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Veja detalhes do processo movido por Abel Ferreira, do Palmeiras, contra Mauro Cezar

Jornalista disse que o treinador português teria 'visão de colonizador'. Segundo o processo, falas teriam 'extrapolado a liberdade de imprensa'

Opinião do jornalista foi dada durante programa da "Jovem Pan", após um episódio de indisciplina de Gabriel Véron, do Palmeiras (Foto: Reprodução/Palmeiras Reprodução/SBT)
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O LANCE! teve acesso ao processo movido pelo técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, contra o jornalista Mauro Cezar Pereira e a rádio "Jovem Pan". O motivo da ação na Justiça seria a opinião do jornalista dada em um programa da emissoraMauro disse que o português teria uma "visão de colonizador". No documento, o treinador exige uma retratação pública dos réus. 

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- O Autor (Mauro Cezar), apenas e tão somente, emitiu uma opinião que é conjugada por todo o povo brasileiro a respeito da formação educacional dos jovens no nosso país. Em que pese a evidente razoabilidade do discurso formulado, infelizmente, o Sr. Abel Ferreira passou a ser alvo de críticas, especialmente de pessoas como o Corréu, que travestidas de suposta opinião imparcial, buscavam na verdade atingir a honra do Autor, de maneira completamente injustificada - descreve o documento da acusação. 

INDENIZAÇÃO

A ação foi ajuizada na 17ª Vara Cível de São Paulo, nesta segunda-feira, dois meses depois da declaração do jornalista. Em julho, Abel comentou sobre um caso de indisciplina de Gabriel Veron, que havia sido flagrado bebendo em uma festa.

O treinador, que pediu uma indenização de R$ 50 mil por danos morais, teria se sentido ofendido com o termo usado pelo jornalista. Segundo os advogados do técnico, a critica foi feita à "educação de base do Brasil, cuja deficiência é notória". Ao repercutir a fala, Mauro Cezar afirmou que a opinião de Abel seria diferente se o jogador envolvido em indisciplina fosse estrangeiro, usando o argumento para justificar a fala de "visão de colonizador".

- O Jornalista em questão, sem ouvir a integra da resposta dada pelo Autor, proferiu falas injuriosas em face do Autor, com conotação xenofóbica, aduzindo que a opinião do Sr. Abel Ferreira a respeito do atleta Gabriel Veron se tratava de “visão de colonizador”. Com efeito, o Corréu tratou da nacionalidade do Autor em tom pejorativo e comparou seu comentário – que se diga novamente, apenas expos o que todo o povo brasileiro pensa – a atos de colonização ocorridos há mais de 500 anos.

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OFENSA A HONRA 

O processo também relata uma passividade da "Jovem Pan" no episódio. Os comentários emitidos por Mauro Cezar e difundidos pela rádio teriam "extrapolado a liberdade de imprensa",  desse modo, "violando a honra" do treinador alviverde. 

-  Contudo, não há dúvidas de que as expressões e conotação utilizada pelo Sr. Mauro Cezar foram desabonadoras e tiveram o único intuito de atingir a honra do Autor. O Corréu comparou a opinião razoável do Sr. Abel Ferreira sobre a educação de base no Brasil a atos de subjugação e escravidão de povos, como se um estrangeiro residente no Brasil não pudesse tecer críticas à estrutura educacional do Brasil, em razão de fatos pretéritos praticados pelo seu país natal.  O Corréu se valeu da utilização de expressões como “visão de colonizador” e “esses portugueses” de forma pejorativa, preconceituosa e com o único objetivo de atingir a honra do Autor. Foram comentários direcionados à pessoa e à nacionalidade do Sr. Abel Ferreira e não à sua atuação enquanto treinador de futebol. 

RETRATAÇÃO 

Por fim, o treinador exige uma retratação pública do jornalista e da emissora de rádio. 

- Além da reparação pecuniária, entende o Autor ser necessária a
divulgação de retratação pública por parte dos Réus, também como forma de sanar o abalo à sua honra, além de servir de caráter educativo e preventivo de novas manifestações abusivas (...) O exposto (Abel Ferreira), requer o Autor a condenação dos Réus a realizar publicação de retratação pública, proporcional ao agravo sofrido pelo Sr. Abel Ferreira, com o mesmo alcance atingido pelas falas injuriosas do Corréu. 

É relatado no processo que, o valor da indenização (R$ 50 mil) será integralmente revertido pelo treinador a organizações humanitárias de caridade. Os advogados do técnico do Palmeiras pedem que a multa seja dividida entre o jornalista e a emissora. 

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MAURO CEZAR NEGA ACUSAÇÕES 

O LANCE! entrou em contato com Mauro e o advogado João Henrique Chiminazzo, responsável pela defesa do jornalista. Mauro Cezar afirmou que não ofendeu a honra do treinador palmeirense.

- O assunto está sendo tratado pelo meu advogado, não tenho que me manifestar, mesmo porque em momento algum ofendi a honra de alguém - disse o jornalista.

O advogado afirmou que Mauro usou seu direito constitucional de liberdade de expressão ao dizer, em programa da Jovem Pan, que Abel Ferreira fez um comentário com "visão de colonizador" sobre um episódio de indisciplina de Gabriel Verón no Palmeiras.

- Na qualidade de membro da imprensa, ele usou o seu direito constitucional da liberdade de expressão para comentar fatos, sem fazer qualquer tipo de ataque pessoal, como está sendo insinuado - completou o advogado de Mauro Cezar.

+ Abel Ferreira processa Mauro Cezar: lembre os atritos que já rolaram entre técnicos e jornalistas

Além de Mauro Cezar, o treinador alviverde também está processando o jornalista do UOL, Luis Augusto Símon, mais conhecido como "Menon”. O colunista publicou uma crônica de opinião sobre os comentários de Abel a Gabriel Verón. Novamente, o técnico relata ataques a sua honra e distorção das suas falas.