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Ulisses Lopresti
São Paulo (SP)
Dia 23/05/2025
17:05
Atualizado há 8 minutos
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Augusto Melo, ao lado de seu advogado, Ricardo Cury, concedeu uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (23), na Neo Química Arena. A Polícia Civil indiciou o presidente do Corinthians por lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado no caso que apura irregularidades no contrato de patrocínio entre o clube alvinegro e a casa de apostas "Vai de Bet".

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Apesar do relatório divulgado pelo delegado responsável pelo caso, Tiago Fernando Correia, Augusto Melo voltou a negar responsabilidade nos R$ 1,4 milhão repassados pelo Corinthians à Rede Social Media Design LTDA, empresa de Alex Cassundé, pela intermediação no contrato da Vai de Bet. O caminho do dinheiro indica que uma parte da quantia foi parar na conta da UJ Talent Football, empresa investigada por ter ligação com o crime organizado. O presidente negou que vai renunciar ao cargo apesar da crise.

— Não passa pela minha cabeça renunciar. Não devo nada. Esse foi um grande contrato. Se teve algum problema, a Justiça vai deixar claro mais para frente. Não tenho envolvimento nenhum nisso. Eu, mais do que ninguém, quero essa investigação — disse o dirigente.

Augusto Melo foi indiciado pela Polícia Civil (Foto: Ettore Chiereguini/AGIF)

Dúvidas sobre a lisura do relatório

O Conselho Deliberativo do Corinthians irá retomar a votação do impeachment de Augusto Melo na segunda-feira (26). Ricardo Cury, advogado do presidente, se mostrou surpreso com o vazamento do relatório na véspera do pleito e insinuou uma motivação política

— Nos surpreendeu a divulgação do relatório final na antevéspera do julgamento de segunda-feira. Nós tínhamos informado desde o dia 13 de maio ao delegado Tiago que Romeu tinha reconvocado a reunião para o dia 26. Nos surpreendeu porque no relatório que já vazou, o próprio delegado diz que em relação a uma específica pessoa ele não se manifestaria naquele momento por conta de um pedido de habilitação de seu advogado, que está pendente pela juíza Márcia, que acompanha a evolução do inquérito. Se ele aguarda a habilitação deste colega, nos surpreendeu a divulgação do inquérito nesta quinta. Essa é a parte política — disse o presidente do Corinthians.

Relembre o caso

O resultado do inquérito, conduzido pelo delegado Tiago Correia, foi divulgado nesta quinta-feira (22) e indiciou Augusto Melo, além do ex-diretor administrativo, Marcelinho Mariano, o ex-superintendente de marketing, Sérgio Moura e Alex Cassundé, dono da Rede Social Media Design LTDA.

A investigação do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) da Polícia Civil detectou uma irregularidade no pagamento de R$ 1,4 milhão pelo clube alvinegro ao intermediário Alex Cassundé, dono da Rede Social Media Design LTDA.

A empresa, intermediária na negociação, fez dois repasses, nos valores de R$ 580 mil e R$ 462 mil, à Neoway Soluções Integradas, uma empresa laranja no nome de Edna Oliveira dos Santos, moradora do bairro Jardim Caraminguava, em Peruíbe, região pobre do Litoral Sul de São Paulo, conforme noticiado por Juca Kfoury.

A Polícia Civil identificou que a Neoway transferiu R$ 1 milhão para a Wave Intermediações Tecnológicas que em seguida, fez três transações no valor de R$ 874.150 para a UJ Football Talent. A assessoria esportiva é apontada como uma empresa usada para lavar dinheiro do crime organizado.

No ano passado, a empresa foi mencionada por Antônio Vinicius Gritzbach em investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) sobre o crime organizado. Conhecido como “delator do PCC”, o empresário foi executado com 29 tiros em novembro de 2024, no aeroporto de Guarulhos. Ele havia firmado um acordo de colaboração com as autoridades após atuar em um esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção.

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