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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 14/08/2025
07:10
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No futebol, os números vão além da identificação no uniforme. Eles carregam significados táticos, simbólicos e até emocionais. A camisa 10, por exemplo, é associada ao craque do time, o maestro. Já a camisa 1 está reservada ao goleiro, o guardião do gol. Mas um dos números mais icônicos da história do esporte é a camisa 7 — frequentemente relacionada ao ponta-direita.

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No futebol, os números vão além da identificação no uniforme. Eles carregam significados táticos, simbólicos e até emocionais. A camisa 10, por exemplo, é associada ao craque do time, o maestro. Já a camisa 1 está reservada ao goleiro, o guardião do gol. Mas um dos números mais icônicos da história do esporte é a camisa 7 — frequentemente relacionada ao ponta-direita.

Em praticamente todas as grandes seleções e clubes do século XX, o número 7 era ocupado pelo jogador que atuava aberto pela direita, explorando a velocidade, o drible e a capacidade de cruzar ou finalizar. Mas como essa tradição começou? E por que o 7, especificamente, ficou atrelado a essa posição?

Neste artigo, vamos mergulhar na história da camisa 7 no futebol, entender sua origem tática, rever os craques que a imortalizaram e analisar como essa função evoluiu nas formações modernas.

O início da numeração fixa e o surgimento do 7 como ponta

Durante boa parte do século XX, as escalações dos times seguiam uma ordem numérica diretamente ligada à posição em campo. Na formação 2-3-5, muito comum entre os anos 1920 e 1950, os cinco atacantes usavam os números de 7 a 11:

Essa estrutura deixou marcas duradouras. O ponta-direita, ágil e vertical, ficava responsável por abrir o campo e abastecer o ataque. Era o típico jogador de linha lateral, que usava a velocidade para ultrapassar defensores e cruzar para a área.

Como essa formação foi amplamente usada nas décadas iniciais do futebol moderno, o número 7 ficou associado para sempre a esse tipo de jogador. Mesmo com a evolução dos sistemas táticos, o símbolo permaneceu.

Craques que imortalizaram a camisa 7 pela ponta

O número 7 foi eternizado por jogadores brilhantes que atuavam abertos pela direita e marcaram época com gols, assistências e muita personalidade. Entre os principais nomes que atuaram nessa função, podemos destacar:

  1. Garrincha (Brasil): considerado o maior ponta-direita de todos os tempos, foi o camisa 7 da Seleção Brasileira nas Copas de 1958 e 1962. Seu drible desconcertante e capacidade de decidir jogos o tornaram uma lenda.
  2. George Best (Irlanda do Norte): ídolo do Manchester United nos anos 1960, combinava habilidade, ousadia e poder de finalização. Foi um dos primeiros a dar glamour à camisa 7.
  3. Kevin Keegan (Inglaterra): referência no Liverpool e na seleção inglesa, também usava a camisa 7, representando o típico ponta britânico rápido e direto.
  4. Luis Figo (Portugal): outro grande exemplo de camisa 7 moderno, com técnica refinada, visão de jogo e ótimo desempenho atuando tanto na direita quanto por dentro.
  5. David Beckham (Inglaterra): transformou a camisa 7 do Manchester United em um ícone da cultura pop. Era um meio-campista de lado que se destacava pelos cruzamentos e bolas paradas.
  6. Cristiano Ronaldo (Portugal): embora tenha começado como ponta-direita, migrou para funções mais centrais com o tempo. Mesmo assim, é o maior símbolo da camisa 7 no futebol contemporâneo.

Esses nomes ajudaram a manter viva a ligação entre o número 7 e o jogador ofensivo que atua pela faixa direita do campo.

A evolução da função e da camisa 7

Com o tempo, os sistemas táticos evoluíram. O 4-3-3 e o 4-2-3-1 passaram a dominar o cenário do futebol, e a função do ponta-direita se transformou. Ele passou a ser um extremo — jogador que joga aberto e corta para o meio para finalizar ou buscar o passe decisivo.

Além disso, muitos técnicos passaram a inverter os pontas, colocando destros na esquerda e canhotos na direita, justamente para permitir esse movimento de corte para dentro. Mesmo com essas mudanças, o número 7 continuou sendo reservado ao jogador criativo e veloz que atua na frente.

Em alguns casos, a camisa 7 passou a ser usada até mesmo por centroavantes ou jogadores centrais, dependendo da relevância e da simbologia do número no clube ou na seleção. Isso é comum quando o número representa um legado — como é o caso de Cristiano Ronaldo em Portugal e no Real Madrid.

O que representa a camisa hoje?

Mais do que uma posição tática, a camisa 7 representa hoje um perfil de jogador: ousado, ofensivo, decisivo, protagonista. Ela carrega uma herança de jogadores carismáticos e habilidosos, e por isso é sempre observada com atenção quando atribuída a alguém.

Clubes como Manchester United, Real Madrid e Flamengo têm uma relação histórica com o número 7, e os torcedores acompanham com expectativa quem assume essa responsabilidade. Em alguns casos, a camisa 7 é tratada como símbolo de identidade do clube.

Uma tradição que atravessa gerações

A camisa 7 pode não ser mais, exclusivamente, do ponta-direita clássico dos anos 1950. Mas seu legado permanece. É uma das camisas mais simbólicas do futebol mundial e segue sendo uma das mais desejadas pelos jogadores ofensivos.

Ela representa velocidade, talento, irreverência e protagonismo. Do drible desconcertante de Garrincha aos gols monumentais de Cristiano Ronaldo, passando pela classe de Figo e o carisma de George Best, a história do número 7 é, também, a história do futebol encantador que atravessou gerações.

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