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‘Messi foi o maior derrotado na eliminação do Barcelona’

 Messi, definitivamente,  não atravessa bom momento (Foto: Ander Gillenea/AFP)
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É como uma manhã que o fulano desperta, olha e não pode acreditar. Como aquelas noites em que o cara vê que a menina foi embora sem se dar conta, como um momento qualquer. Digo: a hora em que a magia se desfaz.

Assim foi ontem com o Barcelona. Há um mês era a melhor equipe do mundo. 39 jogos de invencibilidade, vitórias, luxo e flores: ganhar era uma questão de tempo. Hoje, páginas e páginas de palavras para tentar explicar o inexplicável. Por que deixa de ser, como o sólido que se dissolve no ar?
Alguns dizem que isso acontece com times que deixam de ser times, quando são grandes jogadores, sem valor coletivo. Quando o time depende apenas do momento de seus salvadores.

Luis Enrique decidiu acabar com os últimos rastros de Guardiola e transformou uma equipe coerente e compacta em uma defesa frágil, um meio de campo inexistente e um ataque extraordinário. Mas sem nenhuma conexão entre os três setores.

Mas o Barcelona teve a sorte inusitada de os três tenores estarem em estado de graça nos últimos tempos. Ganhava, ganhava, goleava e goleava. Agora, estão em estado de desgraça extrema. Não reagiram no momento que o time mais necessitava. Suárez não fez mais do que se agarrar com os adversários. Neymar patinou e reclamou. Messi vagou pelo campo como um zumbi.

O grande derrotado foi Messi. Não por perder. Mas por não tentar ganhar. Parecia entediado, ausente. Sem rebeldia, sem vontade. É certo que muitas vezes Messi se camufla em campo. Caminha, olha e do nada faz alguma mágica. Contra o Atlético, ele nem pediu a bola. Deve ser estranho ser Messi e saber que a pelota não o obedece. Deve ser angustiante, suponho. Desesperador. Tem gente que se desespera assim. Como se não estivesse nem aí.

O Barcelona acaba de perder o seu maior troféu na temporada. Ficará sem ganhar a Champions duas vezes seguidas. O Barça, o ex-melhor time da história, é o perdedor de hoje. É melhor jogar e se importar. E saber que até o fim de 2016, tudo será consolo e sorrisos simulados.

*Martin Caparros é colunista do jornal "Olé"