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‘Super-herói’ em 98, Dinei relembra como varreu o Cruzeiro e aposta em Pedrinho para título do Corinthians

Ex-atacante foi o grande nome da única decisão entre os clubes há 20 anos, e conta os bastidores que fizeram a diferença no título Brasileiro. Agora, crê no tetra da Copa do BR

Dinei comemora gol pelo Corinthians no fim da década de 1990 (Foto: Daniel Augusto Jr /Lance!)
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Finalistas da Copa do Brasil deste ano, Corinthians e Cruzeiro se enfrentaram apenas outra vez em uma decisão. Foi há 20 anos na final do Campeonato Brasileiro de 1998. O Timão venceu e levou a taça para o Parque São Jorge, mas ela poderia ter ido para a casa de Dinei. O ex-atacante, atualmente com 48 anos, foi o grande nome da decisão em três partidas, tendo participado de todos os gols alvinegros.

Em entrevista ao LANCE! na véspera do início da decisão, Dinei lembrou com saudosismo e entusiasmo do que ele considera ter sido o momento mais iluminado da sua carreira. E não é exagero: ele marcou um gol e deu quatro assistências nos jogos decisivos. Baita feito, cujos registros ele guarda até hoje, inclusive do próprio L!.

- Aquele foi meu ano, os três jogos, cinco gols saíram do meu pé. Eu fui o cara da decisão. No último jogo, tomei nota dez do LANCE!. Lembro das notas, minha irmã ainda tem o jornal guardado. Saí na capa de todos os jornais. Mas também, né? Só não fiz chover! (risos) - conta, sem modéstia e com o bom humor que lhe são característicos.

Em 98, a fase final do Brasileiro foi disputada em sistema de playoffs, como aconteceu no basquete. Foram três jogos e o Corinthians, líder da primeira fase, tinha a vantagem de conquistar o título caso os times fizessem os mesmos pontos. A final foi equilibradíssima, mas brilhou a estrela de Dinei após dois empates e uma vitória no último jogo.

A façanha do ex-atacante é ainda maior porque ele era reserva e em todos os duelos entrou no segundo tempo. O primeiro jogo foi no Mineirão e o Cruzeiro chegou a abrir 2 a 0 no primeiro tempo com Müller e Valdo. Os corintianos chegaram a temer pelo pior. Aí o herói entrou em ação, fez o primeiro e deu passe para Marcelinho Carioca empatar.

No segundo jogo, no Morumbi, eles repetiram a dobradinha. Passe de Dinei, gol de Marcelinho. Mas a Raposa empatou com Marcelo Ramos. A decisão ficou para o terceiro jogo, novamente no Morumbi.

Com muito equilíbrio, o Timão foi para o vestiário campeão com o empate de 0 a 0, mas a tensão de poder perder o título diante de sua torcida era grande. E o que fez Vanderlei Luxemburgo, treinador corintiano na época? Chamou o Dinei. Resultado: uma assistência para Edilson, outra para Marcelinho Carioca e bicampeonato para o Alvinegro.

Anos depois, Dinei lembra que o brilho daquelas atuações (leia mais abaixo) começou a ser construído em 1990, quando o Corinthians foi campeão brasileiro pela primeira vez. Ele estava no elenco e, em 98, era o único que podia ser bi pelo clube. Foi, e no ano seguinte conquistou o tri. Virou o único jogador a ter o feito pelo clube. A marca só foi igualada no ano passado pelo meia Danilo, campeão em 2011, 15 e 17, e que ficará no banco contra o Cruzeiro no Mineirão. Dinei não estará presente, mas garante que os cruzeirenses iriam tremer só de vê-lo. Quem não joga, conta história e isso o ex-atacante tem muita. A Raposa que o diga!

Acompanhe entrevista em que Dinei lembra o que o motivou para decidir o Brasileiro contra o Cruzeiro e na qual ele diz por que aposta em Pedrinho como herói desta final. 

Qual foi o jogo mais difícil daquela decisão?
Foi o do Mineirão. A gente estava perdendo 2 a 0, aí no intervalo o Vanderlei me coloquei, e me chamou para bagunçar tudo. Ele disse: "Vai lá e bagunça". fiz o primeiro gol e cruzei para o Marcelinho, ali deu sobrevida. E acho que tem que fazer a mesma coisa agora. Se voltar com o empate, o Corinthians será campeão da Copa do Brasil.

Qual sua lembrança mais marcante dos jogos?
Antes da decisão, à noite fomos para o jantar, e o Luxemburgo pediu para falar falar comigo no quarto. Estava com o Rincón. Aí pensei: será que vou tomar dura de graça? Não fiz nada. O Vanderlei mandou eu sentar, e falou junto com a Suzy Fleury (psicóloga do Corinthians na época). Eles falaram só tinha uma pessoa que poderia ser bicampeão brasileiro pelo clube. E eu nem sabia quem era. Aí ela me falou que era eu. Cara, eu nunca fui craque e fui dormir pensando nisso. Posso entrar para a história. E o Luxa mandou eu sair, falou pensa nisso, que posso precisar de você.

E o que aconteceu?
Chegou no jogo, a gente perdendo no intervalo e ele: "Dinei, não vou te falar mais nada, lembra do que falei? Então vou precisar da sua ajuda. Eu entrei no Mineirão como se fosse o super-homem. E daí em São Paulo lá vem o Luxa de novo, com a mesma coisa. Aí no dia 23 de dezembro, dia do último jogo, Luxemburgo me chamou de lado, ele e a Suzy Fleury, falaram tudo de novo: "Tudo que a gente fez, não vai adiantar, para você entrar para a história se perdermos. Então eu entrei no Morumbi daquele jeito... No intervalo a torcida me chamou, o Luxa falou e de novo entrei igual o super-homem. Eu estava tão largo que tudo deu certo. Eles entraram na minha mente.

Em quem aposta para decidir essa final e ser o novo Dinei?
Eu estou botando fé no Pedrinho. Vai fazer 20 anos do título, e o 18 é o número da camisa que eu jogava. E 20 mais 18 dá 38 , a camisa do Pedrinho. Está tudo conspirando para ele. Vai que baixa o Dinei nele. No jogo da Arena eu estarei lá.

Qual o significado daqueles jogos na história do clube?
Só de jogar a final, e fazer tudo que eu fiz. No Corinthians, vou te falar, só quem fez assim foram Marcelinho, Sheik e Guerrero. Semifinal é uma coisa, decisão é outra. Em termos de decisão, foi a gente que foi mais decisivo.