O diretor da Federação Brasileira de Treinadores de Futebol (FBTF), Alfredo Sampaio, classificou como constrangedor o episódio ocorrido na última terça-feira, na sede da CBF, durante um evento que reuniu nomes históricos do futebol brasileiro e o técnico da Seleção, Carlo Ancelotti. O dirigente afirmou ter ficado "envergonhado" com o discurso de Oswaldo de Oliveira, que fez críticas à presença de estrangeiros no futebol brasileiro.
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O encontro, organizado pela FBTF, tinha como objetivo debater a valorização dos técnicos brasileiros e discutir os desafios da categoria no mercado atual. No entanto, o clima de cordialidade foi interrompido após falas de Emerson Leão e Oswaldo de Oliveira. Leão, campeão mundial em 1970, reconheceu ter mudado de opinião sobre treinadores estrangeiros, mas culpou a "queda de qualidade" dos profissionais do país pela abertura a nomes de fora.
— O objetivo era reunir e debater com a CBF as dificuldades dos treinadores brasileiros, que estão perdendo espaço — falou Alfredo Sampaio.
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Em seguida, Oswaldo de Oliveira reforçou o discurso e declarou que preferia "um técnico brasileiro no comando da Seleção", embora tenha desejado sorte a Ancelotti na Copa. Para Alfredo Sampaio, a postura destoou completamente do propósito da reunião.
— Sempre tive muito respeito e amizade pelo Oswaldo, mas ele não tinha o direito de agir daquela forma. O objetivo do evento era discutir o atual momento dos treinadores brasileiros, não promover discursos xenófobos. Quando o Oswaldo pegou o microfone e começou a falar m*** eu fiquei desesperado — afirmou Sampaio.
A reação dentro da CBF foi imediata e mensagens da diretoria começaram a ser enviadas demonstrando insatisfação com o episódio.
Segundo relatos de presentes, Carlo Ancelotti mostrou-se "bastante incomodado" com as falas, mas manteve a postura cordial.
— Quando fomos à CBF para organizar o encontro, Ancelotti foi gentil, nos tratou com respeito e mostrou admiração pelo futebol brasileiro. Não é arrogante nem mascarado — completou Sampaio.
A Federação lamentou oficialmente o episódio, que causou desconforto institucional. Ainda segundo Sampaio, o convite também havia sido feito a Muricy Ramalho, Abel Braga e Evaristo de Macedo, mas os três não puderam comparecer.