Jorge Mario Bergoglio, torcedor do San Lorenzo. Antes de ser Papa Francisco, era dessa forma que o argentino, falecido nesta segunda-feira (21), era citado pelo bairro de Flores, em Buenos Aires. Eternamente ligado ao clube que apoiava, o pontífice destacou em carta a admiração por ex-jogador do clube: René Pontoni. Parte importante da conexão do Santo Padre com o futebol, o atacante teve passagem pelo Brasil, atuando pela Portuguesa.
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Pontoni marcou época no San Lorenzo na década de 1940, sobretudo na conquista do Campeonato Argentino de 1946. Na ocasião, o atacante foi responsável por 20 gols na campanha vitoriosa e fazia parte do "terceto de oro", trio de ataque daquela equipe, junto a Farro e Martino.
O sucesso de René Pontoni nos gramados argentinos, no entanto, foi interrompido por grave lesão em 1948. Após a recuperação, rumou à Colômbia, onde ficou por dois anos antes de ser contratado pela Portuguesa em março de 1952, aos 32 anos.
Em entrevista ao portal "Uol" em abril de 2021, o neto do falecido craque da Argentina relatou histórias do ex-jogador. Homônimo do avô, René citou memórias compartilhadas pelo ídolo sobre o tempo em que passou na cidade de São Paulo.
— Quem conheceu meu avô sabia que ele usava o futebol para fazer amizades e viajar o mundo. Era o que hoje chamam de "espírito livre", sempre com muita gente ao redor, muitos amigos, até dos times adversários. De São Paulo, lembro quando ele falava que o time era muito bom e que a cidade era muito gostosa, cheia de italianos, de boa comida, se era assim nos anos 1950, imagino hoje. Como meu avô era inquieto e gostava de sair, com certeza pôde conhecer bem a cidade — revelou o neto de Pontoni.
Pela Lusa, o ídolo do Papa registrou cinco gols em 17 jogos. O argentino se juntou a uma das melhores equipes do Brasil na época, campeã do Rio-SP naquele ano, e com cinco jogadores que representariam a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1954: Julinho, Djalma Santos, Brandãozinho, Pinga e Cabeção.
Pontoni deixou a Portuguesa em 1953, ano em que marcou pela última vez na carreira, em amistoso contra o Bandeirante. No ano seguinte, o atacante retornou ao San Lorenzo, clube pelo qual ganhou destaque e encantou o jovem Jorge Mario Bergoglio, o eterno Papa Francisco, para se despedir do futebol.