Bando de Loucos

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Após 12 anos, Jô volta ao topo, leva 2º Brasileirão pelo Corinthians e já projeta a Libertadores de 2018

Atacante brilha com dois gols no jogo do título, contra o Fluminense. Agora, ainda há um objetivo final para a temporada: ser artilheiro do campeonato pela primeira vez

Luis Moura / WPP
Escrito por

O que acontece em 12 anos? Os amantes de esportes, por exemplo, vão logo lembrar de três Copas do Mundo ou de três Olimpíadas. Para quem gosta de política, o que vêm à cabeça são as três eleições presidenciais no Brasil. Já para o atacante Jô, a resposta com certeza é sua sua reviravolta que foi coroada com o segundo título brasileiro pelo Corinthians, 12 anos depois do primeiro. Da campanha de coadjuvante em 2005 (quatro gols em 25 jogos) ao protagonista. Um líder dentro e fora do campo.

O jogo que selou o hepta não poderia ter sido mais perfeito para Jô: dois gols na vitória de virada sobre o Fluminense, em Itaquera, seu "berço". Simbólico para o atacante, artilheiro do Brasileirão com 18 gols a três rodadas do fim e que já avisou: vai ficar para buscar a taça da Libertadores em 2018.

- Vou buscar mais um título no ano que vem, vou ficar aqui no Corinthians, quero ter o gostinho de conquistar a Libertadores aqui no Corinthians também. Eu amo esse clube. Já levei uma vez (a Libertadores, pelo Atlético-MG, em 2013), mas quero levantar esse título no ano que vem - avisou o atacante.

Da conquista de 2005 até a de 2017, a vida de Jô teve mais altos e baixos do que uma montanha-russa. O atacante foi para o futebol europeu, quase chegou ao fundo do poço após sua volta ao Brasil, ganhou a Libertadores, esteve na Copa do Mundo de 2014, aventurou-se nos Emirados Árabes Unidos e na China, ficou cerca de seis meses sem jogar e retornou ao Timão para ter um ano praticamente perfeito.

Quem ouviu as histórias de Jô sobre as noitadas em Porto Alegre e Belo Horizonte duvidava que o atacante voltaria a ter um ano de glórias como 2017. Mas o Corinthians apostou no jogador, cria do Terrão e até hoje o mais novo a defender o clube, com 16 anos, três meses e 26 dias.

E não demorou para a aposta dar lucros. Hoje aos 30 anos, o atacante virou exemplo no elenco, foi o goleador da equipe na conquista do Paulistão e agora briga pela artilharia do Brasileirão. Ele ainda é o jogador de linha que mais atuou nesta temporada: 62 vezes, sendo 32 pelo campeonato nacional.

- Estou muito feliz. Primeiro, pelo título, agradeço a Deus. Ficar na história do clube como primeiro artilheiro do Brasileiro é maravilhoso. Mas o título é maravilhoso para essa torcida, que merece. Quem tem fé em Deus nunca pode desistir. A equipe oscilou, mas coroamos com o título - comemorou.


Com o título, Jô coroa seu retorno ao clube que o revelou. Mas a temporada não acabou para o atacante, que ainda pode deixar seu nome gravado na história do Corinthians por outro motivo: fazer o Timão ter pela primeira vez o artilheiro do Brasileirão. Vai conseguir? Depois de tudo que ele já superou, é difícil alguém duvidar...

Montanha-russa de Jô em 12 anos

Após ser campeão brasileiro pela primeira vez, o atacante cria do Terrão foi para o futebol europeu ainda aos 18 anos. Destacou-se pelo CSKA (RUS), mas depois ficou longe de ter o mesmo desempenho por Manchester City (ING), Everton (ING) e Galatasaray (TUR). Mas o pior estava por vir...

Na volta ao Brasil em 2011, para o Internacional, Jô quase colocou tudo a perder. Entregue ao álcool, como o próprio atacante admite com tranquilidade, ele sabe que viveu a pior fase da sua vida e agradece por não ter acontecido nada de grave.

De Porto Alegre, onde deixou saudades apenas às casas noturnas, Jô seguiu a Belo Horizonte para defender o Atlético-MG. Ele ainda teve problemas extracampo por lá, mas foi importante na conquista da Libertadores em 2013.

Com a imagem desgastada no futebol brasileiro, mesmo após ter se tornado evangélico, Jô foi ter uma vida mais tranquila no exterior. Atuou pelos modestos Al-Shabab (EAU) e Jiangsu Suning (CHN) e foi contratado pelo Corinthians no segundo semestre de 2016 mesmo sem poder jogar até 2017. Nesta temporada, ele mostrou que sua fase na montanha-russa é de apenas subidas.

- Deus faz coisa que a gente não imagina. Conheço meu futebol, mas não esperava um ano assim. Mas teve Kazim, Clayson, Camacho, quem não jogou muito foi importante e merecedor nos treinos. Só quem está no dia a dia sabe quanto é importante. Agradecemos o torcedor, em momento difícil, com vantagem diminuindo, colocaram 32 mil em treino - disse Jô, que mantém vivo o sonho de voltar à Seleção.

- Vivi a Seleção, sei como é importante chegar lá devido ao bom trabalho, como tenho feito. Tenho esperança até a última convocação, sei que o Tite olha. Tenho esperança de jogar uma Copa e vou continuar trabalhando assim até o último dia - encerrou.