Conselheiros do Corinthians se articulam para formalizar pedidos de abertura de processos na Comissão de Ética do Conselho Deliberativo contra Andrés Sanchez, ex-presidente do clube. Nesta quinta-feira (11), o ex-dirigente admitiu que usou o cartão corporativo para gastos pessoais em 2020, quando ainda estava no cargo.
Andrés Sanchez afirmou que confundiu o cartão corporativo com o pessoal e gastou cerca de R$ 9 mil em uma viagem privada a Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte. O ex-presidente afirmou que irá reembolsar o Corinthians.
Mesmo assim, conselheiros aliados de Augusto Melo, e de outras linhas políticas, trabalham para buscar uma punição interna ao ex-presidente, que poderia acarretar desde afastamentos até a exclusão do quadro de sócios do Corinthians.
O Movimento Corinthians Grande, de nomes fortes do clube alvinegro, como Rozallah Santoro e Armando Mendonça, divulgou uma nota oficial em suas redes sociais, onde diz que irá apresentar uma denúncia formal nos próximos dias.
Aliados de Augusto Melo avaliam se vão protocolar pedidos próprios ou endossar denúncias já anunciadas. O episódio expõe uma crise nos bastidores envolvendo Andrés Sanchez e sua chapa, a Renovação & Transparência, que comandou o clube por 16 anos.
Paralelamente, a principal organizada do clube, a Gaviões da Fiel, também emitiu um comunicado cobrando punições ao ex-presidente.
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Bastidores quentes
Simultaneamente, Augusto Melo enfrenta consequências no caso envolvendo irregularidades no patrocínio da casa de apostas Vai de Bet e o Corinthians, que durou entre janeiro e junho de 2024. O ex-dirigente foi indiciado pelos crimes de associação criminosa, furto e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público apresentou a denúncia à Justiça nesta quinta-feira (11). Os casos envolvendo os dois últimos presidentes colocam o futuro do Corinthians em xeque. O Conselho Deliberativo convocou uma Assembleia Geral para o dia 9 de agosto, que irá referendar, ou não, o impeachment de Augusto Melo.
Se confirmado, haverá uma eleição indireta entre os conselheiros para escolher um novo presidente. A defesa de Augusto Melo tem buscado responsabilizar antigas gestões como estratégia de desgaste interno, mas a sucessão de escândalos ampliou o desgaste com torcedores e evidenciou um vácuo no poder.
Ainda não há definição sobre possíveis candidatos em uma eventual eleição, mas os bastidores seguem intensos, com articulações por apoio entre os conselheiros.