Desde a apresentação do novo projeto do Autódromo de Guaratiba, a pergunta que os fãs de automobilismo se fazem é: a Fórmula 1 deixará São Paulo e irá para o Rio de Janeiro? Os prefeitos das cidades discordaram sobre opiniões. Durante o Lance! Talks, na última terça-feira, houve um novo capítulo na 'briga' pela F1.
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Questionado sobre a possibilidade de ter a F1 em solo carioca, Carlo Caiado, presidente da Câmara do Rio, deu uma resposta à fala de Ricardo Nunes e afirmou que se houver alguma disputa, o Rio de Janeiro sairá vencedor. Além disso, brincou dizendo que se São Paulo deseja seguir como palco da Fórmula 1 no Brasil deverá negociar dois GPs no país.
— Eu acho que ele deveria dar as mãos pro prefeito Eduardo Paes (do Rio) e buscar que tenha dois GP de F1 no Brasil, pra que São Paulo não perca a sua corrida. Se tiver essa disputa, eu tenho certeza que o GP será no Rio de Janeiro. Não tem como não ser, é só comparar todos os aspectos. Pode ter certeza que será no Rio de Janeiro.
Além do presidente da Câmara, que foi um dos idealizadores do projeto de construção de um novo Autódromo no Rio de Janeiro desde a destruição do Autódromo de Jacarepaguá, o presidente da Faerj, Djalma Neves, também se manifestou sobre o Rio ser a possível sede do GP do Brasil e criticou a estrutura da capital paulista, que tem contrato com a FIA até 2029.
— A Fórmula 1 está tão grande que precisa de locais mais modernos, com equipamentos mais modernos e bons acessos. Fizeram obras, fizeram reformas, mas o acesso lá está difícil. A gente chega bem, mas para sair não é fácil. São três horas da Fórmula 1 para chegar próximo à Avenida Paulista. Está ficando saturado, então não adianta achar que vai colocar mais gente, porque não vai. Não há mais espaço. Não tem mais para onde crescer, e o entorno está ficando inviável, vamos dizer assim, para os grandes eventos — disse Djalma.
Entre os dias 7 e 9 de novembro, São Paulo recebeu mais de 303 mil pessoas para o GP do Brasil. Um estudo divulgado pela Prefeitura apontou um impacto econômico total de R$ 2,3 bilhões, somando efeitos diretos e indiretos. Como destacou o presidente Caiado, valores assim poderiam ser aplicados em áreas como saúde e educação caso fossem gerados no Rio.
Entenda Autódromo de Guaratiba, no Rio de Janeiro
O projeto foi apresentado pela Populous, Driven, WSP e RLB. Segundo os projetistas, o autódromo ficaria a cerca de 1h20 de carro do Aeroporto Internacional do Galeão. A construção será focada na integração com o entorno, na sustentabilidade e no uso flexível. Além de ser um lugar para corrida, o autódromo também será multi-uso.
A primeiro momento, o Autódromo de Guaratiba terá um Kartódromo, terraço, garagens, paddock, além de uma vila e um automóvel clube. O traçado terá 10 curvas no sentido anti-horário e 4,71 km de extensão. A expectativa é que tenha capacidade para 360 mil pessoas.
Estão previstas 11 variações de traçado, que poderão ser utilizadas em diversas categorias. O objetivo do autódromo é alcançar o Grau FIA 1 e FIM A, os mais altos do automobilismo. O investimento inicial será de R$ 1,3 bilhões, sem recursos públicos.
— Esse é um projeto com recurso privado, que não tem dinheiro do imposto do carioca. É um trabalho de longo prazo, mas já está mais do que comprovado que grandes eventos são bons para a economia da cidade, são bons para quem mais precisa. Agora o desafio é trazer de volta a Fórmula 1, a motovelocidade, a Fórmula Indy. É pensar em todas as alternativas que pudermos ter aqui no Rio — explicou Eduardo Paes.