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Brasileiro do Jazz admite incertezas por impactos do coronavírus na NBA

Fernando Nandes, técnico especialista em neurociência do movimento do Utah Jazz, time que teve dois jogadores infectados, conversou com o LANCE! sobre o susto e a suspensão

Fernando Nandes é especialista em neurociência de movimentos (Foto: Divulgação)
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Após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar pandemia da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19), a suspensão da temporada da NBA e outras ligas esportivas nos Estados Unidos e no mundo era questão de tempo. Entretanto, o estopim para a liga norte-americana de basquete foi o pivô Rudy Gobert, do Utah Jazz, ter testado positivo. Ao LANCE!, o brasileiro Fernando Nandes, técnico especialista em neurociência na franquia, falou sobre o caso. 

– O clima é de prevenção. Todos perceberam que estava chegando aos poucos e a cada dia aumentando os casos nos Estados Unidos. E logo de cara um jogador descobriu que tinha. Ele tem contato com outros jogadores e torcida. É muito arriscado – disse Nandes, que ainda garantiu não haver pânico na franquia e concordou com a suspensão da temporada. 

O pivô francês apresentou sintomas da infecção e teve que realizar exames por ordens do protocolo de prevenção da NBA, que surgiu logo após os casos aumentarem nos Estados Unidos. O jogador, inclusive, teve uma infeliz atitude de ironizar o protocolo e brincou de esfregar as mãos nos microfones e celulares dos jornalistas após uma entrevista coletiva, como foi divulgado em vídeos nas redes sociais. 

A confirmação do caso de Gobert aconteceu minutos antes de começar o jogo entre Jazz e Thunder, em Oklahoma. A partida foi cancelada e os jogadores do Jazz ficaram no vestiário realizando exames. O ala-armador Donovan Mitchell foi o único que testou positivo. Nandes, que não estava com o Jazz pois faz parte da delegação do Salt Lake Stars, revelou que todos haviam recebido um protocolo de prevenção. 

– O Jazz passou um protocolo cerca de 20 dias atrás sobre o coronavírus, que foi entregue pela NBA. Eles deram dicas de prevenção, como não encostar, que os jogadores evitassem apertos de mão, além de usar álcool em gel e lavar bem as mãos – revelou. 

Atualmente, Nandes trabalha com o Salt Lake Stars, o time do Utah Jazz na G-League, a liga de desenvolvimento da NBA. O brasileiro, que costuma dar cerca de três treinos individuais por dia, terá sua rotina afetada ao menos por um mês, já que as atividades foram suspensas. 

– É certo que serão 30 dias de quarentena. Ainda não tive uma conversa com o técnico da G-League sobre como serão os procedimentos. Não foi decidido ainda se vai ter ou não treino – explicou o brasileiro. 

Nandes, de 32 anos, é especialista em neurociência de movimentos. Com pós-graduação e mestrado no currículo, o brasileiro começou doutorado na área. Ao L!, o profissional detalhou um pouco mais sobre o seu trabalho, um cargo ainda novo no esporte. 

– Existe uma diferença para os demais treinadores, que são focados em treinos tradicionais de repetição. É como se eu fosse um técnico das fraquezas. Existe uma visão de que, se o cara chegou no profissional, ele teoricamente deveria estar pronto. Mas não é assim. Há muitos atletas com deficiências. Eu sou o técnico que olho a fraqueza do jogador e trabalho para não ficar com uma diferença grande naquela habilidade – explicou Nandes, que trabalhou com o armador brasileiro Raulzinho, que deixou o Jazz nesta temporada e acertou com o Philadelphia 76ers. 

NBA SUSPENSA POR 30 DIAS

O comissário da NBA, Adam Silver revelou que a suspensão da temporada irá durar pelo menos um mês. O mandatário da liga não cogita a possibilidade de encerrar a temporada e acredita que é possível reiniciá-la mesmo que o hiato dure seis semanas.

– Meu pensamento era que, mesmo que estivéssemos sem jogos por um mês, mesmo que estivéssemos fora por seis semanas, ainda poderíamos reiniciar a temporada. Isso pode significar que as finais ocorram no fim de julho. Acho que é prematuro pensar que perdemos a temporada – disse Silver.

* Estagiário, sob supervisão de Jonas Moura