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Cruzeiro cria comissão para monitorar contratos da base

Após outra denúncia de cessão irregular de direitos econômicos de atletas com menos de 16 anos, o clube vai fiscalizar as relações em suas categorias de base

O meia Estevão William, conhecido como Messinho, foi alvo de duas ações ilegais na gestão de Wahner Pires, por ceder direitos econômicos a empresários-(Divulgação/Cruzeiro)
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Diante de nova denúncia de irregularidades envolvendo contrato com o jovem meia Estevão William, de 13 anos, que teve seus direitos econômicos cedidos a um conselheiro na gestão Wagner Pìres de Sá, o Cruzeiro informa que instaurou uma comissão independente que analisará todos os contratos porventura arquivados e atrelados a jogadores da base.

Os trabalhos da comissão já iniciaram e durante os próximos 30 dias o grupo deverá examinar e verificar se há documentos em desacordo com as legislações esportivas e trabalhistas. O Cruzeiro ainda destaca que, em caso de ilegalidades, as tratativas serão rescindidas unilateralmente e os responsáveis serão denunciados às autoridades competentes.

O Caso Messinho gera a criação da comissão


A origem da criação da comissão que irá fiscalizar a base do Cruzeiro foram as irregularidades da gestão Wagner Pires de Sá e do ex-vice de futebol, Itair Machado, reveladas em denúncia do Fantástico, da TV Globo,em maio de 2019, em várias áreas do clube, incluindo a base celeste.

O caso mais notório de ilegalidade com atletas que não são profissionais é de Estevão William, o Messinho. A direção do clube cedeu 20% dos direitos do meia, ao empresário Cristiano Richard dos Santos Machado, o que é vetado pela FIFA, por ser um atleta abaixo dos 16 anos, idade mínima para se ter um contrato profissional.

Mas, mesmo depois do esquema ter vindo à tona, menos de um mês depois, no dia 1º de junho, o Cruzeiro repassou outros 15% do atleta à Estrela Sports Ltda, que pertence ao conselheiro Fernando Ribeiro de Morais. A informação foi divulgada inicialmente pelo Uol e o site Deus me Dibre.

A prática de cessão dos direitos econômicos do garoto tiraram 30% do Cruzeiro, que agora possui 70% dos "direitos" de Estevão William.Entretanto, esse negócio foi feito com dupla ilegalidade, pois além de não poder haver uma cessão de direitos de jogador de base, o contrato só valeria para a divisão de percentual caso Messinho se tornasse profissional. Ele está com 13 anos atualmente.

O empresário e conselheiro do Cruzeiro, Fernando Ribeiro de Morais, afirmou que não há ilegalidade no negócio, já que é um acordo para o futuro e ele teria ajudado a família.

-É um acordo de comissionamento futuro, se caso ele vier a se tornar um atleta profissional. É o único documento que poderia ser feito depois de eu ajudar a família por tantos anos. Eu ajudei pagando aluguel, ajudei de todas as maneiras que você me perguntar, mas nunca comprei passe de jogador nem nada. Eu fiz um acordo com o Cruzeiro, não fiz nada de ilegal. Eu só queria ter algo documentado com o clube. Se você colocar aí que me manifestei dessa maneira, é isso- disse, para em seguida comentar que auxiliou a família do jovem meia. .

-Eu ajudei a família e terei um retorno, é diferente do que saiu na televisão que alguém comprou um percentual do 'passe' dele. Eu não comprei. Eu banquei a família e queria uma participação. Esse tipo de negociação, se ele vier a ser um atleta profissional e seguir no Cruzeiro, é uma coisa inclusive que podem manter ou não na atual direção. Eu não quis ficar só na palavra, porque gente que frequenta o clube sabe que eu o ajudei muito. Ele contou com o nosso auxílio-disse.

A FiFA proibiu em 2015 a cessão de direitos de atletas para terceiros. Somente clubes e jogadores poderão ter partes de direitos econômicos. Outra regra da entidade máxima do futebol é veto de contratos profissionais com jogadores menores de 16 anos. Antes disso, os jovens atletas poderão ter apenas o contrato de formação sem direitos econômicos ou federativos.