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Brasileiro do Salzburg afirma ao L! ser contra a Superliga: ‘Elitizar é ir no caminho contrário do futebol’

André Ramalho afirma ser favorável a relação do clube-empresa e revelou os segredos da equipe austríaca para ter tido sucesso nas últimas temporadas

André Ramalho está próximo de mais um título do Campeonato Austríaco (Divulgação/RB Salzburg)
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O zagueiro André Ramalho, do RB Salzburg, já jogou com Haaland, Mané, Szoboszlai e diversas outras estrelas do futebol mundial que aparecem na equipe austríaca. Em entrevista ao LANCE!, o defensor contou sobre seu papel dentro do elenco como um dos jogadores mais experientes do plantel, apesar dos 29 anos, e falou sobre o sucesso que ainda vem obtendo no time.

Superliga

Em um período turbulento para o futebol, por conta do anúncio da Superliga no último domingo, o brasileiro comentou sobre o envolvimento de clubes com empresas no esporte. Apesar de reconhecer as críticas dos torcedores, André explicou que vê com bons olhos a situação dentro de seu clube.

- A relação do clube-empresa tem muito a agregar. Sei que muitos fãs são contrários e tenho muito respeito, pois o futebol sem torcedor não é nada, mas o diferencial da Red Bull é que eles não entram para brincar. Temos um projeto consolidado e basta observar os êxitos dos times da RB. E isso não elimina o fator da tradição. Temos um time que investe na categoria de base e dá toda a estrutura para que os atletas se desenvolvam.

O atleta também se posicionou contrário a criação da Superliga, pois enxerga o torneio como uma maneira de você excluir clubes e se afastar dos objetivos do esporte. Além disso, o defensor criticou a ganância dos 12 clubes em promover uma competição para saírem com mais dinheiro.

- Ninguém cria algo assim da noite para o dia. Eu sou contra a Superliga. Claro que eles foram afetados (economicamente pela pandemia), mas imagina os clubes com menor investimento. Elitizar o esporte é ir no caminho contrário do que é o futebol. Ele vive dos fãs, das equipes. Isso empobrece o futebol, pois o ideal é você agregar, não segregar, e dar chance para todos estarem jogando juntos em uma liga.

Projeto

O brasileiro começou sua caminhada na equipe profissional em 2013. Com o destaque, o camisa 15 também vestiu as camisas de Bayer Leverkusen e Mainz até retornar para a Áustria em 2018. Com tanto tempo de casa, André explicou a filosofia do clube para conquistar tanto no cenário nacional, mas afirma que todos buscam crescer.

- Há uma filosofia muito clara e o clube sabe onde quer chegar. O estilo de jogo e dos jogadores é basicamente o mesmo há anos. É incrível como o departamento de estatísticas atende nossas necessidades e nossa proposta de jogo. Temos que pensar grande. Não é um processo fácil, mas temos que acreditar e já mostramos que temos condições de atuar em alto nível.

Sob comando de Jesse Marsch, a equipe quase conseguiu alcançar as oitavas de final da Champions League nos dois últimos anos, mas acabou ficando sempre em 3º lugar no grupo e indo para a Europa League. O defensor revela o que pode ter prejudicado o time nestas edições, mas sonha com mais sorte nas próximas temporadas.

- Começamos nossa história na Champions League há dois anos. Estamos jogando contra clubes que estão há anos nesta competição. Mesmo sendo novos, brigados até o fim pela classificação às oitavas de final e o que falta é experiência no torneio. No RB Salzburg, também há uma grande rotatividade de jogadores, o que dificulta um pouco. Nosso elenco é jovem, mas isso não é um impeditivo.

Sucesso

Nos últimos anos, o RB Salzburg tem sido um clube exportador de talentos após diversos jovens conseguirem ter espaço e estrutura para se desenvolverem na equipe antes de alcançarem voos mais altos. Ramalho destacou o período em que Haaland e Sadio Mané estiveram no futebol austríaco.

André Ramalho atuou com Haaland na Áustria (Foto: Reprodução)

- O que mais me impressionou no Haaland foi como aconteceu a evolução dele. Nos primeiros seis meses não jogou, mas mostrou que tinha potencial nos treinamentos. É difícil prever que tudo iria se dar de uma forma rápida. O Mané também não chegou pronto. O primeiro ano dele foi ok, mas no segundo explodiu, pois ele era muito leve e você via que chegaria muito longe. O Szoboszlai também precisou de um período para se adaptar, mas depois foi impressionante.

E além de revelar jogadores, o clube também exporta grandes treinadores do cenário mundial. O zagueiro já foi treinado por Niko Kovac, Marco Rose, Adi Hutter e atualmente é comandado pelo norte-americano Jesse Marsch. O técnico está sendo cotado para assumir equipes alemães e André explicou o trabalho do Míster.

- O Marsch chegou com uma responsabilidade gigantesca, pois era nosso ano de estreia na Champions League e com um elenco jovem. Fazer o que ele vem fazendo mostra que o trabalho é muito bom. Temos um estilo de jogo extremamente ofensivo e vertical. Realizamos muita pressão, contra-pressão. Com bola, queremos fazer o gol o mais rápido possível e sem bola queremos recuperar a posse para fazer o gol da mesma forma.

André Ramalho tem contrato com o RB Salzburg até 2022 e admitiu ter vontade de jogar no Brasil, além de revelar já ter recebido sondagens de alguns clubes. No entanto, o defensor está focado em fazer uma boa reta final de temporada e conquistar o título do Campeonato Austríaco e a Taça da Áustria.