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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 09/12/2015
19:43
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Medalhas de ouro, sorrisos, festa, papel picado, um troféu e uma camisa 10. Camisa 10? Sim, tudo isso fez parte do pódio e da comemoração da Seleção Brasileira feminina pelo título do Mundial de 2013, na Sérvia. Cortada por conta do rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, Jéssica Quintino ficou fora da competição, mas não foi esquecida na festa. Agora, na Dinamarca, ela está presente. E contra a Argentina, nesta quinta-feira, às 13h (de Brasília), em Kolding, quer voltar a ser um dos destaques do time. Como já tinha sido nas três partidas anteriores.

Líder do Grupo C, o Brasil se classifica para as oitavas de final com uma vitória ou um empate.

Aos 24 anos, a ala está entre as mais novas do grupo. Mas o que não falta é experiência. Afinal, desde 2011 participa de grandes torneios pelo Brasil, estando inclusive no elenco no Mundial de 2011, nos Jogos Olímpicos de 2012 (em Londres-ING) e nos títulos dos Jogos Pan-Americanos de 2011 e 2015.

– Foi dolorido ficar fora de uma competição que me preparei durante grande parte do ano. Eu me lesionei um mês antes do Mundial. Tentei fazer de tudo para poder jogar, mas não consegui, tive mais uma torção no joelho durante o último treino antes de viajar para a Sérvia. Já sabia que aquele grupo iria medalhar, porque acreditava muito no trabalho que estávamos fazendo – afirmou a camisa 10 brasileira ao site do LANCE!.

– Ficar vendo pela televisão, com o coração com elas em cada jogo, foi difícil, mas superável. Foi muito lindo e gratificante a homenagem que fizeram, me senti naquele pódio junto com elas! – completou a atleta.

Jogadoras comemoram o título de 2013 e fazem homenagem para Jéssica (Foto: Inovafoto)

Dois anos depois (com nove meses de uma longa recuperação), Jéssica vive uma situação completamente diferente na Dinamarca. Não só está no Mundial, como tem sido uma das mais importantes do grupo. Contra Coreia do Sul, Congo e, principalmente, Alemanha, entrou no lugar de Alexandra Nascimento, melhor jogadora do mundo em 2012, e não deixou a desejar. Mas essa não é a opinião da própria atleta:

– Esse é o primeiro Mundial que realmente estou jogando e tendo muitas chances. Não estou feliz com o meu desempenho, sei que posso melhorar e ser mais regular.

Exigente e de olho em sua primeira medalha na competição, Jéssica tem cumprido bem o seu papel. A esperança é que a camisa 10 esteja no pódio e, dessa vez, com sua dona.

CONFIRA UM BATE-BOLA EXCLUSIVO COM JÉSSICA QUINTINO:

Esse não é seu primeiro Mundial. Então, qual é a diferença de disputar a competição estando na equipe atual campeã?
Jéssica Quintino:
A diferença agora é que temos o gosto da vitória e sabemos qual é o caminho que devemos seguir. Uma vez que você ganha, quer ganhar mais. Hoje, somos o time a ser batido, mas na nossa cabeça temos apenas a vontade de lutar a cada jogo para chegar onde já chegamos e mostrar que somos capazes de nos mantermos entre as melhores equipes do mundo.

Como é entrar em quadra e substituir a Alexandra Nascimento, que já foi eleita a melhor do mundo? Ela te passa dicas?
JQ: Em nenhum momento eu entro em quadra com isso na minha cabeça, pensando em substituir a Ale. Entro o mais concentrada possível para poder ajudar o time com o meu melhor. Sei que ela é uma grande jogadora, mas não posso levar essa pressão para a quadra. Ela e a Célia estão sempre me ajudando quando estou no jogo. Nos ajudamos umas às outras sempre.

Como analisa o início do Brasil no Mundial?
JQ:
Bom! Eu acho que estamos evoluindo a cada partida, encaixando nosso estilo de jogo. Passamos por três testes com equipes completamente diferentes uma da outra e conseguimos vencer dois e empatar um. Então, acredito que estamos no caminho certo e nos encontrando no campeonato com a consciência que sempre tem algo para melhorar.

Qual a expectativa para os Jogos Olímpicos de 2016?
JQ:
Estamos tendo um grande teste que é esse Mundial, com muitas equipes com o nível muito nivelado. Acredito que podemos estar dando um passo a cada jogo aqui para o que queremos lá na frente. Com certeza, vamos nos preparar muito para a Olimpíada. Estou confiante no nosso trabalho e acredito que estamos no caminho certo!

Você tem jogado na Polônia desde quando? E como foi a adaptação ao país?
JQ: 
Estou na Polônia desde 2013, foi meu primeiro país europeu e fui bem recebida. Me tornei a primeira brasileira a jogar uma Liga da Polônia. A adaptação é difícil para todo mundo em qualquer país, mas sempre tem pessoas boas que nos ajudam nesse processo. Hoje, já estou bem adaptada, e outras brasileiras jogam no país também.

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