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Apresentadora do SporTV questiona julgamento do caso Celsinho: ‘Como julgar uma coisa que não vivencia?’

Karine Alves respondeu comentários de telespectadores sobre reclamações do julgamento do STJD que devolveu pontos ao Brusque

Com camisa do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Karine Alves falou sobre o julgamento do Brusque no STJD por ataques racistas ao meia Celsinho, do Lundrina (Reprodução / SporTV)
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O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) definiu, nesta quinta-feira, que o Brusque terá de volta os três pontos perdidos pela injúria racial contra o jogador Celsinho, do Londrina. O julgamento causou comoção nas redes sociais e, em resposta aos comentários dos telespectadores, a apresentadora Karine Alves, durante o 'Troca de Passes' explicou as críticas. 

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Muitos internautas reclamaram que Celsinho e seu advogado, Eduardo Vargas, eram as únicas pessoas negras no julgamento. Outros questionaram o por quê desta situação ser um problema. 

- Não é que precisa ser todo mundo afrodescendente, mas diante de um julgamento que é sobre racismo, você ver todos que estão julgando serem brancos? E por que na nossa sociedade a gente vê pessoas de alto escalão, pessoas que tem o poder, estão lá, e todas são brancas? - explicou a apresentadora. 

- Ou quando a gente vai em um restaurante, e todas as pessoas são brancas, restaurante de ‘alta sociedade’, e ninguém se questiona? Por que? Por que que não tem essas pessoas afrodescendentes lá? - continuou a jornalista. 

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Um outro telespectador do programa afirmou que as críticas seriam uma acusação de que os juízes do STJD brancos são corruptos, o que a apresentadora também retrucou. 

- Não, não é isso, a questão não é de corrupção por ser uma pessoa branca e sim por ter um lugar de fala de quem sofre racismo. Não tem como você julgar alguma coisa que você não vivencia. Então a gente precisa ter essas pessoas nesses lugares de fala e de poder - explicou Karine Alves. 

Em suas redes sociais, a apresentadora destacou que foi uma edição 'desgastante e cansativa' do programa, além de agradecer ao apoio de internautas e de grupos que trabalham  no combate ao racismo, como o Observatório da Discriminação Racial no Futebol. 

- Eu estou exausta, com dor de cabeça, mas enquanto for necessário esse posicionamento, a gente não conseguir enxergar mudança, eu vou continuar, incansavelmente, falando e dando voz a isso - completou Karine Alves. 

Entenda o caso

O fato ocorreu no dia 28 de agosto, no empate entre Brusque e Londrina, pela Série B. Celsinho disse que foi chamado de "macaco", e o árbitro da partida, Fábio Augusto Santos Sá, relatou que o meia ouviu a frase "vai cortar esse cabelo, seu cachopa de abelha".

O Londrina chegou a divulgar um vídeo nas redes sociais no qual é possível ouvir o grito de "macaco". O Brusque pediu desculpas e, além de afastar Petermann, instalou câmeras no estádio.

O Brusque e Júlio Antônio Petermann foram punidos no 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) que fala em “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito" em julgamento realizado em 24 de setembro. O clube catarinense perdeu três pontos e recebeu multa de R$ 60 mil. Júlio Antônio Petermann foi suspenso por 360 dias e multado em R$ 30 mil.

Um mês depois, atletas do Brusque e funcionários pediram a reconsideração do STJD. Celsinho foi alvo de racismo anteriormente duas vezes, em jogos contra Remo e Goiás.