Barreira do Gigante

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Goleiro que sofreu o milésimo gol de Pelé, Andrada morre aos 80 anos

'El Gato', que também foi campeão carioca de 1970 e brasileiro de 1974 com a camisa do Vasco e teve passagem pelo Vitória, faleceu em Rosario

Andrada colaborava para a ditadura militar da Argentina, e chegou a ser acusado de participar da morte de dois militantes (Foto: Reprodução)
Escrito por

O futebol argentino perdeu um de seus goleiros mais emblemáticos. Na noite desta quarta-feira, Andrada morreu aos 80 anos. "El Gato" ficou marcado no futebol brasileiro por ter sofrido o milésimo gol de Pelé em 1969 e por ter conquistado o título nacional de 1974 pelo Vasco. A causa da morte não foi divulgada.

Nascido em Rosário em 1939, Edgardo Andrada deu seus primeiros passos no futebol com a camisa do Rosario Central. Goleiro ágil e elástico, aos poucos ganhou projeção no clube, a ponto de ter se tornado titular absoluto entre 1960 e 1969 (e se tornou o goleiro que mais atuou na meta da equipe, com 284 jogos).


Mesmo não tendo conquistado títulos importantes no Rosario Central, suas grandes atuações o levaram a ser convocado para a seleção da Argentina, com a qual teve bom rendimento na Copa América de 1963.

DO MILÉSIMO GOL DE PELÉ AOS TÍTULOS: SUA PASSAGEM NO VASCO

Em 1969, desembarcou em solo brasileiro para vestir a camisa do Vasco. E ficou marcado logo por um lance para a posteridade: em jogo válido pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, "El Gato" sofreu o milésimo gol de Pelé. No Maracanã, o argentino quase alcançou o pênalti cobrado pelo "Rei" e, enquanto Pelé comemorava naquele 19 de novembro, Andrada dava socos na grama. O argentino também não escondia seu incômodo cada vez que falavam sobre o tema.

No ano seguinte, saboreou sua primeira conquista com o Cruz-Maltino. O goleiro, ao lado de nomes como Gilson Nunes, Alcir, Eberval e Fidélis, sagrou-se campeão carioca.

Em 1971, Andrada se consagrou como o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro e seguiu titular absoluto do Cruz-Maltino ano a ano. Até, em 1974, fazer parte de uma campanha histórica para os vascaínos.

Andrada era o camisa 1 da equipe que se sagrou campeã brasileira, ao derrotar o Cruzeiro por 2 a 1, no Maracanã. "El Gato" conviveu com nomes como Roberto Dinamite, Ademir, Jorginho Carvoeiro e Zanata.

O goleiro ainda vestiu a camisa cruz-maltina em 1975, no qual o time disputou a Copa Libertadores pela primeira vez. Mas, no ano seguinte, mudou de ares.

DO VITÓRIA À VOLTA AO FUTEBOL ARGENTINO

Em 1976, Andrada aceitou a proposta para defender a meta do Vitória. No Leão, o argentino atuou ao lado de seu compatriota Rodolfo Fischer e de Osni. Ele permaneceu no clube baiano até novembro, quando optou por voltar ao seu país de origem.

A partir de 1977, "El Gato" vestiu a camisa do Colón. Aos 43 anos, pendurou suas luvas, defendendo a meta do modesto Renato Cesarini em 1982.

RETORNO AO ROSARIO E... FORTES ACUSAÇÕES À TONA! 

Em 2007, Andrada voltou a ter sua rotina ligada ao futebol. O ex-jogador  trabalhou como preparador de goleiros do Rosario Central, clube no qual começara a dar seus passos no futebol.

Entretanto, uma acusação interrompeu seu ciclo no clube. Andrada foi suspeito de participar do assassinato do militantes Osvaldo Agustín Cambiaso e Eduardo Pereyra Rossi, durante a ditadura militar no país.

O ex-goleiro, depois de pendurar as luvas, colaborara com a ditadura militar na Argentina por meio do PCI (Pessoal Civil de Inteligência). O órgão reunia civis para agir na espionagem e repressão do governo autoritário que assolava a Argentina na época.

Andrada foi identificado pelo repressor Eduardo Constanzo entre os membros do grupo do cargo operativo 4. Assim que o ex-goleiro foi citado, o Rosario Central pediu sua saída do clube. "El Gato" negou, em entrevistas, ter participado dos crimes.

Em fevereiro de 2012, o juiz federal Carlos Villafuerte Ruzo concedeu a Andrada inimputabilidade do caso, por falta de provas.