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Líder de grupo de oposição diz por que reprovar contas do Corinthians: ‘Juridicamente importante’

Felipe Ezabella, que encabeça o Movimento Corinthians Grande, concedeu entrevista ao jornalista Jorge Nicola, e explicou o motivo pelo qual seu grupo votará pela reprovação

Felipe Ezabella lidera um dos grupos de oposição à gestão de Andrés Sanchez no Corinthians (Foto: Divulgação)
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Na noite da última terça-feira, no canal do jornalista Jorge Nicola, no YouTube, o ex-candidato à presidência do Corinthians Felipe Ezabella, falou sobre o cenário do clube atualmente, entre os principais assuntos, ele explicou por que o seu grupo de oposição, o "Movimento Corinthians Grande", vai votar pela reprovação das contas na reunião do Conselho Deliberativo. Para ele, esse ato é juridicamente importante em caso de futuros processos fiscais.

Ezabella, atualmente não é conselheiro do clube, já que na última eleição se candidatou ao cargo de presidente, mesmo assim, a chamada "chapinha" na qual é uma das principais lideranças, elegeu 25 membros, os quais sinalizam para votarem contra o balanço corintiano, que apresentou um déficit de R$ 177 milhões. Em sua defesa, a atual gestão diz que as contas passaram pela auditoria, mas o ex-conselheiro diz que isso não exclui outros possíveis erros.

- Por mais que os comentários da auditoria tenham dito que o balanço está correto, quando ela diz isso, logicamente não tem nenhum momento no balanço que foi divulgado que 2+2=5, ou seja, os números que foram apresentados ali conferem com os números contratados e auditados, só que o que a auditoria não analisa ou não era o escopo da auditoria, é verificar as normas internas do clube, tanto de orçamento quanto de prestação de contas, quanto as normas reguladoras do sistema esportivo brasileiro - afirmou.

Segundo Ezabella, o balanço apresentado descumpre normas estatutárias do clube, como o desrespeito ao orçamento para a temporada 2019, que previa um pequeno superávit de menos de R$ 1 milhão, mas fechou com o maior déficit da história do futebol brasileiro: R$ 177 milhões. Além de compromisso assinado de redução de custos, de pessoal e de investimento.

- O estatuto diz que você tem que cumprir o orçamento que foi aprovado. Nós até fomos contra na época, mas aprovaram com votos dos membros aliados da gestão. Ele foi totalmente descumprido, o orçamento dizia que para praticamente um zero a zero, um superávit de R$ 500 mil ou R$ 600 mil, e a gente chegou num déficit de R$ 177 milhões, não tem nem como justificar isso, e isso foi identificado ao longo do ano, a diretoria poderia ter pedido uma alteração do orçamento no meio do ano, foi avisado, foi sugerido e também não quis fazer a alteração do orçamento para adaptar as contas - avaliou Ezabella antes de completar:

- Na aprovação do orçamento, o compromisso escrito em ata era de redução de despesas, redução de pessoal, redução de investimento. Tudo isso teve um aumento gigantesco, ou seja, não se cumpriu o que foi dito, o que foi prometido, nem o que estava dentro dos números, tudo sem qualquer justificativa, como a pandemia, alguma justificativa como "não vai ter como cumprir com base nisso, nisso e nisso", mas nesse caso é simplesmente "desculpa, gastei demais", quando seu compromisso não era gastar demais.

E não foi só o estatuto que foi descumprido, mas também leis como a do Profut, por deixar de pagar impostos, a qual o clube aderiu no fim de 2015 e que pode implicar, inclusive, na execução imediata de uma dívida de mais de R$ 200 milhões, parcelada para ser paga em 20 anos.

- O clube está devendo aí quase R$ 100 milhões de impostos, Fundo de Garantia, INSS, Imposto de Renda Retido na Fonte, que é aquele que você retém do pagando dos seus funcionários e não repassa, tem até um problema maior nesse aspecto. Você tem obrigação de redução do seu déficit, acho que era redução de até 5%, não lembro agora qual é o percentual, que o clube descumpriu. E você tem ali a qualificação de uma gestão irregular e temerária, que é até motivo de destituição de dirigentes, de responsabilização com patrimônio próprio pelo fato de você ter gerado um déficit superior a 20% da receita do ano anterior. Então você poderia gerar um déficit de R$ 90 milhões a R$ 100 milhões, mas gerou um de R$ 177 milhões, assim você tem o descumprimento de uma série de regras que podem gerar inclusive o desenquadramento do clube no Profut e o vencimento daquela dívida que está parcelada em suaves prestações por 20 anos, à visita, uma execução de uma vez só daqueles R$ 220 milhões/R$ 230 milhões.

No entanto, por meio das votações dos órgãos reguladores do clube, ou seja, Conselho de Orientação, Conselho Fiscal e Conselho Deliberativo, caso haja uma reprovação, isso poderá ser usado como defesa do Corinthians em futuros processo de desenquadramento fiscal, por conta dos descumprimentos.

- Uma das formas de o clube não ser desenquadrado do programa é que os órgãos de controle do clube, Conselho Fiscal, Conselho Deliberativo e Conselho de Orientação, apontem essas irregularidades, e se manifestem contrários aos atos, procurem resolver, melhorar, tomem iniciativas que não mostrem que os órgãos de controle dos clubes são anuentes com todas essas irregularidades, então reprovar as contas hoje é juridicamente importante para a defesa do clube em um futuro processo de desenquadramento fiscal - concluiu.

Por conta da pandemia de coronavírus, ainda não se sabe quando será marcada a reunião do Conselho Deliberativo, que dificilmente será feita de forma remota, como houve a possibilidade no Conselho de Orientação e no Conselho Fiscal, já que muitos membros são idosos e o procedimento seria inviável. Sendo assim, a aprovação ou reprovação não tem data para ocorrer.