Escrito por Lance!
O brasileiro Itaitinga, do clube suíço Sion, tem se destacado na temporada do futebol europeu. Apesar do clube estar na briga para fugir da zona de rebaixamento, a fase do atacante é boa, com um gol e duas assistências nas últimas duas partidas pelo clube. Companheiro de Balotelli e do brasileiro Batata, ex-Vila Nova, Itaitinga alcançou a marca de 100 gols pelo clube suíço, defendendo as cores vermelha e branca desde 2018.
O atacante passou pelas categorias de base de Palmeiras, Vitória e Fortaleza, até chegar ao Tiradentes, do Ceará. Depois, foi transferido ao Sion em 2018 com 19 anos e tem feito seu nome no clube. Por um curto período, fechou por empréstimo ao Pau FC, da França, e anotou três gols e uma assistência em 18 jogos, antes de retornar aos Valaisans. Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o brasileiro falou sobre as expectativas no clube e contou as experiências de jogar na Suíça.
Você vem de uma sequência boa, participando ativamente dos gols do Sion, mas a equipe ainda está brigando para fugir da zona de rebaixamento. Qual é a sua expectativa para a reta final da temporada?
- Estamos trabalhando para aumentar o rendimento dentro de campo e o resultado do trabalho pôde ser visto na última partida, onde fomos muito bem e pude ajudar diretamente na vitória. Ainda temos dez jogos pela frente e a diferença de pontuação até o quarto colocado é mediana, então acredito que podemos entrar em uma sequência boa de jogos e subir na classificação.
Você está desde 2018 no Sion e em números, essa já é a sua melhor temporada. Como é o futebol na Suíça em relação ao futebol brasileiro?
- Estou muito feliz em estar colhendo os frutos de toda minha dedicação durante esse tempo. Aqui eles prezam muito pela parte física e velocidade dos atletas e graças a esse trabalho que é feito diariamente, estou conseguindo entrar bem fisicamente e ajudar o Sion, que é o mais importante. O futebol suíço é muito disciplinado, tático e busca sempre estar muito organizado. Apesar de hoje ter muitos jogadores que driblam e fazem jogadas individuais, esse não é o forte dos jogadores daqui, diferente do Brasil.
Pelo longo período fora, tem vontade de retornar ao Brasil? Até quando vai o seu contrato e teve alguma sondagem de clubes daqui?
- A vontade de voltar pro nosso país de origem sempre existe, mas ainda estou com o contrato até junho de 2024 e hoje estou focado em entregar meu máximo ao Sion. O futuro eu deixo nas mãos de Deus.
Você tem como companheiro de ataque o Balotelli, que já foi especulado no Brasil e chegou a negociar com o Flamengo. Como é a convivência com o italiano? Ele fala do Brasil e dos clubes brasileiros?
- Balotelli é um cara diferenciado. Além de ser um jogador muito bom, ele é super companheiro e parceiro dentro e fora de campo. Temos boa convivência e construímos uma boa relação ao longo do tempo. Quanto ao Brasil, sempre que citamos o país ou comentamos sobre o futebol brasileiro, ele aborda com muito carinho e respeito.
Qual é a emoção de completar 100 jogos com a camisa do Sion?
- É uma realização fora de série. Durante esse tempo evoluí bastante tanto na área profissional, quanto na pessoal e o Sion também é responsável por todo meu crescimento até aqui. Hoje me sinto mais confiante e pronto. Felizmente esse marco veio em um dia que eu pude ajudar a equipe com duas assistências e espero poder continuar contribuindo para o bom desempenho do time.
Itaitinga leva o nome de sua cidade natal, que pertence à região metropolitana de Fortaleza, no Ceará. Nos 100 jogos que completou, já registrou 15 gols e 9 assistências, duas delas na vitória contra o Luzern, que encerrou um jejum de mais de cinco meses sem vencer na Super Liga - a última vitória também havia sido contra os Luzern - e acalmou a pressão no clube.
O atacante brasileiro volta a campo com os Valaisans no próximo sábado, às 15h30, contra o segundo colocado Servette, pela 27ª rodada do Campeonato Suíço.