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Herdeiro de Scheidt acorda ansioso para velejar e começa a roubar cena

Filho de Robert com lituana medalhista, Erik, de 9 anos, se encantou pelo esporte, mostra avanços em classe de iniciantes, com títulos no Brasil e na Itália, e já veste verde e amarelo

Erik Scheidt conquistou a Copa Brasil de Estreantes em janeiro, em Ilhabela (Foto: Aline Bassi)
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A vela fascina Erik, de nove anos, e isso é bom para o Brasil. O filho de Robert Scheidt, maior medalhista olímpico da história do país, com cinco pódios, empatado com Torben Grael, acompanhou entusiasmado o pai na conquista do Europeu de Star, em Riva del Garda (ITA), que tem status de Grand Slam da Star Sailors League. Não é preciso insistir para que o garoto acorde para treinar aos finais de semana. O mosquito da vontade de velejar já o picou.

O astro sempre torceu para que o herdeiro mais velho tomasse gosto pela prática, mas a preocupação da família era introduzir o esporte na rotina como uma forma de integração e diversão. Só que cada velejada de Erik aumentava o orgulho de Robert e da esposa, a lituana Gintare Scheidt, medalhista de prata em Londres-2012, na Laser Radial.

– Eu tenho muita sorte de ser filho deles e adoro quando ouço as pessoas falarem tantas coisas boas sobre meu pai. Ele me dá boas dicas. Broncas, não. Minha mãe fala menos de vela – contou Erik, ao LANCE!.

Em Torbole (ITA), onde a família mora, o garoto aprendeu os princípios do barco e a lidar com condições adversas, como o vento e a água gelada. De dois anos para cá, os pais perceberam que a brincadeira poderia se tornar algo sério. Os resultados, até o momento, são animadores.

Em janeiro, o pequeno Scheidt venceu a Copa Brasil de Estreantes na classe Optimist, em Ilhabela (SP), em sua primeira experiência competitiva a nível nacional. Ele deixou para trás outras quatro crianças e encerrou a disputa com a boa marca de sete pontos perdidos. Antes, já havia se sagrado campeão paulista de Estrantes, no mesmo local.

Inspirado por Robert e Gintare, Erik sabia que era preciso dar duro para se manter entre os melhores. Ao retornoar à Itália, treinou com foco no Meeting Garda, um campeonato de grande expressão no país. Em abril, o velejador conquistou a taça, pela categoria Cadetes.

Robert assiste ao filho Erik na Copa Brasil (Foto: Aline Bassi)

No ano que vem, acontecerá o Mundial de Optimist, em Riva del Garda. Erik, que nasceu na Lituânia e tem cidadania brasileira, tentará se classificar por meio da seletiva verde e amarela. Se não conseguir, correrá pelo país da mãe, onde a concorrência é menor na classe.

– Espero que tenhamos a dor de cabeça de escolher (risos). Mas, no futuro, se ele continuar, não imporemos pressão – afirmou Robert, que também é pai de Lukas, de seis anos, que ainda não mostrou o mesmo gosto do irmão pela vela.

– O Lukas ainda não deu sinais, mas ele é muito novo ainda. Só o tempo vai dizer – afirma o bicampeão olímpico.

Na cerimônia de abertura do Europeu, Erik foi o porta-bandeira do Brasil e desfilou sorridente com a bandeira verde e amarela nas ruas de Riva del Garda.

Erik e Robert na abertura do Europeu de Star (Foto: APJ / Esportes)

Bruno Prada também prepara filha na vela

Robert Scheidt não é o único medalhista olímpico da vela brasileira que já prepara uma futura geração do esporte dentro de casa. Companheiro do astro nas conquistas da prata em Pequim-2008 e do bronze em Londres-2012, ambas na Star, Bruno Prada se orgulha da evolução da filha Giovanna Prada, de 17 anos, nos eventos da classe RS:X.

A jovem lidera o ranking brasileiro de jovens. No ano passado, já foi para a Olimpíada da Juventude, em Buenos Aires (ARG). Em julho, disputará o Mundial da Juventude da World Sailing, em Gdynia (POL).

– Ela está bastante animada, em uma fase muito boa. É o momento de juvenil e tem grandes chances de ficar entre as dez primeiras do Mundial. Mas é o último ano na categoria. Depois, quando você vira adulto, a vida fica mais complicada, pois sai de um top 10 para um 60 ou 70 – brinca Bruno, que também é pai de Ricardo, de 16 anos, jogador de basquete do Paulistano, onde é capitão e atua como ala.

Bruno garante que, em sua casa, cada filho pôde escolher o seu futuro, com uma condição:

– Meu pai me dizia: “não importa qual vai ser, mas você tem de praticar um esporte”. Levei isso adiante.

COM A PALAVRA

‘Eu, com nove anos, não tinha a velejada dele’

Robert Scheidt
Velejador e pai

O Erik está em ascensão, super animado e motivado. A ida ao Brasil fez muito bem a ele. Aprendeu muito com o Xande (Alexandre Paradeda), que foi seu coach em Ilhabela. O que fico mais feliz é que ele nem pergunta. Aos sábados de manhã, pega suas coisas e vai para o clube velejar, encontrar a turma dele. O mosquitinho da vontade de velejar já o picou. Não precisamos falar muito, porque ele já faz tudo sozinho. A vida na Itália favorece. É seguro para ele sair sem os pais. Eu não tinha a velejada que o Erik tem hoje, quando tinha a idade dele. No geral, essa molecada amadurece bem mais cedo, já falam sobre tática de regata e entendem o que está acontecendo com o vento. Eu corri meu primeiro Brasileiro com dez anos, e não sabia o que estava acontecendo. Ele, com menos, já compreende tudo.

BATE-BOLA
Erik Scheidt
Velejador, ao LANCE!

‘As condições aqui na Itália são melhores’

O que acha de velejar na Itália?
É ótimo. Tenho muitos amigos e as condições são melhores do que no Brasil. E é um lugar muito bonito. Tem muitas crianças velejando na Fraglia Vela Riva. Tem um time com uns 35 velejadores. É muito importante treinar com eles para eu melhorar.

Como foram as férias no Brasil?
Fui para Ilhabela, que é bom para velejar. Meu técnico, o Xande, ensinou que quando havia muito vento, tinha de abaixar o mastro, e quando havia pouco vento, para fazer o contrário.

Que barcos você mais gosta e gostaria de tentar no futuro? 
Eu gosto muito do 29er e do Laser. Ainda não posso ganhar a Olimpíada como o meu pai, mas, um dia, quem sabe? Eu só sei que quero velejar bastante.

* O repórter viaja a convite da Star Sailors League