Considerado por especialistas o "esporte que mais cresce no mundo", o Padel vive um momento decisivo de expansão no Sudeste brasileiro. A modalidade, já consolidada como potência na Europa e na Argentina, tem o Rio de Janeiro como polo central deste crescimento, e Niterói sedia atualmente uma etapa crucial do Circuito Estadual, refletindo esse movimento.
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Em entrevista ao Lance!, um dos organizadores do evento e membro da recém-criada Federação de Padel do Rio de Janeiro Fábio de Sá detalhou o cenário atual do esporte no sudeste do país. Segundo ele, a força do esporte no Sul tem uma explicação geográfica e histórica.
— O Padel hoje no Brasil é muito forte no Sul. Porto Alegre, Santa Catarina, Paraná. A Confederação Brasileira fica em Balneário Camboriú. O segundo país do mundo no Padel é a Argentina. Pela proximidade com Porto Alegre, acaba que a galera migra para lá e fez o Padel ficar forte no Sul — explica.
O desafio no Sudeste, segundo o organizador, é literal: o espaço.
— Pro Sudeste, o Padel ainda não vingou por algumas razões, mas eu acho que principalmente pelo custo de terreno, custo de local para se construir uma quadra. É muito caro.
Apesar do alto custo imobiliário, a demanda reprimida no Rio de Janeiro prova que o potencial é imenso. Com apenas dois clubes em Niterói e um na Barra da Tijuca (o Ponto do Padel), a procura supera, e muito, a oferta.
— Assim, todos os clubes estão lotados, tá? O Padel é um esporte que tem tudo pra pegar em qualquer lugar — afirma Fábio.
A comparação com o tênis é inevitável para explicar a facilidade de adesão:
— O tênis é um esporte extremamente técnico. Você não vai pegar uma raquete, bater e vai funcionar. Você vai errar. Mas o Padel, não. O Padel, qualquer um que nunca jogou esporte de raquete, se segurar uma raquete, vai conseguir botar a bolinha para o outro lado. Cada um no seu nível, mas vai conseguir se divertir. Por isso que o Padel é tão bem aceito.
Com a criação da Federação de Padel do Rio de Janeiro, o cenário deve mudar drasticamente. A entidade não só organiza o circuito estadual, mas articula a expansão física do esporte.
— A expectativa é disso aqui explodir. A gente já tem conversas avançadas com alguns grupos pra poder construir novos centros de Padel, que deve acontecer na Barra da Tijuca — revela o organizador.
No entanto, ele aponta que o "maior desafio" não é apenas construir paredes de vidro e instalar grama sintética. O plano é criar uma base sólida para o futuro.
— Não adianta só ter quadras. Você tem que ter alguém que treine as pessoas, você tem que ter novos atletas, você tem que ter juventude chegando, atletas de divisão de base. Via Federação, a gente vai ter todo um movimento de formação de atletas e formação de treinadores. Essa é a nossa intenção, é o nosso maior desafio aqui.
Impulsionado globalmente, o Padel evoluiu das antigas quadras de alvenaria e cimento para as modernas arenas de vidro e tapete sintético. O crescimento é tão exponencial que a entrada do esporte nos Jogos Olímpicos é tratada como questão de tempo.
— Tem a possibilidade do Padel virar um esporte olímpico em 2032. E essa possibilidade é muito real. O Padel hoje já atende aos pré-requisitos para ser um esporte olímpico, com relação à quantidade de praticantes e à quantidade de países com esporte ativo. É mais uma questão agora de tempo — finaliza.