Bando de Loucos

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Basílio se emociona ao rever a camisa usada na decisão de 1977

Paulo Gini é colecionador e está com o modelo usado pelo herói do título desde 2010. 'Xodó' do dono, peça tem lugar especial no acervo que recebeu visita do ex-corintiano

(Foto: Eduardo Viana)
Escrito por

- É maravilhoso e emocionante saber que no dia 13 do dez eu estava com isso no corpo.

A frase acima é de Basílio, herói do Corinthians contra a Ponte Preta naquela noite de quinta-feira em 1977, ao deparar com a camisa número 8 que vestiu no gol histórico que findou jejum de 23 anos sem títulos.

Na semana em que Timão e Ponte se encontram para o primeiro jogo da decisão, que acontece neste domingo, em Campinas, o Pé de Anjo foi até o acervo do colecionador Paulo Gini para rever o modelo usado por ele na noite histórica. A final que mudou a vida de Basílio será reeditada 40 anos depois. Coisa do destino?

- Acredito, sim (em destino). Mas jamais imaginava. Eu trabalho na Rádio Capital e quando terminou o jogo (contra o São Paulo) eu fiquei olhando e falei: "Nossa, como o destino reserva as coisas para nós". Foi contra o São Paulo que a gente se classificou e a Ponte já estava classificada no sábado. As coincidências são muitas - disse, com o manto preto e branco nas mãos.


A camisa histórica está com Paulo Gini desde 2010, quando o colecionador a comprou do próprio Basílio. A exemplo do gol chorado contra a Macaca, não foi nada fácil convencer o ex-jogador a se desfazer da relíquia.

- Eu já tinha visto algumas matérias na casa do Basílio com a camisa por causa de 1977 e eu sou um garimpador de itens usados por jogador. Fiiquei enchendo o saco dele durante uns cinco anos. Eu ligava para ele a cada seis meses e falava que esta camisa tinha que vir para minha coleção, que cuidaria bem dela. É uma peça super-histórica. Sou corintiano e todo corintiano se considera roxo. Tenho coleção de quase toda a história do Corinthians e achava que cuidaria bem dela - conta Paulo Gini.

Além da camisa do terceiro jogo daquela decisão, o acervo conta também com a usada por Vaguinho na segunda partida da final. Até um modelo de Carlos, vestida pelo então goleiro da Ponte Preta no mesmo ano, faz parte dos itens.

'Acabou o jogo, eu tirei a camisa e a chuteira e dei para o massagista'
levar embora', conta Basílio, sobre 1977

A presença do valioso objeto merece um lugar especial no espaço em que Paulo guarda camisas, chuteiras, bolas, luvas e flâmulas. Uma caixa de madeira com vidro serve para adequar e proteger a camisa 8 autografada com a data de 13 de outubro de 1977. É o "xodó".

Desde a venda, há sete anos, Basílio não tinha mais visto a camisa. 

- Muito fera. Sempre quis essa cena, sabia? - disse Paulo na hora de posar para a foto com Basílio, que prontamente respondeu:

- Opa, que legal, Paulo!

A história de uma nova decisão para o Corinthians começa a ser escrita a partir deste domingo e a chance de uma nova peça estar em breve nas prateleiras catalogadas com o distintivo do clube de coração de Paulo é grande. Resta saber se haverá e quem será o herói em caso de mais uma conquista.  

Paulo exibe as camisas do Timão em sua coleção (Foto: Eduardo Viana)

CORINTHIANS DOMINA COLEÇÃO

Paulo conta com cinco mil objetos na sua coleção e 800 deles são do Corinthians. Todos os itens são de jogo e a cada pequena mudança na camisa do clube é motivo para que um novo manto faça parte da lista.

- O Corinthians tem usado uma média de 40, 45 camisas diferentes por ano. Com detalhes diferentes. Eu tento pegar uma de cada - comenta Paulo.

Neste domingo o time estreará o uniforme preto e branco, feito justamente em homenagem ao título de 1977. 

Paulo esteve no Japão em 2012 para acompanhar o Mundial de Clubes e de lá retornou com a camisa usada por Cássio e uma das bolas da final contra o Chelsea. Meses antes, a camisa da final da Libertadores contra o Boca Juniors entrou na coleção. Outro item raro é o modelo único preto que o Corinthians usou diante do Real Madrid, em 2000, no Mundial disputado no Brasil. Paulo o classifica como "mosca branca". 

PAIXÃO FALA MAIS ALTO

Depois do rebaixamento no Brasileiro de 2007, Paulo Gini decidiu que não faria esforço para pegar nenhum modelo que o time vestisse no ano seguinte. Mas a paixão pelo clube e pela coleção fez com que ele mudasse de ideia meses depois. 

- Eu tenho a do ano do rebaixamento. Vou falar que eu não queria pegar a camisa do ano seguinte que caiu. Fiquei seis meses sem pegar nada do Corinthians. Estava puto, triste e falei: "A coleção vai ter um buraco". Depois eu corri atrás e vi que não tinha nada a ver, na verdade é tão histórico quanto ano de conquista. O bom é que ficou mais barato este ano (risos).