O espanhol Gonzalo García foi um dos principais nomes do estrelado time do Real Madrid no Mundial de Clubes. Mesmo com um desempenho bem abaixo do esperado da equipe na competição, o jovem de 21 anos somou quatro gols e uma assistência em seis partidas, empolgando os torcedores Merengues. Será que a boa fase da joia espanhola o fará não só entrar, mas permanecer e convencer no time principal? Desde a saída de Álvaro Morata, em 2014, nenhum atacante conseguiu tal feito, conforme publicação do jornal espanhol "As".
A expectativa da torcida dos Blancos para que isso aconteça é muito grande. Além do início promissor, Gonzalo é um torcedor ferrenho do Real Madrid e parece não sentir o peso da camisa. Elogiado por diversos treinadores, jogadores e companheiros de equipe, García chegou a ser comparado com o Haaland, do Manchester City, pelo treinador da Espanha sub-17. Com os quatro gols marcados em suas 10 primeiras exibições pelo time principal, o espanhol igualou a marca de Butragueño e ficou a um de empatar com Raúl, um dos maiores ídolos da história do clube e jogador que mais vezes vestiu a camisa do Real.
O futuro do atleta é promissor – e também está em aberto. Isso porque o atacante teria 10 propostas oficiais em mãos para sair do Madrid, dentre times da Inglaterra, Itália e Espanha. Mas ficar pode significar jogar pouco, visto que o atacante titular do time é ninguém mais, ninguém menos que Kylian Mbappé.
📉 Entre Morata e Gonzalo García: quais atacantes da base do Real chegaram ao time principal, mas não permaneceram?
Relembrando Morata, o atacante subiu para a equipe principal do Real e, apesar da baixa minutagem, esteve no time histórico que conquistou a décima Champions League do clube. Visando ter maior destaque, transferiu-se para a Juventus, da Itália, onde jogou por duas temporadas e somou 18 participações em gols (assistências + gols) em 42 partidas. Retornou ao Real e conquistou mais uma Champions, a décima segunda da história do Madrid. Depois, passou por Chelsea, Atlético de Madrid, Juventus novamente e Milan – e nunca mais aos Blancos. Não por falta de nível, mas por falta de minutos. Sua própria decisão.
O Joselu, apesar de parecer um precedente, tem suas diferenças. Chegou do Celta de Vigo para passar dois anos na base do Real Madrid, durante os quais jogou 20 minutos com a equipa principal. De lá, Hoffenheim, Eintracht, Hannover 96, Stoke City, Deportivo, Newcastle, Alavés, Espanyol e, finalmente, de volta ao Real, onde fez história. Estabeleceu-se no time principal e saiu por vontade própria, assim como Morata, mas não chegou seguindo os mesmos passos.
Dentre os atacantes que não se firmaram, pode-se citar Jesé, Willian José, Raúl de Tomás, Markkannen, Cristo, Hugo Duro, Latasa e Álvaro Rodriguez. Mariano Díaz e Borja Mayoral, apesar de terem permanecido algum tempo no principal, não convenceram.
O diagnóstico, para o "As", é claro: desde Morata, nenhum centroavante vindo da base subiu ao time principal e convenceu. Nenhum transmitiu o nível necessário para ficar e para ser jogador do clube pelo tempo que ele mesmo decidisse. Mariano poderia ter sido esse nome, mas não foi. Mayoral chegou a aparecer, mas também não deu certo. Depois deles, há uma longa lista de grandes jogadores, mas não para o Real Madrid. E, agora, surge Gonzalo García. O clube tem a pretensão de que ele tem nível para permanecer no elenco principal – algo conquistado por ele, assim como a consequência das suas decisões futuras. E consolidar-se mais do que fez Morata pode seu próximo desafio, mas, por ora, ele segue seus passos: os que levam ao Santiago Bernabéu.