Futebol Nacional

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Opinião: ‘A operação por trás do Gigante’

André Moraes, diretor-presidente do Mineirão, explica vantagem de jogar no estádio

(Foto: Divulgação)
Escrito por

Dos 853 municípios de Minas Gerais, apenas 57 possuem população acima de 62 mil habitantes. As outras 796 cidades mineiras poderiam colocar toda a sua população dentro do Estádio Mineirão, referência que expõe o desafio na gestão desse gigante cinquentenário de mais de 330 mil m² construídos e que, desde 2013, já recebeu mais de 5 milhões de pessoas. Somos um templo do futebol, referência em sustentabilidade, expoente em arena multiuso aberta diariamente, o que demanda dedicação intensa. Partindo desse ponto, outra questão vem à tona e deve ser ressaltada: a possibilidade de oferecer a um clube a liberdade de focar todas as suas atenções no que realmente importa para o torcedor: o seu time do coração, sem necessidade de investir tempo e recursos próprios em infraestrutura e nas operações pré e pós-jogo.

Por essa razão, são grandes os benefícios das parcerias entre os clubes e palcos como o Mineirão. Para jogar uma partida no complexo, as delegações arcam unicamente com as despesas diretas, o chamado custo operacional da partida, ou seja, não há relação com os valores fixos necessários para a manutenção da estrutura e a mão de obra diárias. Para se ter uma ideia, durante todo o ano passado, aqui jogaram Cruzeiro, Atlético, América e Villa Nova, que em suas partidas arcaram com menos de 18% do custo anual do Mineirão. Portanto, vale muito a pena jogar em uma arena onde os clubes não precisam se preocupar com sua onerosa manutenção.

Ao longo dos quatro primeiros anos de concessão, o aprendizado sobre essa complexa operação vem se transformando em melhor eficiência de custos e em benefícios dos clubes. A cada ano, nossa operação fica mais eficiente e menos onerosa. Os clubes entenderam melhor a relação entre a estimativa de público e os custos operacionais e passaram, de acordo com a expectativa e importância de cada partida, a abrir o estádio de forma mais sustentável e inteligente, com a possibilidade de fechar setores e deixar a margem entre público previsto e público presente cada vez mais próxima. Esse planejamento é primordial para potencializar os resultados.

Há ainda um relevante bônus: a possibilidade de explorar comercialmente o estádio, comercializar ingressos, negociar projetos de patrocínio e investir a renda da remuneração proveniente das receitas de alimentação, bares e estacionamento. Como exemplo, é possível citar a parceria entre o Mineirão e o Cruzeiro. Nesse caso, a concessionária arca ainda com 30% dos custos operacionais das partidas. Já o Atlético, que tem contratos pontuais, teve um retorno de renda líquida de bilheteria, em 2016, na proporção de R$ 4 para cada R$ 1 investido na operação do Mineirão, somando quase R$ 9 milhões para os cofres do clube em apenas dez partidas.

Além disso, o Gigante da Pampulha foi pensado, desde a sua concepção, para eventos além do futebol. Há um alto aproveitamento de cada um dos espaços que fazem parte do complexo, e, este ano, teremos um evento a cada três dias, entre jogos, shows e eventos corporativos e ao ar livre.

A gestão de uma máquina como essa foi pensada de acordo com nossa realidade local e para oferecer experiências únicas aos torcedores e aos clubes. Para tanto, há um forte empenho nos bastidores – que o grande público não vê –, o que exige um expressivo dispêndio financeiro. Todas as nossas forças têm como objetivo, entre outros, oferecer retorno e praticidade aos clubes, além de lembranças positivas para cada uma das pessoas que passam por aqui, com segurança e alta qualidade nos serviços prestados. Com isso, buscamos um crescimento sólido e inovador, mas que nunca deixou de reproduzir a essência do futebol e da tradição mineira, que são alguns dos pilares mais importantes deste negócio.

*André Moraes é diretor-presidente do Mineirão.