Felipão revela segredos que fazem Atlético-MG brigar pelo Brasileirão

Técnico nega o rótulo de 'craque' do Galo, mas tem grande influência na arrancada do time

Felipão orienta o time no duelo contra o Flamengo (Foto: Pedro Souza / Atlético)
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O técnico Felipão é, inegavelmente, um dos grandes nomes do Brasileirão. Após início conturbado, com uma sequência de nove jogos sem vitórias, Scolari conduziu o Atlético-MG à disputa do título por meio de uma campanha espetacular, com apenas três derrotas em todo o segundo turno.

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Apesar do ótimo trabalho, Felipão evita falar em título, muito pelo fato do Atlético não depender só de si para vencer o Campeonato Brasileiro. O técnico também recusa o rótulo de "craque" da equipe e o prêmio de melhor treinador do Brasileirão.

As declarações do treinador na coletiva pós-jogo, entretanto, revelam alguns segredos do seu trabalho que provam a sua importância na condução do Atlético à disputa do título. A seguir, veja quais são estes segredos.

>ESTABILIDADE TÁTICA
Felipão demorou um bom tempo para conhecer o elenco do Atlético, montado por Eduardo Coudet, seu antecessor. Este pode ter sido um dos principais fatores para que o trabalho demorasse a engrenar. Nos últimos jogos, no entanto, o técnico encontrou um sistema ideal.

Se a maioria dos seus times atuavam no 4-2-3-1 nos últimos anos, neste Brasileirão o técnico passou a utilizar o 4-4-2 e deu liberdade para que Paulinho e Hulk se movimentassem e decidissem as partidas. A forma de chegar ao gol é a mesma de sempre: direta, com o mínimo de toques possível. O mérito do técnico, no entanto, é adaptar os jogadores a esse estilo, como contou o próprio treinador.

- Nós jogamos como nos últimos dez jogos: com um esquema bem definido taticamente. Dentro deste esquema, os jogadores me dão o que eu preciso em verticalidade e eles também estão jogando em suas características, e a gente vai adaptando ao estilo que a gente gosta. Por isso melhoramos no campeonato e estamos brigando por uma posição melhor.

Paulinho e Edenilson se aproveitaram da organização do time para marcar os dois primeiros gols sobre o Flamengo (Foto: Pedro Souza / Atlético)

>BOM AMBIENTE
- Eu vou pegar o Rubens. Ele me atropelou, do mesmo jeito que atropelou (a defesa adversária) depois para fazer o gol. Então tudo bem, se ele me atropelar e fizer um gol, quero sempre ser atropelado.

Foi dessa maneira, aos risos, que Felipão comentou a queda sofrida durante a comemoração do segundo gol do Atlético. Scolari sempre foi reconhecido por dominar vestiários como poucos. No Galo, o treinador se colocou como mais um no meio dos jogadores, minimizando a hierarquia entre técnico e jogador. O resultado, segundo o treinador, é que o elenco se dedica, entre outras coisas, pelo seu comandante.

- É o ambiente e a alegria que todos estão sentindo. Eu faço parte dessa equipe, sou também um companheiro deles. Também mostrou a todos: nosso ambiente é muito bom. Todos se respeitam, mas tem a liberdade da brincadeira entre nós todos. E posso falar que é a minha equipe. Eles se dedicam por eles próprios e um pouco pelo seu chefe. Fico orgulhoso por isso - disse o treinador na sequência.

- Estamos orgulhosos dos jogadores que temos, do ambiente que possuímos, e que conseguimos dar a volta por cima. Atletas, direção, jogadores e comissão. A gente vai vendo um futuro melhor daqui para frente - acrescentou.

Rubens (foto) atropelou Felipão na comemoração do segundo gol do Galo (Foto: Pedro Souza / Atlético)

>PREPARAÇÃO FÍSICA
Na visão de Felipão, o craque do Atlético no Brasileirão não é Hulk nem Paulinho, mas a preparação física da equipe. Experiente, o técnico aproveitou a oportunidade e o bom momento para exaltar a sua comissão técnica no trabalho de condicionamento do time, ainda na linha de dividir os méritos pelo sucesso coletivo.

- O melhor da minha equipe, não só hoje, mas em muitos jogos, tem sido o preparo físico. O Cristiano (Nunes, coordenador de preparação física) tem feito um trabalho espetacular. Depois tem o Luquinhas (Gonçalves, auxiliar técnico), o Éder (Aleixo, auxiliar) e o Carlão (Pracidelli, também auxiliar) que fazem um trabalho espetacular. Eu vou coordenando tudo, mas quero dizer que os melhores foram eles.

Felipão faz questão de dividir os méritos na arrancada do Atlético com a comissão técnica (Foto: Pedro Souza / Atlético)

Mais candidato ao título do que nunca, o Atlético-MG volta a campo no sábado (2), às 21h (de Brasília), para enfrentar o São Paulo no Mineirão.