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Olho tático: Botafogo usa conceito de ‘homem livre’ e Ferrareis se destaca

Mesmo em atuação inconsistente, clube de General Severiano mostra evolução tática com jogadas envolvendo o meio-campista no lado esquerdo do campo

Ferrareis teve boa atuação contra o Madureira (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
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A vitória do Botafogo sobre o Madureira por 2 a 1 foi no sufoco. A partida, disputada nesta segunda-feira no Estádio Nilton Santos, foi marcada por uma atuação inconsistente do Alvinegro, que teve tempos distintos, mas também por uma evolução tática da equipe de Zé Ricardo, que buscou o triunfo por meio de um conceito que vem aparecendo com destaque no futebol europeu.

Em muitas ocasiões do jogo, Zé Ricardo utilizou o conceito de 'homem livre' ou 'terceiro-homem', famoso por ser um componente do chamado "Jogo de posição", que é utilizado por Pep Guardiola no Manchester City. Guardada as devidas proporções, o Botafogo teve conceitos desse estilo de atuação na vitória sobre o Madureira e Gustavo Ferrareis se destacou nesse sentido.

Esse conceito de 'homem livre' é baseado em atrair e repelir adversários. A equipe que possui a bola trabalha a posse em um lado específico do campo, com um lateral, um ou dois meio-campistas e um atacante participando e trocando passes. Dessa maneira, o objetivo é buscar com que a defesa do time adversário foque suas atenções nesse setor do campo e, a partir disso, o atleta que está com a bola inverte o jogo, onde um outro jogador está livre e, com isso, pode trabalhar a jogada com mais espaço e tempo para pensar.

No Botafogo, a relação foi a seguinte: o lado direito, com Marcinho, Marcelo Benevenuto, Cícero e Erik concentrava a posse de bola nesse setor, até que a maioria dos defensores do Madureira se posicionava em bloco neste lado do campo e, assim, a bola era invertida para Gustavo Ferrareis, que recebeu livre pelo lado esquerdo em várias ocasiões.

A jogada envolvendo Ferrareis só não foi muito eficiente porque Jonathan, lateral do setor, não apareceu para dar suporte em muitas dessas ocasiões e, com isso, o camisa 8 encontrava dificuldade de passar pelo marcador do Madureira. Quando o defensor apareceu no campo de ataque, porém, a jogada foi efetiva e resultou no primeiro gol, justamente trabalho neste conceito: troca de passes no lado direito, inversão para Ferrareis na esquerda e passe que encontrou um atleta livre dentro da área.

Lance do primeiro gol: cinco atletas estão na direita, atraindo a defesa e Ferrareis aparece livre no setor oposto (Foto: Reprodução/Premiere)

As estatísticas do site "Footstats" exemplificam esse tipo de jogada: Marcelo Benevenuto e Marcinho, os dois jogadores do lado direito da defesa, trocaram, ao todo, 36 passes entre si. Além disso, o zagueiro trocou 24 passes com Cícero e o lateral trocou passes com Erik em 33 oportunidades.

Mesmo com uma atuação irregular e um placar suado, é possível enxergar que Zé Ricardo está trabalhando para enfrentar equipes que ficam no campo de defesa e atuam fechadas, o que mostra ser, até aqui, o principal calcanhar de aquiles do treinador no Botafogo.