Bando de Loucos

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Maycon vive ano de sonho: enfim titular do Timão e prestes a ser pai

Em entrevista ao LANCE!, volante repete várias vezes a palavra 'felicidade'. Além de ter conseguido inédita sequência no time, boa fase na vida pessoal, à espera de Asafe

(Foto: Agência Corinthians)
Escrito por

Maycon não consegue disfarçar a felicidade. Na verdade, nem tenta. Aos 19 anos, o jogador do Corinthians está vivendo um ano de sonho na vida pessoal e também profissionalmente. Cercado de muita expectativa ao ser promovido pelo técnico Tite à equipe principal do Timão, o volante agora é titular, elogiado e badalado. E fora de campo alimenta a enorme expectativa e curte as últimas semanas de gravidez da esposa Lyarah. O Asafe Lucca está chegando aí.

A programação das famílias é que Asafe, nome bíblico de origem hebraica que significa "Deus se apoderou", nasça em 27 de abril. Três dias depois disso, acontecerá a final do Campeonato Paulista, jogo que o pai espera participar como titular do Corinthians. É para isso que ele está trabalhando, inclusive neste sábado, às 19h30, contra o Mirassol, pela sexta rodada da primeira fase da competição. 

- É mágico. Todo homem sonha com isso, em formar uma família. E também em realizar o seu trabalho bem feito. Agora isso está acontecendo comigo ao mesmo tempo, graças a Deus. Estou muito feliz por esse momento que estou passando, quero aproveitar ao máximo porque daqui a pouco pode ser que aconteça alguma coisa e isso caia. Vou trabalhar para isso não acontecer, para que eu mantenha o foco e pés nos chãos para sempre seguir como estou agora: feliz - conta Maycon, ao LANCE!, exibindo largo sorriso.

Maycon é jogador profissional do Corinthians desde o início de 2016. Já foi chamado por Tite de "novo Elias", mas não conseguiu uma chance de jogar quando o campeão brasileiro de 2015 foi negociado. Emprestado à Ponte Preta no ano passado, vestiu a camisa 10 e fez boas atuações. Teve o nome cobrado pela torcida corintiana por conta do talento demonstrado na base, mas não fez a pré-temporada de 2017 porque estava a serviço da Seleção Brasileira no fracasso do Sul-americano sub-20. A reapresentação ao Timão foi há duas semanas, e desde então foram duas partidas como titular, sendo uma delas o Dérbi. 

Foi Maycon, formado na base do Corinthians, quem roubou a bola de Guerra, reforço que o Palmeiras pagou R$ 10 milhões, e tocou para Jô fazer o único gol do primeiro clássico do ano do centenário. Não foi pouca coisa.

- Nós molecada falamos entre nós que temos que batalhar, mostrar para o Fabio e a comissão que merecemos a oportunidade, e quando surgir estar preparados. Muitas vezes alguns jogadores ficam tristes porque não têm oportunidade, mas tem que continuar trabalhando, persistir, porque uma hora vai pintar. Pô, você trabalha a vida inteira para chegar esse momento, tem saber que é especial e fazer valer a pena - reflete o maduro garoto de 19 anos.

CONFIRA A ENTREVISTA DO CORINTIANO MAYCON AO LANCE!:

Lyarah, esposa de Maycon, é irmã de Lyanco, que também é jogador de futebol e defende o rival São Paulo (Foto: Acervo pessoal)

Para você, qual foi a importância de ter atuado e sido decisivo em uma partida de tanta rivalidade, como o Dérbi de quarta-feira?
Fico muito feliz, é sempre uma honra vestir a camisa do Corinthians, ainda mais em um jogo desse tamanho. Fico feliz demais por poder representar bem não só o Corinthians, como toda a nação corintiana. Esse é o intuito de quem chega aqui: representar bem a instituição e a nação. Fiquei feliz também pela partida que todos os companheiros fizeram, foi fundamental a dedicação, a raça que todos tiveram, fomos coroados com o gol no final e saímos vencedores.

Você já vinha sendo elogiado no ano passado, mas não jogava e foi emprestado à Ponte Preta. Teve medo de não conseguir uma chance de jogar aqui?
Não poderia trabalhar com essa hipótese de talvez não voltar, não ter novas chances aqui. Fui para a Ponte convicto que tinha que mostrar meu potencial para poder voltar e mostrar que posso jogar aqui. Fiz boas atuações, no meu ponto de vista, quando Tite estava aqui, até mesmo com Cristóvão entrei num jogo e fui bem, sabia do meu potencial, sabia que poderia estar aqui e ajudar o grupo. Não sei se titular, reserva ou nem relacionado, mas sabia que poderia ajudar o grupo de alguma forma. Fiquei feliz depois da partida de quarta que consegui um dos meus objetivos, que era voltar bem e corresponder à altura.

