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CAMPO NEUTRO: Do you speak Football?

José Inácio Werneck analisa possíveis nomes para o comando da Seleção Brasileira

Zidane é um dos cotados para treinar a Seleção Brasileira (Foto: GABRIEL BOUYS / AFP)
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Dizem os jornais que nos próximos dias a CBF vai escolher o novo técnico da Seleção Brasileira.
Ainda segundo as notícias, a escolha está limitada a quatro nomes: José Mourinho, Luis Enrique, Zinedine Zidane e Carlo Ancelotti.

Todos satisfazem uma condição “sine qua non” imposta pela entidade: o domínio da língua portuguesa ou espanhola. José Mourinho, é claro, fala português desde a infância, embora hoje, com sua experiência em diversos países europeus, também fale fluentemente o inglês, o espanhol, o francês e o italiano. Se ele vier mesmo, teremos desde o início engraçadíssimas entrevistas coletivas no idioma que a terra de Camões nos deu, pois Mourinho é conhecido por sua língua ferina, seu estilo mordaz e sua mínima disposição de aturar perguntas que considera tolas ou despropositadas.

Todos os outros candidatos - Ancelotti, Luis Enrique e Zinedine Zidane - poderiam se entender bem com todo o mundo em espanhol, desde o porteiro do edifício ao motorista de Uber, passando inevitavelmente pelos contatos jornalísticos e esportivos. Mesmo brasileiros que nunca se familiarizaram com Don Quixote de La Mancha sabem se defender com galhardia na língua de Miguel de Cervantes.

Mas pergunto: é necessário mesmo falar português ou espanhol para ser técnico da Seleção Brasileira?

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Na própria CBF temos um exemplo em contrário: Pia Sundhagen, a sueca que é técnica da Seleção Brasileira Feminina. Ela hoje pode falar português, mas não foi assim que chegou ao Brasil. Ocorre ainda que três dos técnicos que mais influenciaram o futebol brasileiro eram húngaros, todos eles fugidos da guerra na Europa: Dori Kruschner, Béla Guttmann e Gyula Mándi. Dori Kruschner ficou conhecido como o homem que ensinou o WM ao Brasil e Guttman o que inovou o nosso futebol com o sistema 4-2-4.

Nenhum dos três desembarcou na Praça Mauá falando português. No caso de Gyula Mándi, lembro-me que era acompanhado por um intérprete, o também húngaro Janos Lengyel, igualmente fugido da guerra e que se tornara jornalista no Correio da Manhã e depois em O Globo.

Há ainda a acrescentar que os jogadores brasileiros hoje estão espalhados pelo mundo afora: Inglaterra, França, Itália, Polônia, Rússia, Alemanha, Ucrânia, China, Japão, Cazaquistão, etc., sem precisarmos mencionar Portugal e Espanha.

Entendem perfeitamente muitas línguas estrangeiras. Entendem, ou deveriam entender, sobretudo a linguagem do futebol.

Isto é o que a CBF realmente precisa saber dos candidatos a treinar nossa Seleção: “Do you speak Football”?