Futebol Internacional

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Artilheiro do River Plate é o único brasileiro nas categorias de base do futebol argentino

Cleiton De Arquino Grefe é brasileiro de Ponta Porá, no Mato Grosso do Sul

Cleiton De Arquino Grefe atua na base do River Plate (Foto: Site oficial do River Plate)
Escrito por

Quatrocentos jovens se apresentaram com um só objetivo: vestir a camisa do River Plate. Apenas um conseguiu seduzir com seu futebol e chegar em Assunção, para a fase final dos testes. O talentoso é Cleiton De Arquino Grefe, um brasileiro de Ponta Porá, Mato Grosso do Sul, que atuava no Club 2 de Mayo, na segunda divisão do campeonato paraguaio. Sua habilidade resultou uma prova exitosa, e em três semanas, já havia incorporado a equipe sub-18 do time do Monumental.

Cleiton, de 19 anos, é atacante e destro. Chegou às terras paraguaias por viver na fronteira entre os dois países. A sede de seu ex clube está na cidade Pedro Caballero e nela surgiu a oportunidade de realizar um teste para ingressas nas categorias de base do River. Mais de 300 jogadores passaram para a segunda fase e na final sobraram apenas três. A fase definitiva foi disputada na capital paraguaia, desta vez, o único classificado foi o camisa 11. Cleiton foi emprestado ao Millonário no final de 2016 por um ano, com opção de compra.

- Minha história no futebol começou aos cinco anos de idade, sempre amei muito o que faço. Meus pais são separados, me aproximei do meu pai com 14 anos, quem sempre me acompanhou foi minha mãe, ela esteve lado a lado comigo em todos os momentos. Cheguei no River através de uma prova numa cidade paraguaia, que faz divisão com a minha. Não acreditei que teria um teste do River por ser muito longe da Argentina. Quatrocentos jogadores se inscreveram, passei entre trezentos. Vim para Buenos Aires, em duas semanas o River conversou comigo e fiquei definitivamente - contou Cleiton.

Enquanto forma parte das categorias formativas do clube, no River existem esperanças em torno do atacante de 19 anos. Cleiton conta com uma marca interessante: marcou dois gols em um duelo contra o Boca Juniors, rival máximo dos Millonários. Conquistou recentemente a Quarta Divisão Argentina, pelo time B, quando foi artilheiro com 9 gols. Também foi o maior goleador do tradicional torneio amistoso, Weifang Cup, na China, onde marcou cinco tentos.

- No dia a dia do clube acordamos cedo e treinamos, ás vezes realizamos um segundo turno pela tarde para aprimorar a parte técnica. Minha adaptação foi muito boa, faço amizades muito rápido e procurei aprender a lingua deles, me adaptei muito rápido. Aqui temos uma estrutura enorme, as condições são bem diferentes de muitos clubes, me sinto feliz em jogar num time grande como é o River Plate, ainda mais por ser o único brasileiro aqui, sinto orgulho - declarou.

Cleiton já treinou duas vezes junto da equipe principal pelo comando de Marcelo Gallardo. Em uma das ocasiões, jogou contra o time titular "imitando" o elenco do Boca Juniors, já que o River Plate disputaria naquela semana a final da Supercopa Argentina contra o rival. Os jogadores do time B ficaram responsáveis por fazer as funções dos atletas xeneizes e Cleiton representou Pavón, atacante que atuou na Seleção Argentina na Copa do Mundo da Rússia.

- Jogamos contra a equipe titular no Monumental e tínhamos que imitar o jogo do Boca. Gallardo me colocou para jogar como o Pavón, queria que eu arrancasse pela direita e fizesse as diagonais que ele faz. Assim eu enfrentava o Saracchi e quando jogava por dentro me dava de cara com o Ponzio. Por sorte saiu tudo bem e o River foi campeão. Treinar neste estádio me fez sentir uma energia, é um lugar onde posso estar futuramente como titular. Agradeço a eles por terem me escolhido e acolhido da melhor maneira. Me trataram muito bem durante estes dois anos - contou.

O atacante esteve a um passo de estrear pela primeira divisão, quando esteve no banco de reservas diante do Lanús, uma derrota por 1 a 0, no final de setembro. Um dos seus sonhos é poder jogar pela equipe principal de Gallardo, assim como ter a chance de representar um clube brasileiro e migrar para a Europa futuramente.

- Tenho o objetivo de jogar na Europa e seria muito gratificante poder também jogar no meu país. No Brasil eu seria muito feliz, perto da minha família, do meu povo e na minha casa. Eu jogaria no São Paulo, é o meu time de coração, temos grandes clubes e grandes torcidas, mas eu gostaria muito de jogar no tricolor um dia - alegrou.

Ao estilo "Robinho", como assim denomina, Cleiton gosta de pisar na área constantemente e é um finalizador nato. Tem habilidade para criar jogadas, é veloz e possui bom drible no mano a mano. Um de seus maiores talentos é o jogo aéreo, quatro dos nove gols na conquista da quarta divisão foram marcados de cabeça.

- Por eu ser brasileiro, eles sempre esperam algo a mais, como aquele jogo mais bonito e diferenciado, um jogo mais alegre. Tenho dois ídolos brasileiros, um é o Neymar e o outro é o Robinho, acho que possuem características que desempenho no meu futebol, de pedalar, fintar, ser rápido e executar drible em velocidade. Da Argentina gosto de Nacho Scocco (titular do River Plate) que tem uma grande qualidade e sempre está de cara pro gol. E também Lautaro Martinez (ex Racing, atualmente na Inter de Milão) que é uma preocupação para os defensores, os pressiona e cada vez que tem chance de marcar não desperdiça - revelou Cleiton.

Nos 30 times que disputam a Superliga, primeira divisão do campeonato argentino, há apenas um atleta brasileiro. Se trata de Mosquito, atacante do Arsenal de Sarandí que veio do time carioca Boavista. Outros jogadores do país, como o lateral Baiano e o meia Iarley, passaram pelo terreno albiceleste e vestiram a camisa do Boca Juniors, mas não tiveram destaque. Apenas Silas, que jogou pelo San Lorenzo entre 1995 e 1997, deixou a marca canarinha no território.

FICHA TÉCNICA
Nascimento: 9 de janeiro de 1999
Cidade: Ponta Porá, Mato Grosso do Sul
Peso: 70 kg
Estatura: 1,79 m
Perfil: destro
Divisão: quarta
Posição: atacante