O Santos sofre com um importante desfalque em 2013, não nos gramados, mas em seu caixa. O clube caminha para terminar o ano sem patrocinador master, uma milionária e importante baixa no faturamento anual.
Para não desvalorizar sua propriedade, o Peixe chegou a recusar algumas propostas, sendo a maior delas de cerca de R$ 18 milhões.
Agora, a prioridade do clube passou a ser garantir o patrocínio para 2014. Embora diga que ainda tenta parceiros para este ano, o gerente de marketing Fernando Montanha reconhece a dificuldade encontrada no mercado.
– Já estamos em outubro e nessa época as empresas já gastaram a verba de marketing para 2013 – afirmou Montanha, ao LANCE!Net.
– Fechar um patrocínio master é um processo que demora bastante. Depende de inúmeras variantes, entre elas, o desempenho da equipe. Estamos sim, trabalhando fortemente para 2014, com propostas de várias empresas e segmentos. O que não significa que já não podemos fechar esse contrato ainda em 2013 – completou o dirigente, que assumiu o cargo há pouco mais de um mês, no lugar de Armênio Neto, demitido em julho.
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Nesse cenário, o Peixe também busca patrocínios pontuais. Para o clássico contra o São Paulo, na próxima quarta-feira, por exemplo, o clube estuda algumas propostas e vislumbra um acordo. Em 2013, a montadora chinesa Chery estampou seu logo na camisa alvinegra por alguns jogos e esteve perto de um contrato mais duradouro, mas não chegou a acerto. Corr Plastik, Philco e Tenys Pé Baruel também fizeram acordos de oportunidade, que não foram estendidos.
A instabilidade da equipe, que ainda não sabe se disputará a Copa Libertadores do ano que vem, é um dos fatores que atrapalham na busca po anunciantes. Mas o grande dificultador para o clube é a saída do astro Neymar. Se mesmo com ele no time já era difícil achar parceiros, desde que ele foi para o Barcelona, no meio do ano, a missão ficou ainda mais complexa.
Porém, dirigentes, pessoas do mercado publicitário e especialistas são unânimes ao apontar retração o mercado, que viveu bolha inflacionária nos últimos anos.
O Comitê de Gestão santista sonhava em fechar um contrato de cerca de R$ 24 milhões para o patrocínio master nesta temporada, 20% acima dos R$ 20 mi. que pagava o banco BMG. Nenhuma empresa – nem a Caixa Econômica Federam, com quem o clube negociou – chegou perto desta quantia. Publicamente, o discurso é de que o Peixe não irá reduzir a pretensão, mas, nos bastidores, dirigentes já admitem aceitar um valor menor.
Imbróglio com a Zurich pela manga
Enquanto busca um patrocinador master, o Santos tenta resolver pendência com a Zurich, seguradora que deseja firmar parceria com o clube e estampar sua marca nas mangas da camisa alvinegra.
O acordo esteve próximo de ser selado há quase três meses, mas a empresa fez exigências que não agradaram a diretoria do Peixe. Mais do que o patrocínio, a negociação engloba licenciamento de produtos.
O assunto é tratado atualmente pelos departamentos jurídicos e financeiros.
– Não quero entrar em detalhes sobre o assunto, sobre isso só posso falar que quero resolver o mais rápido possível e estamos trabalhando – disse Fernando Montanha.
Antes, a Netshoes era quem estampava a marca no local por R$ 5,5 milhões por ano. A proposta da Zurich é maior, cerca de R$ 7 mi. Vale lembrar que a Corr Plastik (calção e barra da camisa), Minds Idiomas (peito) e Seara (ombro) já patrocinam o uniforme do time.
Bate-Bola - Fernando Montanha (Gerente de marketing do Santos)
O fato de o mercado publicitário no futebol ter sofrido retração faz o Santos buscar empresas que antes não investiam neste segmento?
Sim, é natural que as primeiras empresas com quem falamos são aquelas que já investem no futebol, mas prospectamos em várias.
Apesar das dificuldades, você tem se mostrado confiante...
Posso garantir que tem muita gente interessada, negociando conosco. Mas é um processo demorado, uma verba alta, que a empresa não decide investir do dia para a noite. Muitas vezes, a decisão vem da matriz, em outro país.
Se a definição sobre o Santos participar ou não da Libertadores ficar par ao fim do Brasileirão, isso pode adiar o acerto com um patrocinador master ou não influencia?
Estar na Libertadores é um "plus", mas não pensamos nisso. Claro que se estivesse decidido, como em 2010, quando ganhamos a Copa do Brasil, ficaria mais fácil.
O clube vai baixar a pedida?
Trabalhamos com o mesmo número, mas sempre abertos a propostas e contra-propostas.