'Fui para a Ponte convicto que tinha que mostrar meu potencial para poder voltar e mostrar que posso jogar aqui. Fiz boas atuações, no meu ponto de vista, quando Tite estava aqui, até mesmo com Cristóvão entrei num jogo e fui bem, sabia de todo o meu potencial', diz Maycon

Mas esperava já ser titular logo depois de voltar do Sul-americano?
Acho que as coisas acontecem no tempo certo. O Arana já jogou de titular, o Léo (Jabá) tem entrado, o Léo Santos está no DM, contudido, não pode ser aproveitado. Mas eu sabia que poderia pintar a chance em qualquer momento e rápido, porque o time está em construção, está precisando de peças novas. A gente não teve férias, está com gás bom, início de temporada o pessoal sente um pouco, e a gente está com o gás da temporada passada. Sabia que poderia ajudar de alguma forma, e principalmente nessa forma, no gás, que a gente está um pouco mais preparado por não ter tido férias, então foi importante.

As férias não fazem falta, não?
Fazem, né (risos)? Mas isso aqui vale muito mais a pena. Jogar um jogo como o Dérbi vale muito mais a pena do que uma ou duas semanas de férias.

Espera continuar como titular nas próximas semanas?
Cada um está buscando o seu espaço. A gente tem um respeito muito grande. Quando um está jogando, o outro está no banco vibrando, comemorando vitória, gol, defesa do Cássio, todo mundo vibra, o respeito é muito grande. Cabe ao professor Fabio decidir o que é melhor para o jogo, cabe a nós nos prepararmos para ir bem quando a oportunidade aparecer e ajudar a equipe

Queria que você falasse um pouco sobre o modo como você tem entrado no time. Já jogou de ponta, de volante, no 4-2-3-1, no 4-1-4-1...
Eu tenho um transição muito forte, desde a Copinha fui bem fazendo isso, defendendo e chagando no ataque. A gente sabia que o Palmeiras, por exemplo, flutuava muito com os pontas. Se ficasse só o Gabriel ali, talvez eles conseguissem achar espaço nas nossas linhas, e o professor Fabio me recuou um pouco, mas me deu liberdade de ir ao ataque quando a gente estava com a bola. No primeiro tempo quando podia fazer estava bem, no segundo foi um jogo à parte, nos defendemos mais, estávamos mais preocupados em chamar o time deles e sair no contra-ataque, então não consegui fazer muito isso.

Por falar em tática, você teve muitos treinadores preocupados com essa parte na sua carreira: Loss, Tite, Eduardo Baptista, agora o Carille...
Com certeza isso me ajuda, desde o Loss, agora o Fabio, todos os técnicos são importantes. O Tite era uma filosofia, o Eduardo (Baptista) era uma completamente diferente. Chega aqui com o Fabio junta um pouquinho do Tite com o Eduardo, com sistema defensivo forte e saída no contra-ataque. Vai acrescentando muito para mim, vou acumulando rodagem, vou acumulando passagem em times diferentes que estou me adaptando e conseguindo fazer um bom jogo.

Como foi a experiência no Sul-americano sub-20? Vocês não conseguiram a classificação para o Mundial, mas você individualmente foi bem avaliado.
Verdade. Comecei de reserva e assumi a posição depois no último jogo da primeira fase. Fui titular no hexagonal todo. É difícil quando as coisas não vão bem para o time, mas fiquei feliz com minha atuação. Acho que o time estava bem e tomava um gol, abalava todo mundo, sofria a virada... Isso que nos enfraqueceu. Foi um pouco injusto, mas o futebol conta com isso. Merecíamos classificar, tivemos atuações abaixo, sim, mas também fizemos outras boas atuações, anulamos o adversário, mas é futebol. Fiquei feliz com meu Sul-americano, me superei, comecei de reserva e virei titular. Fiquei feliz.

'O nome é bíblico. O Asafe era da tribo de Davi, significava mais ou menos quem Deus escolheu. Deus escolheu ele para comandar uma região, e tem também que eu gosto de louvores. E na época era o Asafe quem cantava para Davi', explica Maycon (Foto: Acervo pessoal)

E o pessoal do Corinthians viu o quarteto do Terrão lá no Equador?
A gente já vem jogando desde o sub-15 e sub-17, já tem um entrosamento, isso conta bastante. Não só no sul-americano, mas contra o Palmeiras foi uma prova que a gente está lutando e buscando o nosso espaço. Acho que nós três ali da base conseguimos corresponder à altura.

Você está prestes a ser pai e virou titular do Corinthians. Agora é curtir a boa fase?
Com certeza, e também fazer de tudo para que se mantenha por um bom tempo. Tem pessoas que essa fase boa demora muito para chegar, e quando passa, passa por um curto momento... Mas meu objetivo é curtir bastante, porque estou muito feliz mesmo, então é trabalhar para que esse momento demore para passar. E se vier a acontecer uma má fase, que passe rápido. É com trabalho, foco e pés nos chãos, porque tudo passa, vai passar sempre.