Não é novidade que o Flamengo contesta a forma de distribuição dos valores do pay-per-view (PPV) do Campeonato Brasileiro de 2025, administrados pela Liga do Futebol Brasileiro (Libra). Com as negociações recentes sem consenso entre os envolvidos, o impasse pode ser levado à Justiça, segundo informações da Máquina do Esporte.
A Libra, grupo do qual o Flamengo faz parte, propõe um modelo de divisão das receitas que prevê 40% do montante repartido de forma igual entre os clubes, 30% atrelado ao desempenho esportivo e 30% vinculado aos índices de audiência.
Segundo Luiz Eduardo Baptista, presidente do Flamengo, o contrato gera uma perda estimada de cerca de R$ 100 milhões ao clube rubro-negro.
— Sabe quando vou aceitar receber 3,5 vezes a mais do que os clubes pequenos? Nunca! Não vai acontecer acordo nessas condições. O Flamengo não será desapropriado. Isso é a desapropriação de um ativo que é nosso por nenhuma razão, nenhum critério, nenhum mérito que possa ser aventado — disse Bap em entrevista recente.
Segundo informações do UOL, assim que recebeu parte do pagamento, o Flamengo enviou à Globo e à Libra uma notificação extrajudicial solicitando alterações na forma de repasse dos valores. Em relação ao pay-per-view (PPV), o pedido do clube carioca é que os valores não fossem pagos até uma definição.
Clube não aprovam mudanças
O Flamengo pressiona por uma fatia maior na divisão das receitas, o que, na prática, significaria um incremento de cerca de R$ 23 milhões no acordo firmado com a Globo em 2024, quando o clube ainda estava sob a presidência de Rodolfo Landim.
Em encontro realizado em 26 de agosto, os clubes que integram a Libra, entre eles Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Vitória, se posicionaram contra a alteração sugerida pelo Flamengo na divisão das receitas.
A audiência é dividida igualmente entre os clubes: se o Time A enfrenta o Time B, cada um recebe metade da contagem da audiência e o valor é dividido proporcionalmente. O Flamengo, que possui a maior torcida do país, defende que o correto seria considerar o cadastro do assinante, que indica a qual clube ele torce. A proposta, no entanto, não foi aprovada pelos demais times.
A justificativa apresentada foi de que, caso o Rubro-Negro aumentasse sua fatia, os demais acabariam perdendo valores já previstos em seus orçamentos.
A Máquina do Esporte ainda relata que existe a preocupação por parte de cartolas dos clubes de que o impasse acabe sendo definido nos tribunais.