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S/A, Comitê e um título: a passagem de Nelson Mufarrej como presidente do Botafogo

Nos últimos três anos, clube de General Severiano teve eliminações precoces na Copa do Brasil, esperança por projeto de clube-empresa e conturbado grupo de transição

(Foto: Vitor Silva/Botafogo)
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Chega ao fim a “Era Nelson Mufarrej” no Botafogo. Presidente no triênio 2018-2020, o empresário foi eleito pelo grupo “Mais Botafogo” nas eleições de 2017, substituindo Carlos Eduardo Pereira. A partir do ano que vem, a cadeira mais alta do clube de General Severiano será ocupada por Durcesio Mello.

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Nesses três anos, Mufarrej lidou com problemas que já são de praxe no Alvinegro há muito tempo: dívidas, salários atrasados e dificuldades dentro de campo. A esperança ficou pela autorização e começo da Botafogo S/A, projeto de clube-empresa que visa profissionalizar o departamento de futebol do clube a partir de investimento externo.

Título carioca: o ponto alto de Mufarrej
Mufarrej teve o contato com um troféu logo nos primeiros meses como presidente do Botafogo. Venceu a primeira competição que disputou: o Campeonato Carioca de 2018. Um torneio marcado pela superação, troca de treinador e um gol de Joel Carli aos 48 minutos do segundo tempo na final contra o Vasco, no Maracanã. Na decisão por pênaltis, Gatito Fernández foi herói, pegando duas cobranças.

Após uma reta final de 2017 decepcionante, com o Botafogo ficando fora da Libertadores após resultados negativos nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, o título estadual voltou a dar um sopro de esperança para o torcedor. O time, comandado por Alberto Valentim, chegou no Brasileirão daquele ano com respaldo, mas pouco se destacou, fazendo uma campanha sem brilhos, de meio de tabela.

Vitor Silva/SSPress

Campanhas fracas e luta contra rebaixamento
No que diz respeito ao brilho nas quatro linhas, a passagem de Mufarrej pode ser resumida ao título carioca conquistado há três anos. Em modo geral, o Botafogo lutou contra as posições inferiores na classificação do Campeonato Brasileiro - nesta temporada, inclusive, o Alvinegro luta veemente contra o Z4.

Em 2019, o movimento “Ninguém ama como a gente”, criado pela torcida, foi fundamental para a evolução do Botafogo na reta final no Brasileirão. O clube, que chegou a ser ameaçado pelo Z4, superou as dificuldades com a ajuda da torcida, que teve médias de mais de 20 mil espectadores nos últimos jogos da competição.

O Botafogo ficou marcado por vexames na Copa do Brasil. Em 2018, eliminado na primeira fase para a Aparecidense. No ano seguinte, a equipe chegou no estágio seguinte, mas parou para o Juventude. Na atual temporada, foi superado pelo Cuiabá sendo derrotado no Estádio Nilton Santos. Todas as equipes, vale ressaltar, não estavam na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

Botafogo S/A: a esperança
Diante das dificuldades financeiras e aumento da dívida ano após ano, Nelson Mufarrej deu autorização para um processo que marcou a história do clube. Após um estudo sobre as finanças feito pelos irmãos Moreira Salles, estava “colocada à mesa”, a possibilidade do começo do modelo de clube-empresa no departamento de futebol do clube, profissionalizando o setor.

O presidente deu sinal verde para que o processo fosse continuado. No fim de 2019, os conselheiros do Botafogo, em uma Assembleia extraordinária, aprovaram a mudança no Estatuto para que o projeto da Botafogo S/A seguisse adiante. Em tese, o Alvinegro receberia dinheiro por meio de investidores externos e teria um CEO para comandar o futebol.

Diante de prazos, declarações e pouca definição concreta, o primeiro projeto da Botafogo S/A ruiu. O Alvinegro não conseguiu dinheiro suficiente para negociar as dívidas a curto prazo com os credores e o plano foi colocado para trás, dando lugar a um novo projeto liderado por uma nova pessoa, mas também com a autorização de Nelson Mufarrej. O presidente, contudo, para por aí: em 2021, isto será responsabilidade de Durcesio Mello.

Alguns membros do Comitê (Foto: Sergio Santana)

O conturbado Comitê Executivo de Futebol
Durante a expectativa e primeiras passos do clube-empresa no Botafogo, Nelson Mufarrej resolveu criar um grupo de transição com cardeais do Alvinegro para cuidar das questões da instituição enquanto o Glorioso passava por um período de transição para a S/A. Estava criado o Comitê Executivo de Futebol.

Nelson Mufarrej, Carlos Augusto Montenegro, Ricardo Rotenberg, Manoel Renha, Cláudio Good e Marco Agostini: os seis membros do Comitê que acabou no mês passado, com o fracasso do primeiro projeto da S/A. Desde o fim de 2019, este elenco cuidava de todas as questões envolvendo o Alvinegro, tanto no sentindo dentro e fora de campo.

O problema foi que, com uma quantidade elevada de pessoas, vieram diferentes visões sobre os mesmos assuntos. Com o passar do tempo, os membros passaram a dar entrevistas falando sobre a Botafogo S/A que acabavam se anulando - por exemplo, dando diferentes prazos de quando o projeto sairia do papel.

Com tamanha "confusão de ideias", o fim do Comitê, encabeçado pela nova eleição e a chegada de Túlio Lustosa para tomar as decisões envolvendo o futebol, trouxe uma nova realidade para o Botafogo. A estratégia da criação do grupo, contudo, não deu certo.