Futebol Paranaense

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Atlético-PR acusa agente por negócio frustrado com Seedorf e saída de Weverton

Além dos dois, Furacão ainda deve perder a promessa Marcos Bahia, que ainda não assinou contrato profissional com o clube. Sidcley é o outro agenciado pela empresa OTB Sports.

Seedorf havia aceitado proposta do Furacão, mas agente Bruno Paiva pediu 'comissão exorbitante". (AFP)
Escrito por

No início da noite de segunda-feira, o Atlético-PR lançou uma nota oficial acusando o agente Bruno Paiva pela não vinda do manager Seedorf. Além disso, o clube brasileiro ainda acusa o empresário de influenciar na saída de Weverton e da promessa da base, Marcos Bahia.

Sem se pronunciar oficialmente até o momento, o Furacão decidiu abordar o tema envolvendo o técnico holandês. Anteriormente, o ex-atleta tinha aceitado a oferta atleticana e recuou no final do ano. No começo de 2018, o Rubro-Negro anunciou Fernando Diniz como novo treinador.

De acordo com a nota, assinada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Mario Celso Petraglia, a empresa OTB Sports, responsável pela carreira de Seedorf, pediu uma "comissão exorbitante" pela negociação e dificultou o acerto após as trocas de minutas do contrato. Além disso, o Atlético-PR descobriu outras situações envolvendo seus comandados que melaram de vez o negócio.

Paiva agencia a carreira do goleiro Weverton, que não aceitou a renovação para seguir no CT do Caju e acabou se transferindo para o Palmeiras. O empresário também empresaria o volante Marcos Bahia, da Seleção Sub-17, que ainda não tem contrato profissional com o Furacão e deve sair "de graça". A empresa ainda cuida do lateral-esquerdo Sidcley e já teme por sua saída em breve.

Diante dos problemas, o Furacão alertou para que outros clubes e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tomem cuidado com a empresa citada devido ao seu comportamento e ainda afirma que, dentro de mais de 800 intermediários cadastrados, apenas cinco ou seis dominam o mercado brasileiro. "Algo deve ser feito"", sentenciou Petraglia.

Confira a nota oficial:

"O Clube Atlético Paranaense vem a público, em especial perante a sua torcida, apresentar as principais razões que levaram à exclusão da alternativa Seedorf no planejamento técnico do futebol atleticano.

Com a saída de Paulo Autuori, o CAP foi ao mercado buscar um Coordenador e Técnico para a condução do futebol profissional. Várias opções se apresentaram ao Clube e, dentre elas, a oferta dos serviços de Clarence Seedorf, pelo intermediário do Sr. Bruno Paiva, representante da OTB Sports (empresa de gerenciamento de atletas e treinadores).

As tratativas caminhavam e Seedorf conheceu a estrutura e o projeto do CAP para as temporadas de 2018 e 2019, chegando até a definir as condições iniciais de sua contratação por intermédio do Sr. Paiva, com a confecção, inclusive, de minuta contratual. Porém, durante as negociações, o CAP deparou-se com a conduta negativa do referido agente, que passou a exigir uma exorbitante comissão pela intermediação. Nessa ocasião, o CAP ainda tomou conhecimento de como o Sr. Paiva, também agente e procurador do nosso ex-goleiro Weverton, conduziu a não renovação de seu contrato, além das suas ações de impedir a profissionalização pelo Clube do garoto Marcos Antonio Silva Santos (o “Bahia”), que por conta da formação de excelência recebida, chegou até a Seleção Brasileira Sub-17. Próximo de alcançar os 18 anos de idade (em junho de 2018), Bahia, influenciado por seus agentes, muito provavelmente romperá sua formação desportiva e buscará subterfúgios para burlar a indenização nacional por formação estabelecida na Lei Pelé e fixar vínculo desportivo no mercado estrangeiro, objetivando tão somente pagar custos básicos de formação, (indenização externa) em prejuízo técnico, econômico e financeiro do Clube Formador!

Vale dizer que, além de Weverton e Bahia, Paiva também adquiriu procurações de outros atletas com formação no CAP — caso do lateral Sidcley Ferreira Pereira — possivelmente com o auxílio de um ex-funcionário, o Sr. Pedro Zalla, que atuou no Clube e hoje também pertence ao grupo OTB Sports.

Exige o tema uma nota de reflexão, tanto para o CAP como para todos os clubes do futebol brasileiro, bem como à CBF — que regulamenta a atuação dos intermediários perante seus filiados — sobre a inescrupulosa conduta de certos agentes que, além de explorarem economicamente atletas e treinadores, intervêm negativamente em suas carreiras, direcionando-os para aquilo que melhor atenda a seus interesses financeiros pessoais. Tais agentes atuam de forma parasita sobre os já combalidos cofres dos clubes brasileiros, que, na ânsia de obter bons resultados em campo, acabam cativos, compelidos a aceitar as exigências de valores absurdos de contratos de trabalho e comissões maiores ainda. Enriquecem os agentes e empobrecem os clubes, que são (e devem ser) os únicos e verdadeiros protagonistas do futebol.

A Lei Pelé, de 1998, originou o fim do “passe” e criou o instrumento para o fim da “escravidão” no futebol. Porém, o que se apresenta hoje é que o “escravo” apenas mudou de “dono”. A CBF registra em torno de 800 nomes de agentes que atuam no controle dos atletas desde seu início de carreira. Muitos meninos com 12 e 13 anos de idade já possuem agentes, com procurações “compradas” com o dinheiro dos próprios clubes. Atualmente, o mercado do futebol está centralizado em 5 ou 6 grandes grupos de empresários, que ditam as regras de mercado e dominam as relações entre clubes e atletas.

Algo deve ser feito!

Cabe aqui, o protesto formal do Clube Atlético Paranaense contra esse nefasto e prejudicial sistema mercadológico estabelecido pela ganância de quem nada contribui com o futebol — ao contrário, dele apenas se alimenta. Compete aos clubes, seus dirigentes e órgãos reguladores tomarem medidas urgentes a respeito do “Mal” representado por essas intermediações e dar um “Basta!”, para o bem do futuro do futebol.

Mario Celso Petraglia
Presidente do Conselho Deliberativo
Clube Atlético Paranaense"