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Beatriz Pinheiro
São Paulo (SP)
Dia 25/05/2025
10:59
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As imagens de Hugo Calderano após o último jogo nas Olimpíadas de Paris foram duras para o torcedor brasileiro. Após fazer campanha histórica, mas ficar fora do pódio em 2024, ele desabou e não conteve as lágrimas ao atender a imprensa. Em 2025, porém, o desabafo de Calderano é de alegria: o primeiro ano do ciclo olímpico já é o melhor da carreira do carioca de 28 anos, campeão da Copa do Mundo e vice do Mundial.

➡️Saiba a diferença entre Mundial e Copa do Mundo de tênis de mesa

Disputar uma semifinal de Jogos Olímpicos era um marco histórico para Hugo Calderano e para o tênis de mesa sul-americano, visto que desde o Rio 2016 ele já vinha batendo recordes e melhorando as próprias marcas a cada edição. Aos 20 anos, competindo em casa, ele chegou às oitavas de final, igualando o feito de Hugo Hoyama, em Atlanta, duas décadas antes. Em Tóquio, foi até as quartas, estabelecendo um novo recorde.

Mesmo assim, as derrotas para o sueco Truls Moregard, na semifinal, e para o prodígio francês Felix Lebrun, na disputa da medalha de bronze, deixaram um gosto amargo para o brasileiro. Visivelmente abalado, Calderano chorou copiosamente após a partida e deu uma declaração forte sobre todos os sacrifícios feitos ao longo dos anos para chegar àquele ponto.

- Todas as escolhas que eu faço na minha vida são pelo tênis de mesa, eu moro longe da minha família há muitos anos, todos os dias de dedicação, eu treino sete dias por semana... - disse à imprensa, na ocasião.

Nova história

Na temporada 2025, Hugo Calderano retomou o prazer de jogar, além de uma de suas principais armas: a força mental. Em abril, a recuperação se mostrou concreta com a conquista do título inédito da Copa do Mundo de Tênis de Mesa, o maior da carreira até então. Ao superar o líder do ranking Lin Shidong na decisão, em Macau, ele se tornou o primeiro estrangeiro a ser campeão em território chinês, além de ser o primeiro mesatenista de fora da Ásia e Europa a levantar a taça.

Com o título inédito, Calderano retomou sua melhor posição no ranking mundial do tênis de mesa, ocupando o terceiro lugar. Desde 2018 no top 10 do ranking, o brasileiro é o único atleta de fora da Ásia a figurar entre os cinco melhores do planeta.

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Calderano demonstrou confiança depois do título da Copa do Mundo (Foto: Divulgação/ WTT)

Resiliência

Para chegar à inédita final do Mundial de Doha, Hugo Calderano demonstrou resiliência e conseguiu se recuperar de placares desfavoráveis. Na terceira fase, diante do cazaque Kirill Gerassimenko, ele perdia por 2 sets a 0, mas buscou a virada para vencer por 4 a 2.

Na semifinal diante do chinês Liang Jingkun, no último sábado (24), Calderano perdeu dois sets seguidos quando precisava vencer apenas mais uma parcial para confirmar a classificação à decisão. Mesmo com a torcida chinesa em peso no ginásio e o adversário ganhando confiança, o brasileiro venceu o set final e carimbou a vaga inédita.

O segundo ouro inédito não veio, mas méritos para o favorito chinês Wang Chuqin, que venceu a final deste domingo (25), por 4 sets a 1.

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