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#VamoChape: Filho de Caio Júnior, Gabriel Saroli conta ao L! os desafios como técnico e seu primeiro título

Cinco anos após treinador da Chapecoense ser uma das vítimas do acidente aéreo da LaMia 2933, seu caçula é campeão com equipe sub-23 do Atlético Atlanta (EUA)

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Mesmo em meio às duras lembranças em torno do desastre aéreo do voo da LaMia 2933, a chama do futebol continua acesa na família de Caio Júnior. Passados cinco anos da morte do treinador da Chapecoense que chegou à final da Copa Sul-Americana, seu filho caçula, Gabriel Saroli, engata carreira como treinador nos Estados Unidos. Ao LANCE!, o jovem de 25 anos detalhou desde a experiência com seu pai a seus primeiros passos como comandante do sub-23 do Atlético Atlanta (Aperte o play acima e veja na íntegra a entrevista).

- Gosto de dizer que sou um privilegiado de ter um pai como ele, por acompanhar a sua carreira de alto nível. Vivi algo que muita gente nunca viveu. Isso me preparou, me deu uma experiência importante, que muitos demoram a vivenciar - disse, ressaltando:

- Decidi pegar esse rumo e tem sido muito gratificante, né?! Vou seguir a carreira dele e, se Deus quiser, manter o nome dele no futebol - completou.

Chegada de Gabriel Saroli ao Atlético Atlanta aconteceu por intermédio do ex-jogador Sinuê, que foi colega de Caio Júnior (Foto: Antunes Cruz / Divulgação)

Gabriel Saroli tinha morado e estudado durante seis anos nos Estados Unidos. Mas o abalo diante da perda do pai chegou a causar um afastamento momentâneo do jovem em relação ao futebol. 

- Eu ia fazer parte da comissão técnica do meu pai, mas na preparação física. O Matheus (Saroli, seu irmão) também iria ficar na comissão técnica. Mas quando aconteceu o acidente, parei de pensar em futebol. Era difícil até de assistir a jogos, não me via trabalhando com futebol - contou.

O fator determinante para cogitar uma ligação com os gramados aconteceu aos poucos.

- Fui a um treino do Corinthians, senti esse calor. Aos poucos, fiz outros cursos. No ano passado, em uma conversa no (aplicativo) Clubhouse, estava o Sinuê, ex-jogador que era amigo do meu pai (o atacante  Sinuê foi contemporâneo de Caio Júnior no Grêmio). O Sinuê me colocou em contato com o (treinador) João Alexandre Garcia, que estava buscando alguém para integrar a comissão técnica do Atlético Atlanta. Foi uma coincidência muito grande. Foi Deus que me colocou naquela sala - afirmou.

Saroli destacou os desafios com os quais convive neste início de trabalho no Atlético Atlanta.

- Cheguei para ser ao mesmo tempo auxiliar da equipe principal e treinador da equipe sub-23. Sou muito novo, alguns atletas têm praticamente a minha idade, já outros são mais velhos que eu. Essa mudança de relação para um cargo de treinador foi difícil, mas com o passar das semanas, as coisas foram acontecendo. Trato todos igualmente - frisou.

Depois de quatro meses à frente da equipe sub-23, Gabriel Saroli levou o Atlético Atlanta ao título do torneio regional da Geórgia da UPSL (United Premier Soccer League) Division One, formato que seria próximo ao da Quarta Divisão do Brasil. 

- Graças a Deus, tudo correu bem na primeira temporada, conseguimos ir bem e já saímos com o título - recordou, detalhando:

- Nossa escala de pressão é diferente. Não temos pressão da imprensa, por exemplo, é uma liga semi-profissional. Mas muitos jogadores almejam chegar a um nível profissional, nós também queremos evoluir. A pressão é muito da nossa parte mesmo - completou.

Cinco anos depois da morte de Caio Júnior, Gabriel Saroli revelou como lida com esta partida abrupta do pai.

- É difícil, até hoje parece mentira, que a qualquer momento vou receber uma mensagem, ele vai aparecer. Nunca vai cair a ficha, parece que foi um pesadelo. Mas a gente vai aprendendo a lidar. É claro que têm dias piores, nos quais dá vontade de conversar. Mas tenho religião, minha fé, minha namorada, que tem me ajudado muito. Só que a verdade é que o tempo nos ajuda muito a lidar. A dor sempre vai ficar. Só que Deus vai nos dando força - declarou


O filho ainda aponta o que gostaria de falar para o treinador, que teve trabalhos em clubes como Paraná, Goiás, Botafogo, Bahia, Vitória, Grêmio e Flamengo.

- O que tenho mais vontade de contar para ele é como ele era amado, como as pessoas admiravam ele. Sou meio suspeito para falar do nível dele, mas é só ver os clubes que ele treinou. De qualquer forma, sempre foram importantes as relações pessoais para ele. Mas também falar como foi e é lembrado - disse.

Gabriel Saroli comandou time sub-23 na conquista do torneio regional da Geórgia da UPSL(Foto: Antunes Cruz / Divulgação