O meia Escudero, do Vitória, foi punido nesta segunda-feira pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva por causa do uso de doping, mas o julgamento teve gosto de vitória. O jogador foi suspenso por 30 dias devido ao uso do medicamento Prelone, que contém corticoide - substância proibida - para o tratamento de uma sinusite.
Como o período de gancho neste caso, segundo determinação do Tribunal, começa a contar no dia seguinte à ultima vez que ele entrou em campo pelo Vitória, que foi contra o Fluminense, no dia 7 de agosto. Sendo assim, ele já pode voltar a jogar.
- Aliviado - limitou-se a dizer o meia na saída do Tribunal.
No mesmo julgamento, o chefe do departamento médico do Vitória, Ivan Carrilo, foi suspenso por 1 ano.
REVIRAVOLTA
O julgamento teve um desfecho que deixaria muita final de campeonato no chinelo. Tudo se desenhava para a aplicação de uma suspensão de 60 dias ao jogador e quatro anos para o médico, como estava previsto no voto inicial do auditor-relator Felipe Bevilacqua. Mas o presidente da comissão, Paulo Valed, decidiu pedir a diminuição da pena de Carrilo para um ano. Ele foi acompanhado pelos outros auditores.
Nessa mudança, o auditor Washington Rodrigues de Oliveira aporveitou a "carona" para pedir 30 dias para Escudero, conforme o voto de outro auditor, Vinícius Sá Vieira. E aí configurou-se o empate por 2 a 2. Como a sessão só contou com quatro votantes - um auditor faltou -, há o princípio de beneficiar o réu e Escudero pegou 30 dias.
CHEFE DO DEPARTAMENTO MÉDICO LEVA GANCHO
A pena dada ao jogador foi abrandada porque a substância não melhora o desempenho em campo. O jogador tomou o remédio depois de ter recebido o aval do departamento médico do clube baiano. A receita foi dada por uma médica que não faz parte do quadro rubro-negro, a quem o jogador foi encaminhado após o tratamento aplicado pelo Vitória não ter surtido efeito.
- Foi um erro do departamento médico. O atleta não tem culpa, porque foi tratado como paciente, e não como atleta - tentou argumentar o chefe do departamento médico do Vitória, Ivan Carrilo, que também foi punido com um ano de suspensão.
Um ponto ressaltado pela relatoria do processo para pedir a punição ao médico do clube foi o fato de a clínica para qual Escudero ter sido encaminhado ser de propriedade de José Olímpio, integrante do departamento médico do Vitória.
Atualizada às 21h05