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Contrato de SAF diz que Ronaldo não tem de investir R$ 400 milhões e ainda exigir recompra do Cruzeiro

No negócio elaborado pela XP  para a equipe do Fenômeno, o formato tem mais vantagens para o investidor, do que para o clube 

Reprodução / Instagram
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Os últimos dias tem sido turbulentos no Cruzeiro com a discordância entre o Conselho do clube e Ronaldo, pela venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O Fenômeno quer alterações no contrato para que conclua a compra, com o prazo final se esgotando até 18 de abril.

Ronaldo quer a inclusão das Tocas da Raposa I e II no contrato e os desdobramentos mostraram que há mais camadas de polêmicas do que vem sendo veiculado pelos dois lados e imprensa. do Cruzeiro para Ronaldo passa por seus dias mais difíceis.

No contrato de intenção de compra assinado no dia 18 de dezembro por Cruzeiro e Ronaldo em 18 de dezembro, um documento de dez páginas, no qual estão descritos deveres e obrigações de ambas as partes veio à tona. O material foi veiculado pelo jornalista Rodrigo Capelo e confirmado pelo LANCE!.

Segundo o documento, Ronaldo e sua equipe teriam vantagens na compra, em relação aos benefícios para o clube enquanto associação . O acordo de pré-compra indica que o futebol profissional e de base celeste são a base da venda, não constando outras propriedades, como os CT´s. Veja alguns termos:


-Ronaldo tem a obrigação de aportar R$ 50 milhões no negócio; o empresário está liberado de desembolsar os R$ 350 milhões restantes, mesmo que receitas da SAF sejam baixas;

-Ronaldo pode obrigar a associação a recomprar a SAF pelo mesmo valor que ele tiver gastado na operação, caso entenda que não foram tomadas providências para reestruturar seu endividamento;
-Para pagar dívidas, a associação precisará regularizar e vender seus imóveis: a Sede Campestre, a sede social do Barro Preto e a sede administrativa, localizada no mesmo bairro;

-O contrato dispõe de seis "condições suspensivas" para proteger os interesses de Ronaldo na negociação, mas não conta com nenhuma no sentido oposto, para resguardar a associação;

-O acordo inclui a transferência de todas as atividades relacionadas ao futebol e a exploração econômica de marcas e símbolos, mas não prevê nenhum pagamento adicional, a título de royalties ou similar.


Sem necessidade de investir R$ 400 milhões

O acordo anunciado pelo Cruzeiro, de que Ronaldo iria adquirir a SAF do clube tinha como principal item o investimento prometido na casa dos R$ 400 milhões nos próximos anos.

Todavia, no acordo vazado do contrato, Ronaldo está obrigado a aportar R$ 50 milhões na SAF, à vista e mediante a transferência de 90% do capital da empresa para sua propriedade.

Os outros R$ 350 milhões foram atrelados a "receitas incrementais", ou seja, o ex-jogador poderia investir o valor à vista neste início e pagar o restante com receitas do clube.

O contrato prevê que haverá um cálculo da média das receitas contabilizadas pela associação entre 2017 e 2021. Se a SAF não alcance esse número, a partir de 2022, Ronaldo precisaria fazer investimentos.

Os conselheiros do Cruzeiro questionam esse item, pedindo inclusive o contrato para ser revisado e analisado, já que o acordo revelado diz que se meta contratual para receitas não for batida, Ronaldo poderá devolver percentual da SAF para a associação e não fazer nenhum pagamento com recursos próprios.



Obrigação de recompra

Mas, além da não obrigação de investir tudo que prometeu, ponto mais sensível do contrato de pré-compra é a possiblidade de obrigar o Cruzeiro a recomprar a SAF caso a associação não consiga estrutura e pagar as dívidas do clube, que ultrapassam R$ 1 bilhão.


Ronaldo aceitou se responsabilizar pelas dívidas no limite da Lei da SAF e repassar 20% de suas receitas mensais e 50% de dividendos (lucros distribuídos a sócios), para que a associação aplique esses recursos no pagamento das dívidas.

O Cruzeiro aceitou regularizar e vender três a sede social do Barro Preto, a sede administrativa, no mesmo bairro, e a Sede Campestre.

O presidente do lcube, Sérgio Santos Rodrigues, voltou a se manifestar publicamente em defesa do acordo e afirmou que não há um acordo final e sim um pré-acordo. Confira abaixo: 

Em relação à reportagem feita pelo jornalista da Globo, baseada em um Documento Preliminar que representava o início dos entendimentos entre Cruzeiro e Ronaldo, portanto não o contrato final, vale esclarecer:

i) surpreende o acesso ao documento pois poucas pessoas envolvidas na operação tinha acesso a ele. O motivo da confidencialidade nunca foi esconder nada, mas justamente preservar um negócio sujeito a alterações já que, repito, se tratava de um início de entendimento;

ii) como explicado reiteradas vezes, nossa negociação precisava de mais urgência já que tínhamos débitos essenciais - salários e FIFA - que precisavam ser pagos e o aporte só poderia ser feito com a assinatura de documento que desse um mínimo de lastro e conforto para o investidor;

iii) o principal ponto: como se trata de início de entendimento, a reportagem acabou se baseando em um documento que já está muito modificado após conversas entre as partes; percebe-se, por exemplo, que nele nada é falado do pagamento da dívida tributária; assim como essa cláusula, várias outras mudaram depois e no contrato definitivo estarão regidas de forma diferente;

iv) obviamente, as cláusulas do documento final serão todas debatidas na assembleia do dia 4/4, oportunidade em que será feita uma apresentação completa sobre a negociação e haverá espaço para perguntas. Inclusive, diante da importância do tema, deveremos ter a presença do próprio Ronaldo para tranquilizar os Conselheiros quanto ao projeto proposto ao Cruzeiro.

Sendo assim, pedimos novamente que quem tiver dúvidas que nos procure diretamente que seguiremos à disposição para esclarecer tudo, assim como o Conselho Fiscal foi atendido imediatamente em seu pleito.

Não há qualquer motivo para que se esconda qualquer aspecto desse negócio. Nosso compromisso é e sempre foi com o Cruzeiro, de forma transparente, apenas respeitando a confidencialidade inicial que, reitero, existe exatamente para evitar situações como essa, em que uma análise é feita com base em um documento que não será o termo final e acaba criando polêmica desnecessária em meio a um período tão importante pra nós no âmbito desportivo.

Contamos com vocês

Abraço,

Sérgio Santos Rodrigues