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Primeira Liga: críticas e ‘sabotagem’ dos próprios participantes

Técnicos reclamam, fundadores colocam reservas e dificultam valorização do produto

FOTO NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.
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Tem técnico que nem ao jogo vai. E outro que vai faz questão de alfinetar sem nem mesmo ter sido perguntado sobre o assunto. O início da segunda edição da Primeira Liga não tem sido um mar de rosas. E o mais curioso tem sido a "sabotagem" interna promovida por alguns participantes, o que gera uma perda maior de valor da competição, criada na tentativa de mudança de rumo político e esportivo em estados das regiões Sudeste e Sul.

O calendário é o principal motivo apresentado para reclamações. Abel Braga, treinador do atual campeão Fluminense, classificou a disputa como "competição que não conseguimos entender". Vagner Mancini, da Chapecoense, chamou de "ridículo" o fato de haver conflito de datas entre a Primeira Liga e o Catarinense. Se não fosse o Cruzeiro aceitar o adiamento em um dia, a Chape teria jogado duas vezes na quarta-feira.

O time catarinense, por sinal, perdeu os dois compromissos, tendo jogado o segundo com time reserva (pela própria Primeira Liga). O Fluminense também recheou o time de reservas contra o Internacional, enquanto o Grêmio usou o confronto com o Flamengo para testes e observação de jogadores pouco utilizados.

O resultado é que isso tudo dificulta a entrada da competição no gosto do torcedor e, principalmente, dos investidores, apesar do contrato de três temporadas firmado com a Globo. A Primeira Liga, que tem como CEO o ex-vice-presidente de marketing do Flamengo, José Rodrigo Sabino, admite que há obstáculos a serem superados.

- Cada clube tem sua responsabilidade, define o caminho que quer seguir. A liga e todo o futebol estão sofrendo com a questão de calendário, que é complicada. Até a CBF passou aperto com essa mudança da Libertadores. Sabíamos que seria difícil este ano. Programamos um calendário lá trás que acabou impactado - afirmou Sabino ao LANCE!, ainda completando:

- Tentamos resolver muitas questões para não atrapalhar competição, mas aconteceram mudanças. Muitos clubes falaram que a preferência era jogar a liga, mas, no dia a dia, a decisão de poupar acontece.

O Flamengo, em nome da postura política de combater ações da Ferj, mantém o comportamento e o discurso de valorizar a Primeira Liga. O vice-presidente de Administração, Rafael Strauch, aproveitou o primeiro borderô do clube na competição para alfinetar o Carioca, argumentando que o rendimento financeiro nas partidas é muito melhor.

Mas o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, também vê um certo enfraquecimento no ideal político lançado na origem da liga.

- A Primeira Liga é uma causa. Acho que está um pouco prejudicada. Como conceito, de auto-organização, perdeu um pouco o conteúdo por culpa dos próprios clubes. Grêmio faz mea culpa. Lamentavelmente, muitos interesses estão se sobrepondo a isso. Mas vamos tentando passar por cima. Temos que refazer o debate - admitiu o dirigente, ressaltando que a ausência de Renato Gaúcho no jogo contra o Fla foi por motivos técnicos:

- Isso estava programado. Já sabia que iria colocar todo mundo em atividade, fazer a avaliação dos jogadores que estão chegando. Estamos jogando com time alternativo porque é uma estratégia do clube. Estamos jogando para classificar.

Sem ser incluída no calendário da CBF - que não mostrou disposição politica para fazê-lo -, a Primeira Liga perdeu a participação dos grandes paranaenses, Atlético-PR e Coritiba, por causa da discórdia na divisão das cotas de TV. A disputa terá definição do campeão só no segundo semestre, com jogos do mata-mata em datas Fifa. Mas o CEO José Rodrigo Sabino acredita que ainda dá para fazer a competição engrenar.

- A primeira fase está apertada, mas a segunda fase vai ser bacana, com o mata-mata que vai ser atrativo. Neste momento sabíamos que teria algum aperto, tentamos evitar, mas já estamos olhando para frente - comentou ele, que, em meio aos obstáculos, tem a missão de buscar parceiros comerciais para a competição.

- A Liga é dos clubes, os donos são os clubes. É questão de sentarem e resolverem.