Futebol Nacional

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

LANCE! Opina: O novo golpe da CBF

Sem participação dos clubes e a pretexto de enquadrar a entidade nos termos da lei do Profut, os lobos da confederação aplicaram mais um golpe contra o futebol brasileiro

Del Nero e seu aspone-mor, Feldman, zombaram do espírito e da tradição legislativa brasileira (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)
Escrito por

Foi maquiavélica a mudança do estatuto da CBF aprovada nesta quinta pelas 27 federações em Assembleia Geral. Sem participação dos clubes e a pretexto de enquadrar a entidade nos termos da lei do Profut, os lobos da confederação aplicaram mais um golpe contra o futebol brasileiro. Com uma manobra esperta, mas de legalidade discutível, Del Nero e seu aspone-mor, Walter Feldman, zombaram do espírito e da tradição legislativa brasileira.

Para se enquadrar à nova lei, os 40 clubes das séries A e B foram incluídos no colégio eleitoral da ​CBF. Mas os que fazem verdadeiramente o nosso Fut seguem sem poder de decisão, já que o novo estatuto estabelece pesos diferentes para cada eleitor. Assim, cada voto de federação valerá por três, os clubes da Séria A terão peso dois e os da série B voto unitário. No computo geral, se todas as federações ficarem de um lado e os clubes do outro, o placar favorável às entidades será de 81 a 60.

Mas a manobra não parou por aí. A cláusula de barreira do estatuto atual foi mantida exigindo apoio formal de pelo menos oito federações e cinco clube para que uma candidatura seja lançada à presidência da entidade. Isso inviabiliza o surgimento de uma oposição consistente e confirma os clubes no papel de simples cordeirinhos da nova fábula maligna da CBF.

Ou seja, tentaram dar ares de democracia a um sistema que  segue viciado. Mesmo que todos os 40 maiores clubes se unam para indicar um candidato, este não poderá ser inscrito sem a anuência dos aliados de Del Nero.

É pública a relação promíscua entre as federações e a CBF. São usuais os mimos que, seguindo os passos de Ricardo Teixeira e Marin, Del Nero distribui aos cartolas. Mas as mesadas oficiais às entidades, os convites para viagens e outras mordomias menos institucionais têm um preço. E é deste conluio que continuarão a sair as decisões que estruturam – ou desestruturam - o nosso fut , como o calendário inadequado, preferido das federações.

​A farsa desta quinta foi mais uma derrota para os que lutam pela moralização, pela transparência e a profissionalização do nosso fut.