenha amplo período de carência exigido, conseguirá se envolver ativamente no processo da nova equipe em que estiver para 2026. Antes disso, não terá impacto.
A Fórmula 1 retorna de 3 a 5 de maio para a disputa do GP de Miami, o primeiro de três que acontecem nos Estados Unidos na temporada 2024.