Os erros de arbitragem do futebol brasileiro, que parecem acontecer por atacado ou por lance e por sorteio, como se diz por aí, passam por erros de todos os personagens do futebol. O problema não é só de juízes, auxiliares, VAR e comissões. Também inclui por jogadores, cartolas, imprensa e torcedores. Para melhorar, é preciso que esses personagens queiram realmente melhorar. Pelo bem do jogo de bola nas canchas nacionais.

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A culpa da torcida

Para começar, falemos dos torcedores. Quando a falha beneficia nosso time ou seleção, nunca admitimos. Pior, ainda nos vangloriamos. Basta lembrar o gol de mão de Túlio Maravilha na final da Copa América de 1995, sobre a Argentina. Você lembra disso? Se não era nascido, já deve ter ouvido falar.

Bom, é raro achar alguém que não ache que contra a Argentina, ou o principal rival do seu time do coração, vale até gol de mão.

Pois é, não deveria valer. Se reclamamos contra nós, a nosso favor também não deveríamos aceitar. Se cobramos os erros contra, devemos admitir quando somos beneficiados. Por que é tão difícil isso acontecer?

A culpa dos jogadores

Por que o erro também passa pelos jogadores? Você certamente perguntará. Pois, quantos jogadores simulam faltas e agressões tentando ludibriar os árbitros? Diria que 99,99%. Quantos jogadores tentam enganar os juízes, bandeirinhas e câmeras negando terem cometido uma falta? Diria que 99,99%.

Quantos jogadores admitem uma falta ou uma agressão? Diria que 0,01%. O que isso tem a ver com os erros de arbitragem, o caro leitor irá perguntar. Pois, tudo.

Se o jogador tenta enganar quem está ali para cuidar do jogo, ele está concorrendo para que erros sejam cometidos. Afinal, 99,99% dos jogadores que estão em campo fazem isso, imagine, então, qual o percentual de vezes que o árbitro pode cometer um erro só nas artimanhas dos nossos estimados craques.

A culpa dos dirigentes e da imprensa

Os dirigentes também têm sua parcela de culpa. Sempre tentando condicionar a arbitragem, seja com entrevistas ou, até, DVDs. Só que sempre reclamam dos lances dos quais são prejudicados – mesmo quando não há erro nenhum. Quando são beneficiados, o silêncio impera.

O mesmo acontece com a imprensa. Jornalista gaúchos reclamam quando times gaúchos são afetados. Os paulistas, quando algum paulista é a vítima da vez. O mesmo para cariocas e assim vai.

Tem solução?

Se o objetivo for realmente acabar com os erros de arbitragem, e não somente condicionar juízes, bandeirinhas e VAR a favor de algum time, todos precisam colocar a mão na consciência e ver onde estão errando. E, se forem beneficiados, começarem a admitir. Além disso, é preciso parar de tentar enganar a arbitragem.

Enfim, todos os envolvidos no futebol precisam jogar com mais ética e menos clubismo, ou bairrismo no caso da imprensa. Talvez aí, sim, tenhamos um começo mudança positiva na arbitragem.

Pênalti não marcado para o São Paulo (Foto: Reprodução/Premiere)
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