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Dupla Atletiba assume papel de grande e tenta mudar o rumo do futebol brasileiro

Unidos, Atlético-PR e Coritiba lutam por mudanças

Atletiba 370: o clássico que não aconteceu. (Geraldo Bubniak /AGB)
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Considerados clubes médios no Brasil, com um título brasileiro cada, Atlético-PR e Coritiba vem tentando revolucionar o futebol brasileiro dentro de suas limitações. Um caminho longo e difícil, que está sendo traçado com polêmicas e muita luta.

O cancelamento do Atletiba do último domingo, na Arena da Baixada, pela quinta rodada do Campeonato Paranaense, é mais um capítulo da união entre os clubes paranaenses, que começou nas eleições para a Federação Paranaense de Futebol (FPF). Há dois anos, eles e o Paraná lançaram um candidato, Ricardo Gomyde, e romperam com a entidade. Perderam, mas iniciaram um processo.

A dupla Atletiba vem, desde então, alinhando suas ideias particulares. Coxa e Furacão fizeram entrevistas coletivas juntos, fecharam patrocinador em conjunto, foram os primeiros a assinar com o Esporte Interativo para 2019-2024 e, mesmo com alguns erros no caminho, buscam separar as arestas. Eles sabem que a união dos dois maiores clubes do Estado pode torná-los mais fortes no cenário nacional.

Foi assim, na conversa entre os dois, que plantaram a semente da Primeira Liga nos moldes da antiga Copa Sul-Minas. O objetivo era formar um bloco de clubes para fazer frente nas discussões com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Rede Globo, organizando um campeonato igualitário, democrático e justo. Na correria e com a adesão de Fluminense e Flamengo, que também estavam em atrito com sua respectiva federação, eles fizeram a primeira edição no ano passado, com o Flu derrotando o Atlético-PR na final. A ideia era, no ano seguinte, ter tempo para organizar e deixar a competição redonda. Não deu certo.

Contrários com o novo modelo de cotas, que não seguiria mais a divisão como era na Premiere League, atleticanos e alviverdes abandonaram o torneio que idealizaram. Eles queriam que mantivessem 50% entre os clubes, 25% por audiência e 25% para premiação. No entanto, os números foram alterados para 46% para os participantes, 31,5% por audiência e 22,5% para os prêmios. Além disso, os clubes participantes foram divididos em quatro grupos de cotas, com os dois paranaenses apenas no terceiro grupo. Romperam.

A união entre os rivais é tanta que Petraglia e Bacellar estão conversando para utilizar a Arena da Baixada compartilhada, com os dois jogando no mesmo estádio. Desde o ano passado, Coxa e Furacão costuram com políticos essa possibilidade. As torcidas, em sua maioria, não aprovam essa parte.

Nesta temporada, mais inovações. Após receberem R$ 2,2 milhões pelo Estadual do ano passado, a Rede Paranaense de Comunicação (RPC) ofereceu R$ 1,5 milhão em 2017. Atlético-PR e Coritiba não aceitaram. É bem verdade que o Furacão já tinha feito isso, sozinho, e só vendido seus direitos de transmissão quando jogou contra o Coxa na final, pelo mesmo valor total que pedia, mas tendo só os dois jogos finais transmitidos. Em anos recentes também foi o último a aceitar o valor, próximo do início do torneio.

Assim, sem compromisso com a filiada da Globo, a dupla conversou para transmitir seu jogo pela internet, em uma atitude revolucionária no futebol brasileiro. Em parceria com o Youtube, Rubro-Negro e Verdão anunciaram o feito na última sexta-feira. O Esporte Interativo, inclusive, cedeu profissionais de graça para auxiliar.

Neste domingo, quando os times estavam perfilados e a transmissão inédita ocorria, a bola não rolou. A FPF alegou que profissionais de imprensa escalados (narrador, comentarista, repórteres e o pessoal de apoio) não estavam credenciados e o jogo não poderia ocorrer - o regulamento não diz isso. Os clubes alegam que a entidade que manda no futebol paranaense vetou o duelo por causa da exibição online.

- Essa iniciativa pioneira vai servir para o resto dos tempos. Atlético-PR e Coritiba, unidos, iniciaram um processo silencioso de dizer não. Nós temos esse direito de decidir. E fica o alerta aos demais presidentes de clubes: vamos dizer não. É uma palavra simples. Romper com essas coisas. Chega - pediu Luis Sallim Emed, mandatário atleticano durante a paralisação, no gramado.

Não teve jogo, mas a história foi escrita. O dia 19 de fevereiro de 2017 representa um marco no futebol brasileiro. Atlético-PR e Coritiba deram o pontapé que os grandes clubes não fizeram. E certamente começarão a ser cobrados por isso.