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Presidente do Flamengo presta depoimento sobre incêndio no Ninho

Rodolfo Landim foi ouvido na 42ª DP nesta quinta-feira. Vice Rodrigo Dunshee também esteve presente. Há a expectativa de que inquérito seja finalizado no começo de abril

Rodolfo Landim assumiu o Flamengo no começo deste ano (Marcelo Cortes / Flamengo)
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Rodolfo Landim e Rodrigo Dunshee, presidente e vice do Flamengo, respectivamente, prestaram depoimento sobre o incêndio no Ninho do Urubu, que fez 10 vítimas fatais. Eles foram à 42ª DP, no Recreio dos Bandeirantes, para serem ouvidos, em mais uma etapa da investigação do caso.

A tragédia aconteceu no dia 8 de fevereiro e, desde então, diversos funcionários e representantes de empresas ligadas ao Flamengo prestaram esclarecimentos.

A princípio, há a expectativa de que o inquérito que vai apontar apontar as causas e os prováveis culpados pelo incêndio nos alojamentos da categoria de base possa ser finalizado no começo de abril, cerca de 60 dias após o ocorrido.

Nomes fortes da última gestão do Rubro-Negro, como o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello e o ex-vice de patrimônio Alexandre Wrobel ainda devem ser ouvidos.

Na última semana, a Rede Globo teve acesso ao depoimento de Edson Colman, dono da empresa responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado dos dos alojamentos, que apontou a realização de reparos em um dos aparelhos dois dias antes do incêndio.

RELEMBRE O CASO

O incêndio no alojamento nas divisões de base aconteceu no dia 8 de fevereiro e vitimou 10 atletas do Flamengo, de 14 a 16 anos. Três jogadores precisaram ser internados - Cauan Emanuel e Francisco Dyogo já receberam alta médica -, sendo que Jhonata Ventura segue aos cuidados do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Municipal Pedro II. O quadro do jovem é estável. Além deles, treze jovens escaparam do incêndio sem qualquer tipo de ferimento.

No dia 13, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro determinou a suspensão de todas as atividades das categorias de base no CT George Helal, o Ninho do Urubu, proibindo a entrada, permanência ou participação de qualquer criança ou adolescente no local até julgamento do mérito. A decisão é do juiz Pedro Henrique Alves, da 1ª Vara da Infância da Juventude e do Idoso.

Em caso de descumprimento, está prevista multa única no valor de R$ 10 milhões em relação ao Clube de Regatas do Flamengo e multa única e concomitante no valor de R$ 1 milhão ao presidente Rodolfo Landim. A decisão do TJ-RJ foi liminar parcial em ação civil publica do MPRJ que corre desde 1 de abril de 2015. Cabe recurso ao Flamengo em segunda instância.

A decisão está sendo respeitada. Após o incêndio, as atividades da base foram e a expectativa para que os jogadores se reapresentem na quinta-feira, dia 21. Contudo, sem a estrutura do Ninho do Urubu, a operação com atletas de fora do Rio de Janeiro deve permanecer suspensa. O clube entende que não há condições de receber centenas de atletas da base em outro local que não o CT.

No dia 15, após a segunda reunião entre Flamengo e autoridades, a Prefeitura do Rio de Janeiro reforçou o o pedido de interdição do local, já feito em 2017. Apesar disso, o elenco profissional treinou no Ninho do Urubu no próprio dia 15, no dia 16 e voltou a trabalhar no CT nesta segunda, dia 18. O clube entende que a utilização diurna dos campos não "representa qualquer risco" e reforça que não está havendo utilização noturna de nenhuma estrutura do local.

O Flamengo se pronunciou em três momentos desde o trágico episódio. No dia do incêndio, o presidente Rodolfo Landim fez um emocionado - e curto - pronunciamento à imprensa na entrada do CT. O mandatário classificou o caso como "a maior tragédia nos 123 anos do Clube de Regatas do Flamengo".

No dia seguinte, na Sede da Gávea, quem falou foi o CEO Reinaldo Belotti, que coordenou o comitê de gestão de crise desde o início. O executivo reforçou a prioridade do clube no suporte amplo e irrestrito às vítimas e familiares e, com base em documentos, garantiu que o incêndio nada teve a ver com as condições da estrutura do alojamento das divisões da base no CT George Helal.

Nestes dois primeiros momentos, o clube não abriu espaço para perguntas. No dia 15, Rodrigo Dunshee, vice-presidente e vice-jurídico do Rubro-Negro, falou rapidamente após a reunião com os órgãos públicos e ressaltou que a atual gestão assumiu o poder apenas no começo de 2019. Após o pronunciamento, porém, Dunshee se irritou com as perguntas e retirou-se, dando fim à coletiva.

No dia 21, a diretoria concedeu a primeira entrevista coletiva. Além do presidente Rodolfo Landim e o vice Rodrigo Dunshee, esteve também o CEO Reinaldo Belotti. Na ocasião, a cúpula afirmou que algumas famílias das vítimas procuraram o Flamengo para que fosse realizado um acordo de indenização. 

Na última terça-feira, porém, advogados de uma comissão que representa nove de 10 famílias - apenas Athila Paixão não estava representado - afirmaram que familiares e advogados ainda aguardam um contato do Rubro-Negro para que as negociações pelas indenizações possam ser iniciadas.