A declaração de Abel Ferreira onde diz que acha "que o campeonato está entregue", após a frustração de não vencer o Fluminense pelo Brasileirão, caiu como uma bomba no cenário do nosso futebol. Mas terá mesmo jogado a toalha o técnico português?
Ao contrário do que parece, para mim, não há desistência do Palmeiras. Mesmo que no jogo contra o Grêmio o alviverde entre em campo com 11 "não titulares", quem acompanha o trabalho de Abel como técnico, sabe que ele nunca desiste. Ao contrário, ele é obcecado por vencer. Vamos entender a estratégia de Abel Ferreira para incomodar o Flamengo.
A maior rivalidade interestadual
Todo mundo sabe que Atlético-MG e Flamengo são duas aves que não se bicam. Galo e Urubu sustentam a maior rivalidade interestadual do futebol brasileiro desde os anos 80. E mesmo com diferentes níveis de intensidade (hoje é menos intensa que 5 anos atrás), ela é sempre vivaz e latente.
Nesta terça, caberá ao Galo impedir o título adiantado do Mengão. Vindo da frustração da final da Sulamericana, e na frente da sua torcida, talvez os comandados de Sampaoli entendam esse jogo como uma "revanche emocional": já que não deu pra levantar o caneco contra o Lanús, nada melhor que botar água no chope do Flamengo para ser abraçados pela torcida.
Abel Ferreira se fazendo de morto
Desde que Abel Ferreira foi notado pelo mercado internacional do futebol ao eliminar o Benfica na Champions com seu PAOK, ficou bem claro algo daquele jovem treinador português: se tratava de um sujeito extremamente competitivo. Jamais aquele cara que disse que "90 minutos é muito tempo no Allianz" jogaria a toalha tendo ainda chances.
Se fazer de morto para que os adversários baixem a guarda. A estratégia de Abel Ferreira para incomodar o Flamengo passa por aí: joga a responsabilidade todinha pro lado do time de Filipe Luís. Pode ser arriscado demais, mas, se lá na frente o Palmeiras for campeão Brasileiro, terá valido muito a pena.