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‘Churrasco e vinho’: A bandeira que representa e segue o Uruguai

Desde a Copa de 2018, um grupo de uruguaios acompanha a seleção com uma faixa que representa dois orgulhos do país. Agora, eles querem a levar até a final da Copa América

Torcedores tiveram problemas para entrar com a bandeira no Maracanã (Reprodução)
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Qual a primeira coisa que vem a sua cabeça quando pensa no Uruguai? Futebol? A dupla Suárez e Cavani? Loco Abreu? Ou lembra da cultura e da gastronomia do país vizinho, como o churrasco, o vinho, o doce de leite e o mate? Pensando nesses esteriótipos e no orgulho das representações da cultura local, um grupo de torcedores uruguaios começou a acompanhar os jogos da sua seleção com uma faixa, no mínimo, inusitada. Com a faixa “Asado y Vino” (“churrasco e vinho”, em português), cerca de 10 amigos seguem a sua seleção desde a Copa da Rússia, em 2018. E eles estão no Brasil para a Copa América, na torcida para o Uruguai, que encara o Peru, neste sábado, às 16h, na Arena Fonte Nova, pelas quartas de final da competição.

- Assim como o futebol, são as coisas que mais representam o país, o povo uruguaio. São tradições que todos têm no Uruguai, são importantes para todos. A gente quis colocar uma frase que representasse todo o país - disse, ao LANCE!, Sebastian Macias, um dos torcedores do grupo, formado em sua maioria por ex-colegas de uma faculdade de engenharia do Uruguai.

Apesar da faixa só ter surgido na Copa da Rússia, os torcedores já estão reunidos desde a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Depois disso, ainda estiveram presentes na Copa América de 2016, nos Estados Unidos. Para o Mundial do ano passado, o grupo queria algo diferente.

- Antes do Mundial, a ideia era ter alguma coisa que identificasse a gente, algo para torcer para o Uruguai e que as famílias pudessem ver pela televisão que estávamos lá - disse Sebastian, antes de completar:

- Não tínhamos outra intenção que não fosse torcer para o Uruguai. Depois a gente viu que foi ganhando repercussão. As pessoas quando a viam pediam para tirar foto, postavam nas redes sociais. Assim que se tornou viral. Depois, na partida contra a Arábia Saudita (pela segunda rodada da fase de grupos), a bandeira foi colocada atrás de um dos gols. Aí pessoas no mundo inteiro viram a bandeira, não só no Uruguai.

Depois disso, a bandeira (ou “trapo”, como costumam chamar os uruguaios e argentinos), ficou tão famosa que ganhou até perfil no Instagram e no Twitter.

Com problemas de logística, o grupo e a faixa não estarão presentes em Salvador neste sábado. Mas estão na expectativa de poder ver a seleção Uruguai numa possível semifinal, em Porto Alegre, e - quem sabe? - na final, no Maracanã. Mas Sebastian prefere manter a cautela sobre a partida contra o Peru.

- Vai ser uma partida muito disputada. Para o Uruguai não tem partida fácil. O Peru é uma equipe respeitável, que fez uma grande eliminatória. Tenho fé que vamos ganhar, mas a partida vai ser muito difícil.

Problemas no Brasil
Ao contrário do que aconteceu na Rússia, em 2018, quando a faixa tinha até um documento oficial, cedido pelo comitê organizador local, liberando o grupo para entrar com a bandeira em todos os estádios, os torcedores tiveram alguns problemas no Brasil. Na partida contra o Chile, no Maracanã, a faixa quase foi barrada.

- Na Rússia não tivemos problemas para entrar com a bandeira. Ela passava por controles, mas a bandeira tinha um documento outorgado pela organização que dizia que a mensagem não era discriminatória nem ofensiva. Quando chegávamos aos estádios, passava por uma revisão. Mas não tivemos nenhum problema - disse o torcedor uruguaio, antes de acrescentar:

- No Brasil foi problemático. Não é possível ingressar com bandeiras com mais de 2 metros por 1,5m. Uma medida que eu acho absurda, honestamente. As bandeiras fazem parte do futebol, unem os torcedores. É uma coisa que não é só do Uruguai, é de todo o mundo. Tivemos problemas principalmente no Maracanã, até o último momento achei que não iríamos conseguir entrar com a bandeira. Mas finalmente entrou e acho que foi a única faixa no estádio. E, como foi provado, a bandeira não é nenhum problema para a segurança dos espectadores nem do espetáculo, muito pelo contrário. É um motivo de orgulho para torcedores de todo o mundo. Ter uma bandeira que representa o sentimento de um povo, de alegria. Seria bom que revisassem isso para que não tenhamos mais problemas para entrar nos estádios - alertou Sebastian.

Grupo com a bandeira no Rússia, em 2018 (Reprodução)

Sonho com Qatar 2022
Mesmo antes da Copa América do Brasil acabar, o grupo já tem outro objetivo. Estar na Copa do Mundo do Qatar, em 2022. Os torcedores, que se organizam pelo Whatsapp e mudam o nome do grupo de acordo com a próxima competição, sonham acompanhar o Uruguai no próximo Mundial. Pela animação, em breve o nome do grupo deve mudar de “Brasil 2019” para “Qatar 2022”. Mas a missão não será fácil.

- Gostaríamos muito de ir para o Qatar, mas vai ser difícil. Assim como foi na Rússia. É longe do Uruguai. Ainda não temos planejado, mas o grupo tem ido em todas as competições. De algum jeito vamos conseguir ir lá - afirmou Sebastian.

Com essa animação, o grupo deve seguir levando a cultura do Uruguai para além das fronteiras do pequeno país de 3,5 milhões de apaixonados por futebol, churrasco e vinho.