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Felipe Rolim: ‘A qualidade do Corinthians e a quantidade do Flamengo’

Um exemplo claro e rápido de porque a análise de um jogo tem que descolar da quantidade de finalizações e do tempo de posse de bola.

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Nada como ter Corinthians e Flamengo na lupa para prosseguirmos na batalha que é explicar o jogo além do placar, explicar a performance e qualificar a crítica. E isso não deixa o futebol chato. A conversa do bar, esse patrimônio imaterial, não irá morrer. Só estamos incluindo mais argumentos na discussão. E o melhor argumento é a posição na tabela.

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Com o fim da 5ª rodada do Brasileirão, o Corinthians é o líder com 12 pontos e o Flamengo é o 14º colocado com apenas 5 pontos. A observação do jogo é sempre o ponto de partida, mas o público médio vê o jogo sem atenção exclusiva e se socorre de programas e debates. E encontra, como medidores de performance, números quantitativos que não refletem o jogo visto. Ou a posição na tabela.

O Flamengo de Paulo Sousa, 14º colocado, tem medidores quantitativos que o colocam na Libertadores. O time é o quarto que mais finaliza, com média superior a 15 finalizações por partida, e o terceiro time que mais fica com a bola para si, com média de 51,46% nas cinco primeiras rodadas.

Técnicos têm o desafio de comandar as equipes de maiores torcidas do país Fotos: Felipe Patino / Flamengo; Rodrigo Coca / Ag. Corinthians


O Corinthians, líder e com boas atuações, finalizou somente 39 vezes no campeonato. Com pouco mais da metade das finalizações do Flamengo (quantidade) o Timão fez o dobro de gols (qualidade). Os comandados de Vitor Pereira também não precisaram de muita posse de bola para tanto, trabalhando com uma média inferior a 50% nesse primeiro recorte do campeonato.

Por isso a necessidade de utilizarmos dados (nós, imprensa) que qualifiquem os momentos ofensivos e defensivos das equipes. Porque os clubes já trabalham assim, porque são métricas que já estão razoavelmente disponíveis (qualquer grande plataforma de mídia tem condições de contratar) e porque qualificando a informação se qualifica a crítica, a audiência e o jogo.

A quantidade de finalizações não mostra como a bola entra, mas ajuda a ranquear cada ataque de acordo com o perigo causado, sim. Mostra até se o líder Corinthians converte jogadas perigosas em gols acima ou abaixo do esperado. E a resposta, nesse caso, é positiva.

Mesmo com a parcela subjetiva existente no olhar do analista, diferentes sites de análise mostram que o Timão tem um bom xG (número de gols esperados) de mais de um gol por partida. Como
anotou 8 gols em 5 rodadas, converteu 1.6 gols por jogo. Um time que se revela perigoso com um xG alto e que se revela eficiente, pois converte gols acima do que se espera.

Já o Flamengo, que desde o campeonato estadual vem sendo mais perigoso do que eficiente, sofre nesse início de Brasileirão. Os motivos são muitos, como um esquema ainda não consolidado, atletas sem condições de jogo e performances individuais abaixo do que um dia já foi mostrado.

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Nas duas primeiras rodadas, a soma da pontuação das jogadas de ataque do Flamengo foi igual, contra o Atlético-GO, ou superior, contra o São Paulo, à pontuação de seus adversários, com o xG do Flamengo acompanhando os resultados: empate com o Dragão e boa
vitória contra o São Paulo. Nos três jogos seguintes, nos quais o Flamengo nem gol fez – contra Palmeiras, Athletico e Botafogo – o time produziu um xG próximo ou acima de 1 gol. A bola não entrou pela baixa eficiência do ataque. E, para piorar, sofreu gols em jogadas com baixa probabilidade de conversão, como o convertido pelo Erison, do Botafogo.

O vídeo da semana é sobre isso, sobre como analisar jogos por medidores de qualidade e não de quantidade. Afinal, informar o telespectador que o Flamengo acertou oito finalizações contra o São Paulo e, também, contra o Botafogo, não explica a vitória por 3x1 e nem a derrota por 1x0.