Escrito por Lance!
O colombiano Egan Bernal vai confirmar, hoje, após a última etapa da Volta da França, o título de campeão da edição 2019 da prova mais importante do calendário do ciclismo mundial. O atleta da Ineos (ex-Sky), terminou a etapa de ontem, entre AlbertVille e Val Thorens, em quarto lugar, mas ampliou a diferença de tempo para o segundo colocado geral, que antes da prova era Julian Alaphilippe (francês da quickstep) e agora passou a ser o britânico Geraint Thomas, seu companheiro de Ineos, 1m12s segundos atrás. Bernal soma 79h52m52s.
Embora a diferença seja pequena, ela é praticamente impossível de ser tirada na última etapa, hoje, nos 126 km planos com chegada em Paris e quase comemorativa, com todo o pelotão em bloco (muitos até brindando com champanhe) chegando com o mesmo tempo e a vitória disputada por sprinters/velocistas que lutam pelos pontos (a classificação geral é pelo tempo).
E o máximo de bônus de tempo é de 10s para o vencedor, o que significa que nenhum concorrente direto, mesmo se vencesse a prova, tiraria a diferença de tempo para Bernal. Enfim: a única chance de o garoto-sensação do ciclismo não vencer seria abandonar a prova por algum problema físico.
Só dá Colômbia
Com a conquista a ser confirmada neste domingo, Bernal é o primeiro colombiano a ganhar a Volta da França e faz do país o primeiro da América do Sul a vencer as três grandes provas, já que Nairo Quintana já ganhou o Giro da Itália (2014) e a Volta da Espanha (2016).
Além disso, a Colômbia vai ter três nomes no Top-10. Quintana, que vai terminar em oitavo lugar a atual edição, tem um vice e um terceiro lugares na França e segue sem vencer a principal prova. Para completar a força colombiana, Rigoberto Uran é o sétimo colocado geral.
A prova
Vale lembrar que a etapa de sexta-feira não teve vencedor, pois foi encerrada quando restavam 28km para o fim. O motivo foi uma chuva de granizo que deixou a estrada com muito gelo. Assim, ficaram valendo o tempo e o posicionamento obtidos na penúltima montanha. E ontem, mais uma vez, as condições climáticas influíram numa etapa. Inicialmente o trecho Albertville-Val Thorens seria de 126km com cinco montanhas categorizadas. Porém, a organização cancelou um dos trechos por temer novo problema com neve (esta é a terceira etapa seguida nos Alpes) e preferiu cortar dois trechos dela, o que fez a prova ficar com 56,5km.
Isso foi terrível para os ciclistas colocados a partir do sexto lugar, com mais de quatro minutos atrás de Bernal. O trecho de quase contrarrelógio impossibilitaria que alguém atacasse na fuga para tirar a diferença. Assim, a briga pelo título passou a ficar resumida entre Bernal, Alaphilippe, Thomas, Kruijswijk e Emanuel Buchmann, distantes menos de dois minutos para o líder.
Logo que a prova começou se viu que Alaphilippe não teria forças para buscar Bernal nem se manter no Top2 (sua posição após a prova é o quinto lugar geral). Bernal, por sua vez, administrou a distância para Thomas e não se preocupou quando o italiano Vicenzo Nibali (Bahrain) atacou e chegou tranquilo, com o tempo de 1h51m53s, dez segundos de frente para o espanhol Alejandro Valverde (Movistar) e 14s para o espanhol Mikel Landa (Movistar). Foi um prêmio de consolação para o italiano, campeão das três grandes voltas e que não fez um bom Tour de France. Mas a festa memo quem fez foi Bernal, em quarto lugar ao lado de Thomas que o cumprimentou antes mesmo da chegada.
- Fiz o que tinha de fazer nesta etapa, seguir o líder bem proóximo. Creio que estamos a pnto de ganhar o primeiro turno e o trunfo é de todo o país. Ganhamos Giro e Vuelta e será uma hnra eu confirmar na prova de amanhã o meu primeiro tour. Estou ansioso em cruzar a linha amanhã - disse Bernal, que faz temporada fantástica em 2019 (venceu Paris-Nice e Volta da Suíça).