Do outro lado do mundo, na Terra do Sol Nascente, um jovem brasileiro conquistou o país de forma meteórica. Caio, de apenas 21 anos, se firmou como a grande revelação do futebol japonês em 2014. Não será nenhuma surpresa se o meia do Kashima Antlers aparecer em breve com a camisa da seleção nipônica. Em entrevista ao LANCE!, o "pequeno samurai" de Araçatuba (SP) confirma que a naturalização é o caminho inerente da carreira.
- Sim, penso em me naturalizar o mais rápido possível. Houve uma especulação, algo que não aconteceu em relação à Seleção Brasileira. Tenho de aproveitar o momento. É um país que me recepcionou muito bem e me faz viver muito bem - anunciou Caio, que ainda dará início ao processo para ter a cidadania e o passaporte japonês.
Em 2011, Caio era um menino de 17 anos que desembarcava no Japão cheio de incertezas. Chamado para estudar no Colégio Internacional de Chiba após um teste realizado pela escola nipônica em Birigui, o meia se virou na língua japonesa em apenas sete meses. Destaque do futebol escolar, em 2014, o brasileiro chamou a atenção do Kashima Antlers, clube que fez de Zico um verdadeiro deus para os orientais.
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- No começo, me assustei um pouco. Não estava acostumado. A estrutura do clube era gigantesca. Depois, me acostumei. Era um sonho que se tornava realidade. Falam que eu posso ser o novo ídolo do Kashima, como foi o Zico. Fico muito satisfeito. Tenho que seguir trabalhando muito para chegar lá - revela a joia, que teve passagem pelas categorias de base do São Paulo.
Caio estreou na terceira rodada da J. League, contra o Sagan Tosu. Na sexta jornada, contra o Gamba Osaka, foi titular pela primeira vez, marcou e ganhou um lugar entre os onze do técnico Toninho Cerezo.
O meia balançou as redes adversárias oito vezes e deu duas assistências em 30 jogos no Campeonato Japonês, sendo 25 como titular. Foi a primeira vez na história do Antlers que um jogador contratado de um colégio fez tantos gols logo na temporada de estreia, desempenho que o fez levar o prêmio de grande revelação do ano, além de um contrato de mais três anos com o Kashima.
Em 2015, algumas mudanças significativas no clube japonês. Toninho Cerezo deixou o clube no meio do ano, e Caio acabou no banco de reservas em alguns jogos. Apesar do novo momento, o meia não se abateu e foi o artilheiro do time na temporada, com dez gols.
- Devo tudo ao Toninho Cerezo. Foi quem apostou em mim e me deu uma grande chance. Jamais esquecerei o que fez por mim. Entendo o fato de ir para o banco. Tenho que respeitar a opção do treinador e estar sempre à disposição - completou.