Jonas Gonçalves Oliveira foi um dos atacantes mais elegantes e eficientes que o futebol brasileiro produziu neste século. Conhecido pela frieza nas finalizações, pela inteligência tática e por uma capacidade incomum de transformar espaços curtos em gols, o jogador construiu uma trajetória sólida entre o Brasil e a Europa. Nascido em Taiúva, no interior de São Paulo, o "Mestre Jonas" viveu grandes momentos no Grêmio e alcançou status lendário no Benfica, onde encerrou a carreira em 2019 com números impressionantes e idolatria incontestável. O Lance! te conta por onde anda Jonas.

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A carreira de Jonas foi marcada pela regularidade e pela técnica refinada. Sem ser um centroavante de imposição física, ele compensava com leitura de jogo, domínio orientado e precisão no chute. Foi artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2010 e, na Europa, superou marcas históricas de compatriotas, tornando-se o maior goleador brasileiro da história do Benfica. Entre títulos, gols decisivos e prêmios individuais, sua trajetória une eficiência e sobriedade — o tipo de jogador que fez do gol uma arte e do silêncio, um estilo.

Clubes em que Jonas jogou

Jonas começou no Guarani, onde se destacou entre 2004 e 2005 e chamou atenção de clubes maiores. Em 2006, foi contratado pelo Santos, participando da conquista do Campeonato Paulista, mas uma grave lesão no joelho o afastou dos gramados por meses. Recuperado, viveu bons momentos, mas encontrou seu verdadeiro auge ao ser transferido para o Grêmio, em 2007.

No clube gaúcho, alternou fases de titular e reserva até se firmar definitivamente em 2009. Foi o artilheiro do Brasileirão de 2010, com 23 gols, e tornou-se um dos maiores goleadores do Grêmio em competições nacionais. Após rápida passagem emprestada pela Portuguesa, onde voltou a ganhar confiança e ritmo, Jonas retornou ao Tricolor e consolidou sua fama de finalizador implacável.

Em janeiro de 2011, transferiu-se para o Valencia, da Espanha, por cerca de 1,25 milhão de euros — uma das negociações mais comentadas da época por causa do valor baixo da multa rescisória. Na Espanha, viveu bons momentos e protagonizou um feito curioso: marcou o segundo gol mais rápido da história da Liga dos Campeões, com apenas 10,96 segundos de jogo. Entre 2011 e 2014, fez mais de 150 partidas pelos Ches e se adaptou bem ao futebol europeu.

Mas foi no Benfica que Jonas se imortalizou. Chegou em 2014 e, logo na primeira temporada, assumiu o protagonismo. Vestindo a camisa 10, marcou 137 gols em 173 partidas oficiais e se tornou o maior artilheiro brasileiro da história do clube lisboeta. Entre 2014 e 2019, foi campeão português quatro vezes, venceu taças nacionais, recebeu prêmios individuais e virou sinônimo de eficiência e liderança técnica nas "Águias". Aposentou-se em julho de 2019, aos 35 anos, após sofrer com dores crônicas nas costas.

Por onde anda Jonas?

Desde que pendurou as chuteiras, Jonas mantém um estilo de vida discreto e reservado. Por onde anda Jonas? Ele vive entre Lisboa e o Brasil, acompanha o futebol de perto e participa de eventos pontuais ligados ao Benfica, onde é constantemente homenageado. Evita cargos técnicos ou executivos e prefere manter-se próximo da família, dedicando-se a projetos pessoais e aparições institucionais em cerimônias, premiações e campanhas de marketing ligadas ao clube português.

Embora não tenha assumido um papel direto no futebol, Jonas continua sendo lembrado como um modelo de profissionalismo e elegância. Em entrevistas recentes, falou sobre a saudade dos gramados, o orgulho da trajetória e a alegria de ser lembrado como "um jogador que marcou época com simplicidade e eficiência".

Estilo e legado

Jonas não era o atacante que dependia da força ou da velocidade — sua arma era a inteligência. Movimentava-se entre linhas, atraía defensores e executava com poucos toques, sempre escolhendo o tempo exato da jogada. O domínio orientado e o chute preciso o tornaram uma máquina de gols tanto no Brasil quanto em Portugal. Taticamente, foi um jogador moderno, capaz de flutuar como segundo atacante ou atuar centralizado, adaptando-se às necessidades da equipe.

Seu legado ultrapassa os números: Jonas simboliza o atacante cerebral, que compensa a ausência de exuberância física com técnica e leitura. Tornou-se ídolo no Benfica, respeitado no Grêmio e admirado por torcedores que valorizam o futebol de alto QI. Em um esporte que muitas vezes premia o espetáculo ruidoso, Jonas brilhou pela economia de gestos e pela precisão cirúrgica — uma definição viva do "menos é mais".

Resumo da carreira

Período profissional: 2005–2019

Clubes: Guarani, Santos, Grêmio, Portuguesa, Valencia e Benfica

Principais títulos:

Prêmios individuais: Bola de Prata (2010), Artilheiro do Brasileirão (2010), Melhor jogador da Primeira Liga (2015 e 2016), Bola de Prata em Portugal (2016 e 2018)

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